Capítulo Quarenta

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Gente, só lembrando, eu estou sem celular, então não é possível estar postando tão rápido quanto eu estava postando uma vez que estou dependendo de tempo para sentar na frente do computador, tenham um pouco de paciência.

***

Aquela segunda-feira foi realmente cansativa.

A loja entregou o material comprado perto das dez horas da manhã, a partir de então Toni pôs as mãos na obra, a parte mais cansativa foi tirar a janela, que existia no cômodo e fechar a parede outra vez, com todos os revestimentos. Samuel se dedicou a limpeza da casa toda, começou pelos quartos no andar de cima, pretendia se mudar assim que o caminhão com as coisas chegasse. Tinha terminado de limpar o andar de cima já perto da hora do almoço, resolveu parar, não que estivesse morrendo de fome, mas pelo que percebeu do amigo, ele certamente devia estar. Quando desceu e foi até onde seria seu estúdio, tomou um susto.

Assim que abriu a porta, se deparou com o corpo do moreno seminu outra vez. Usava apenas a bermuda jeans, os músculos da costa se contraiam de acordo com o seus movimentos, fazendo a tatuagem se mover também, a poeira grudava livremente no corpo suado. Não conseguiu desviar seus olhos do corpo trabalhando na sua frente, completamente absorto na vista, até começou a se sentir estranho. Certamente isso era resultado de oito anos de abstinência sexual.

— Fecha a porta aí nerdão!

— O que?

— A porta cara, fecha, para não espalhar a poeira pelo resto da casa – insistiu Toni.

Samuel ficou indeciso se entrava ou saía, no fim acabou não fazendo nenhum dois e muito menos fechou a porta.

— Hã... eu vim te chamar para almoçar — conseguiu falar, mas sua voz soou esquisita e até precisou pigarrear para limpar a garganta.

Isso não passou despercebido, Toni veio na sua direção e saiu do cômodo, fechando a porta.

— É por causa da poeira – foi explicando e apontando para garganta do loiro.

Samuel apenas se afastou um pouco, de forma muito natural, mas na verdade seu coração já batia forte.

— Tudo bem. Você vai querer sair para comer?

— Não, melhor não, tô todo sujo, bora comer na pensão hoje.

Todo a sensação esquisita que sentia foi imediatamente substituído por um desconforto fenomenal, mas não conseguiu protestar. Apenas sorriu meio tenso ainda com a proximidade dos dois.

Durante o trajeto, Toni percebeu o desconforto do músico, claramente Samuel não estava à vontade em ir na casa da sua mãe, isso era muito estranho. Por mais que os dois tenham se desentendido no passado, sua mãe sempre considerou Samuel como um filho e Samuel sempre considerou Magnólia como uma mãe. Agora que parava para pensar nisso, percebia que desde que Samuel sumiu um ano e meio atrás, sua mãe não voltou a tocar no nome dele. Foi com esse pensamento esclarecedor na mente que olhou para o músico, o viu concentrado no trânsito. As expressões do mais velho eram muito sutis, mas mesmo com seu jeito neutro era visível sua apreensão.

Quando o carro parou na frente do casarão antigo, Samuel já sentia as mãos geladas e a sua ansiedade descontrolada já dava sinais no seu interior.

— Cê tá legal?

Mostrou seu sorriso educado e automático de sempre.

— Claro.

Quando passaram pelo portão já estava contendo seu nervosismo com muito esforço.

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