Nada era tão doentio quanto à dor. Minha cabeça doía. Tudo estava escuro. Tudo estava dolorido. Tudo me aterrorizava. E eu estava achando que talvez... Eu estivesse morta. Será que estou? A última coisa que me lembro é ser apunhalada na cabeça. Uma terrível dor.
Ao me sentir preparada para acordar, eu avistei uma tipo de brilho. Era a luz branca que me iluminava e mantinha o resto escuro. Não havia alguém. Mas eu podia ver alguém na escuridão me observando. Só depois de um tempo, ao acordar e ver o que estava acontecendo... Olhei para minhas mãos e eu estava amarrada. Cordas com mais de cinco nós e apertando meus pulsos. Logo notei que eu não teria como gritar ou falar. Eu estava com... Uma mordaça! Ele é um maluco. Só devia ser! Minhas pernas estavam presas nos pés das cadeiras. Eu estava imóvel. Completamente imóvel. Não havia saída. Não havia uma dor maior do que ficar daquele jeito. Eu não devia ter dispensado Connor. Poderia estar na cama com ele. Mas e se ele matasse Connor? Não, basta eu. Lutarei contra esse filho de uma mãe sem culpa. Mas minha cabeça doía muito com a luz e o soco na cabeça que me dera.
Ele havia saído da escuridão. O sorriso impiedoso estava em seu rosto novamente. Ele caminhava em minha direção e parou na minha frente, observando-me calada. Podia jurar que ele havia rido de mim. Eu sentia uma carga elétrica dentro de mim. Eletrocutando tudo dentro de mim. Era a raiva, ódio... Tudo o que ele causava em mim, era uma carga e um motivo para mata-lo.
— Olá novamente, querida. — Diz ele. — Sinto muito pela mordaça, mas... foi necessário.
Ele dá alguns passos em minha volta e para atrás de mim.
— A vida, senhorita Blake, me deu razões e motivos para isso. Não pense que eu não posso pegar uma arma e te matar agora mesmo.
“Então faça” é o que quero dizer.
— Vamos querida. — Sussurra perto de meu ouvido. Posso sentir sua respiração entrecortada e o brilho nos olhos naquele demônio. Então ele tira a mordaça. — Se gritar, eu te bato. Se tentar fugir... — Ele solta um riso pelo nariz. — Eu mato você.
Ele é um monstro. Olhando para ele agora de frente para mim, posso reparar em suas roupas. Ele usa uma calça jeans com botas pretas e pesadas. Uma blusa branca surrada que destaca seus braços e algumas cicatrizes.
— Estou esperando dizer algo, doçura...
— O que você quer? — Atrevo dizer com raiva. — Quer me matar? Mate logo.
Ele me olha com duvida, e depois suspira de raiva. Aproxima de mim com rapidez, consigo sentir o gosto de seus lábios.
— Você é uma menininha mimada que tem tudo. Garotos, festas, dinheiro, fama... Mas na verdade, esses não são seus consolos, não é? — Disse ele. Lágrimas foram derramadas. Ele sorri de satisfeito e continua: — Seu pai nem mesmo sabe quanto você tirou nas matérias. Sua mãe nem mesmo sabe que você dormiu com cinco garotos. Ela ainda acredita que a filhinha seja inocente. Mas não é!
— Pare. — Sussurro.
— Connor foi o único garoto que realmente te amou e você o dispensou, Olivia! — Disse ele ainda mais próximo. Desta vez, apoiou as mãos nos braços da cadeira. — Suas amigas vão viajar e nenhuma delas perguntaram se você gostaria de vir junto. Isso não é chocante? — Pergunta ironicamente.
— Pare! — Digo. Ele me olha com um sorriso vencedor.
— Mesmo de ressaca tem um cheiro bom. — Sussurra. Ele se afasta, desta vez ele me olha nos olhos e eu desvio. Ele pega em meu queixo e o vira completamente até a ele. — No fundo, você sabe que irá morrer. E só não te mato agora... Porque quero vê-la sofrer. Entende isso?