Enquanto Elle se preparava para se arrumar, eu tomava meu banho. Roupas novas, eu diria. Não faço ideia de onde as velhas iriam parar. Respirei fundo para enfrentar Josh e não imaginá-lo... Nu na minha frente.
Alguns minutos depois, a casa estava em silêncio e para minha surpresa: minhas sacolas não estavam lá. Eu esqueci as malditas sacolas, novamente! Torci o cabelo para sair o excesso de água e me enrolei em uma toalha branca. Abri a porta e sai a procura de duas sacolas pink que havia deixado na sala. Nenhum sinal de rosa.
Virei-me e para minha surpresa, Josh estava em pé me encarando com um sorrisinho malicioso em seus lábios carnudos. O cabelo em um perfeito topete, camisa branca e jeans com botas. Ele estava lindo. Como sempre. Mas porque estava dizendo aquilo?
— O quê? — Pergunto tentando soar o mais natural possível. — Nunca viu uma garota de toalha na sua frente?
— Já, mas não totalmente... Nua. — Ele suspira.
— Eu estava procurando minhas sacolas. — Reviro os olhos. — Sabe onde estão?
— Querida, estou segurando alguma sacola rosa nas mãos? — Ele diz irônico. — Porque não tira essa toalha e eu te revisto com outra coisa?
Ele dá alguns passos.
— A... As sacolas, Josh. — Digo, ele para. — Onde estão? Preciso me vestir.
— Não se não quiser.
— Mas eu quero.
— E quem disse? — Ele diz. — Qual é, Olivia. Você está aqui há quase duas semanas, não me diga que não obteve nenhuma vontade de desfazer seu prazer comigo?
Droga.
— Não. — Pareço ter gaguejado então ele ri como se conseguiu o que queria.
— Doçura, você mente mal. — Ele aproxima, eu agarro na toalha com força e me contenho quando ele sussurra: — Eu posso te fazer gemer de verdade. Eu posso... Fazer você implorar, Olivia.
Resiste, é o que eu digo. Resiste, ele está fazendo jogo. Ele matou sua melhor amiga. Resiste, Olivia!
— As sacolas, Josh. — Sussurro. Isso, Olivia!
Ele ri e vai onde está as sacolas. Ele me entrega com um sorriso desafiador. Eu reviro os olhos e volto para o banheiro.
*
Alguns dias se passaram, — talvez uns três dias — nada havia mudado. Roupas novas, tédio frequente, Elle comendo panquecas, Josh saía e voltava só de madrugada... O que era melhor, distante dele, menos pensamentos eróticos. Menos dores.
Enquanto comia o ultimo pedaço de meu sanduiche, notei que naquele silêncio, Armário poderia estar sentindo-se cansado. Então, eu suspirei e pensei antes de fazer o que estava prestes a dizer.
— Você quer um sanduíche, Armário? — Perguntei com a voz em falsete.
Ele espreitou o olhar para mim na cozinha e depois desapareceu.
— Não, menina tola. — Diz, friamente.
— Qual é, Armário. — Dou alguns passos até a porta e fico de frente pra ele. — Você está em pé há mais de 10h. Vem, eu faço café.
— Ah, menina tola. — Ele bufa ao deixar os braços cair. — Quero café puro.
Eu ri de leve e prontamente fui fazer um café para ele. Eu não era boa nisso, mas observei meu pai fazer, então talvez seja fácil. Eu adorava cozinhar, meu avô paterno era da elite, mas também nas horas vagas ele cozinhava. Ele adorava a ideia de enfeitar o prato e fazer sua diversidade, ele amava massas. Houve uma época que ele só fez lasanha, pizza e macarronada. Era delicioso, e ele me ensinou alguns pratos como esses. Mas café, só meu pai mesmo.