Eu estou deitada no sofá da casa.
Minha cabeça dói e meu estômago borbulha de fome. O sol irradia nas janelas e eu tento levantar, mas estou com fome e cansada demais para me movimentar. O que exatamente aconteceu? Havia uma garotinha... Ellezbeth. Josh... o assassino! Então o desgraçado havia um nome e uma irmã. Era muito descaramento. Estou desnorteada, eu me sento vagarosamente. Não há ninguém na sala? Em casa? Sim, na porta o armário está prostrado.
Eu levanto e caminho até ele. Ele dá um sorrisinho e volta com a cara de sério novamente. Encaro como um “bom dia”. Eu espero. Eu sou guiada pela fome. O cheiro de cappuccino fresco, torradas e ovos frescos estão prostrados no balcão da cozinha. Eu corro pra sentar nos banquinhos, e começo a devorar o prato. Comida! Dias aqui e consigo sobreviver. Mal acredito que estou comendo. Senhor, obrigada pela comida!
— Onde ele está? — Digo de boca cheia para o armário.
— Ele está te esperando na arena. — Ele responde da porta.
— Que arena? — Engulo o pedaço enorme dos ovos mexidos.
— Você toma um banho e veste uma roupa, menina tola. Você está pior que um gambá. — Diz. — Preferia cheirar um gambá agora do que você.
— Ah valeu, Armário. Garotas adoram receber esse tipo de comprimentos. — Digo ao terminar de tomar o cappuccino.
— Eu só digo a verdade. — Ele suspira.
— Ah, é? — Digo ao levantar e ficar de frente pra ele. — Então me diz, porque ele está me prendendo aqui? É um covil? Ainda estamos em L.A.?
— Quieta, garota. — Ele rosnou. — Eu não te devo satisfações ou respostas. Estou fazendo meu trabalho.
— E qual seria?
— Tente passar pela porta, eu te puxo pelas pernas, cabelo... Seja lá o que eu conseguir pegar e te arrastar de volta pra cá. — Ele diz ironicamente e sorri. — Então aqui vai um conselho: não faça nenhuma estupidez que mais tarde se arrependa.
Gotas de água eram a minha virtude. A cada delicadeza da água que percorria sobre meu corpo era uma glória enviada dos céus azulados. Nunca havia sentido tanto prazer em uma ducha de água gelada. Estava ávida por esse dia, como o dia de ser um dia liberta, com vida ainda pela frente.
Assim que terminei o banho de quase uma hora, enrolei meu corpo em uma toalha de algodão sobre o corpo e caminhei nas pontas dos pés até o tapetinho a frente do banheiro. A sacola era retangular e havia escrito “Victoria Secret”, eu não acredito. Havia uma calcinha preta média limpa, sutiã preto do tamanho G para meus seios. Acompanhados de um short jeans rasgado e desfiado, e uma blusa branca com um blazer da cor azul marinho. Como ele... Ah, claro. Minha surpresa foi abalada. Como não havia notado isso? Ele me vigiava há mais de dois anos. Aprendeu os meus gostos, roupas, marcas... O fogo da raiva surgiu até a cabeça pensar em explodir.
Atrás da sacola, onde eu não havia reparado, havia uma caixa de papelão também da VS. Era uma bota de cano médio. Ele só podia estar de brincadeira com a minha cara!
Vesti minhas novas roupas, sequei o cabelo com o secador, deixei com o rosto natural e sai com raiva nos olhos do banheiro. Andei indiferente até a cozinha, fingindo beber um copo d’água enquanto pegava uma faca de cozinha de 20 cm. A lâmina dava o meu reflexo de tão linda e brilhando que tivera. Acomodei com cuidado em minha bota nova e me arrepiei ao sentir roçar em minha pele.