CAPÍTULO DEZOITO - POR JOSH

508 37 0
                                    

Acordei.

                Estou deitado em minha cama king size e noto que são apenas 4h da tarde. Droga, esperava que fosse já de madrugada! Estou mais elétrico agora. Estou... Louco por mais. Agora sei o porquê aqueles idiotas caiam em cima dela. Ela conseguia te seduzir da maneira mais simples e desprevenida.

                Eu preciso me controlar. Eu preciso controlar minha compulsão antes de... Não, eu posso ter quem eu quiser. Ela é filha de Steven Blake, o homem que eu odeio! Lembre-se disso, Josh! Lembre-se!

                Saio da cama, coloco uma calça e desço novamente as escadas. Estou sonolento, mas posso enxergar com clareza. Logo noto que a televisão está ligada, mas no mudo. A luz está desligada e só reluz a da cozinha. O rádio está ligado e estou ouvindo Olivia cantar “I Knew You Were Trouble”.

                Ela está no balcão, preparando um sanduíche e totalmente desligada. Eu caminho até a geladeira, e ela para de súbito ao me ver. Ela apenas canta e não se move. Eu sorrio de canto e observo de longe enquanto pego um copo d’água. Ela me olha com um sorrisinho e estou... Controle-se.

                A música acaba e o interlocutor toca outra música, mas não faço ideia de quem canta. Ela rebola de leve, eu mordo de leve os lábios, respiro fundo e jogo o copo na pia. Viro-me de frente para suas costas e vejo-a mover devagar. Suspiro, dou meia volta e sento no sofá. Olho pra trás descaradamente e a pego olhando pra mim. Droga, Olivia, o que você quer de mim? Eu poderia te foder agora mesmo, mas eu quero beijá-la! Não precisamos foder agora, mas quero seus lábios...

                Não paramos de nos encarar. Estou sentindo que estou levantando. Meu corpo está erguido, mas ela desvia o olhar e fica de costas, droga. Preciso me controlar, mas minhas veias estão saltitantes. Sinto dormência no corpo todo, mas sinto que estou aproximando dela. Estou próximo. Eu suspiro em suas madeixas, ela não se move. Aliso seu cabelo até as costas. Ela não se move. Seguro em sua cintura com força e aliso a mesma até o centro da barriga. Volto para a cintura, nossas respirações estão ofegantes, o som está baixo, mas posso escutar nossas respirações.

                Eu a viro lentamente. Encaro seus lábios, seus olhos, seus lábios novamente. Ela olha para mim. Ela não se move. Meus lábios estão próximos dos delas. Ela não se move. Próximo até ela dar um passo pra trás.

                Coço a garganta para quebrar um pouco do silêncio e ela em encara como se soubesse que era o certo, mas estava tentando se alertar de que eu não era o cara certo. E ela estava certa. Eu não poderia fazê-la feliz mesmo se eu quisesse. Ela me odeia no final, e eu tenho razão de ter esse ódio dela.

— Deixe-me beijá-la, Olivia. — Sussurro.

— Não. — Ela diz.

— Por favor.

— Josh, para. — Sussurra. — É um erro, você sabe disso. Cadê aquele ódio que você sente pelo meu pai? Aquela vontade de atirar uma bala no meu peito?

                Eu a encaro e suspiro.

— A única coisa que penso é te beijar e isso me assusta.

                Ela me analisa. Estou louco pra saber o que ela pensa. Louco.

— Eu não te perdoo pelo o que fez. — Diz ela friamente.

— Eu não mereço e não quero o seu perdão.

— E porque não?

— Porque eu não me arrependo. Fiz um favor á ela. — Digo.

— Favor? Liz era inocente e...

— Ela contou pra vocês que tinha leucemia? — Pergunto retoricamente. — Ela disse dos exames? Disse que tinha menos de seis meses para morrer? Ela ia morrer do pior jeito. Eu resolvi. Dei a ela uma morte silenciosa.

                Olivia está com os olhos marejados e eu quero segurar seu rosto, tocá-lo, limpar suas futuras lágrimas, mas estou prostrado. Não me mexo.

— Liz não estava... Ela estava ótima! Você a matou! — Ela grita.

— Não, Olivia. — Digo ríspido. — Ela tinha poucas chances de conseguir sobreviver, minúsculas... Eu dei a ela a chave para não sofrer. Ela mentiu pra vocês porque não queria deixa-las preocupadas. Eu a ajudei!

— Isso é mentira! Liz... Não. Ela era perfeitamente saudável... — Ela gagueja.

— Você quer ser livre? — Sinto minha voz sair fraca, volto a repetir com mais segurança: — Quer ir embora daqui?

                Ela me olha atônita, eu respiro fundo, vou em direção da porta, abro e olho para ela.

— Então vai, doçura. — Minha voz sai entrecortada. Não quero deixa-la ir.

                Ela aproxima, olha pra mim confusa. Seus olhos estão marejados, lágrimas caem enquanto nos encaramos, eu olho pra baixo e logo noto seus movimentos. Ela sai rua a fora. E eu sinto uma dor. Como se eu tivesse levado um soco na cara ou ter sido largado. Ou pior: ter sido abandonado pela filha do meu inimigo. 

SWEET ♦ KILLEROnde histórias criam vida. Descubra agora