Naquela tarde, encontrei apenas algumas sacolas da mesma marca a minha frente. Eu não pude evitar de revistar, mas antes, corri até o banheiro, arrancando a roupa e deixando de lado enquanto entrava no chuveiro.
A porta abriu assim que a água quente tocou meu corpo gélido. Eu tremi ao sentir a presença de alguém, fiquei calada o máximo que pude para não dar bandeira.
— Olivia, você esqueceu essas malditas sacolas. — Disse Josh impaciente.
— O que está fazendo aqui? Saia! — Disse eu.
— Relaxa querida — diz. — Não é nada do que eu já não tenha visto.
— Saia. Agora.
— Você sabe que eu posso abrir essa cortina, não sabe? — Ele provoca.
— Josh. — Minha voz soa como se estivesse assustada, posso notar seu sorriso doentio.
— E... fazer você delirar. — Ele sussurra. — Sabe, não é, doçura?
— Saia, por favor. — Repito.
— Ah, doçura. Qual é. — Ele bufa. — Eu sei que me deseja, eu admito que desejo você.
— Isso só pode ser brincadeira. — Digo.
— Porque diz isso? É verdade.
— Quer saber, saia. Agora! — Digo. — Deixa eu tomar banho em paz.
— Não posso.
— E por que não? — Pergunto irritada.
— Porque só de imaginar que está nua me dá vontade de tocar seu corpo. — Ele diz.
— S... Saia, Josh. — Gaguejo. Noto ele rir de leve.
— Eu gosto de você, doçura. Você é como o anjo e o demônio. — Ele diz. — E eu estou louco pra saber mais sobre seu demônio interior.
E então estou sozinha.
Eu suspiro aliviada e termino de tomar banho. Depois de voltar para sala, deitando-me no sofá e tentando achar algum meio de encontrar o sono novamente... Elle ainda não havia chegado e eu estava apressada para fazer algo interessante.
— Armário, você tem filhos? — Pergunto do sofá, mas sinto que ele só nota que falo com ele segundos depois.
— Eu tinha, menina tola. — Ele responde friamente. — E você?
Eu rio.
— Vou fazer 18 anos, Armário. Não está na hora.
— Ainda bem, sempre use camisinha. — Ele diz.
— Você tem... Esposa?
— Eu tinha. — Ele repete.
— O que quer dizer com “eu tinha”? — Pergunto, me virando de frente para ele. Noto que seu rosto mudou para culpado, desespero.
— Eu tinha uma esposa, Louise. Um dia na volta para casa depois de um dia maravilhoso... Eu estava no carro de trás acompanhados com cunhados. Ela estava com nossos três filhos no carro da frente. — Sua voz é fraca. Ele engole a seco e continua: — Ela não teve a oportunidade. Um carro descontrolado veio em sua direção. Eu observei seu carro rodar no vento em câmera lenta.
— Eu sinto muito. — Sussurro.
— Você realmente sente, não é? — Ele pergunta retoricamente. — Já teve alguma perda, menina tola?