Epílogo

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Notas da autora: Antes que leiam o último capítulo de Live And Let Die, eu sugiro, caso queiram, que leiam essas notas até o fim.

Foram quase três anos escrevendo esta fanfic. Tornou-se algo massivo com o tempo, confesso, mas eu jamais deixaria os poucos leitores que sobraram, na mão. Fui até o fim, como prometi. De coração, eu espero que cada pessoa tenha tido uma boa experiência lendo LALD. Claro, não agradei a todos, mas dei meu melhor por vocês, meu leitores queridos.
Agora eu quero que vocês saibam de uma coisa que nunca deixei escrito aqui, mas que faz parte da realidade de muita gente por aí: a Sofia foi criada para o tributo de uma prima minha que morreu assim como ela. Uma homenagem que eu quis fazer, mesmo que a Adriane (minha prima), nunca veja. Ela morreu com uns 10 anos de idade e levou embora o sorriso de uma grande família. O tempo passou e, como eu falo no capítulo que vocês ainda vão ler, ele cura a mais forte das dores. Essa dor nunca foi minha, eu era muito pequena quando a Adriane morreu, mas devastou todo mundo que já era capaz de entender o sentimento terrível que a perda traz.
Outra coisa que quero que vocês saibam é que a cena de morte de Sofia, onde a Camila vê tudo lá de baixo, aconteceu de verdade. Sofia sendo a Adriane, e Camila, sendo a Andreia, irmã mais velha. Precisei falar com bastante gente, isso fez com que eu colhesse muitas informações ricas. E, como eu acho que todos devem ser sempre lembrados, cá estou eu com LALD.
Essa história eu dedico à todas as pessoas que perderam um ente amado. Todas essas pessoas fortes, que souberam olhar para frente e seguir com a vida. Vocês, guerreiros e leitores, são os motivos que fizeram-me ir até o fim com Live And Let Die. Para vocês, igualmente, eu devo dizer: toda a dor é passageira. Sejam fortes como a Camila foi, mais ainda, como as pessoas mais próximas da Adriane, foram.
Obrigada por tudo mesmo. Estou radiante por ter chegado aqui. Um grande beijo meu.

- Kathleen Herrera.

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Lauren:

O tempo faz bem para quase todas as coisas. Para mim, por exemplo, cada peça que forma a minha vida, deve agradecer ao tempo. O tempo faz cicatrizar; ele cura.

As estações vão se passando, pouco a pouco, uma de cada vez, levando seus dias necessários. E assim é o tempo na vida de uma pessoa. Supondo que as estações sejam as fases vividas e os dias, de fato, sejam o tempo. Vão passando, como tem de ser. Da primavera ao verão, do outono ao inverno. Há momentos bons e ruins no nosso cotidiano. Ora dor, ora prazer... pode ser tristeza ou alegria, toda essa coisa oposta que, no fim das contas, se completam. É exato que sempre haverá essa montanha-russa que define um dia ou mês ou ano que temos a viver. E o sábio e misterioso do senhor tempo, vai levando as imperfeições que precisavam ter caído em nosso caminho para fazer de nós, pessoas mais experientes e prontas para a vida.

Desde o pior momento que Camila viveu até esse dia, passaram-se dezenove meses. Ela tem tentado se recuperar e está conseguindo. Devagar, como o passar das estações. Camila fez o que sentiu que deveria ter feito e eu estive ao seu lado todos os segundos. Quando Sofia morreu, uma parte enorme do coração de Camila se foi também. A reconstrução custa tempo... o tempo. Tudo é tempo, afinal.

Sinto-me certa de que o céu festejou a chegada de Sofi. Aqui, por outro lado, enquanto velavam seu corpo num caixão branco, foi uma comoção e tanto. Pessoas chorando e pessoas se lamentando. Camila, no dia, permaneceu ao lado de sua mãe, que ameaçava sucumbir as pernas toda hora. Ouvia gritos, lamentações, acho que blasfêmias também. Torci para que Deus perdoasse com facilidade uma mãe que enterra o filho. O que mais abalou Camila foi ver a mãe naquele estado. Ela sentiu tanto medo. Disse que se apavorava só de pensar que Sinu poderia ficar sozinha por algumas horas. Temia às coisas que pudessem passar na cabeça de sua mãe. Foi um começo terrível de tão difícil, mas conseguiram vencer essa batalha, onde a vida é a guerra.

Live And Let DieOnde histórias criam vida. Descubra agora