Resultado? Uma noite inteira virando de um lado ao outro da cama, sem fechar o olho nem por um segundo.
Vamos deixar algumas coisas claras, aos que ainda não compreenderam.
Existem vários tipos de mulheres, é claro, todos sabemos disso (não que eu seja expert, porque não sou). Porém tome cuidado com o tipo mais perigoso.
Aquelas que dominam a alma de alguém com a profundidade do olhar e o toque levemente aveludado no tom de voz. Como sereias que, insanamente mexem com seu subconsciente da forma mais devastadora possível.
Esse, era o tipo da Otávia.
Errado seria eu enganar a mim mesmo, e a vocês, dizendo que eu não me sinto extremamente inquieto quando ela, digo, Lira, se quer desvia o olhar em minha direção.
Não é que eu ainda sinta algo, não sinto. Digo, talvez eu sinta, mas fisicamente. É como se o sangue corresse tão mais rápido dentro do meu próprio corpo, fervendo, fazendo tudo girar, a ponto de me deixar enauseado.
Quis levantar para tomar o café da manhã, mas achei melhor pedir para que trouxessem no quarto, evitando assim eventuais (e prováveis) encontros indesejados.
Liguei para Sarah ao final da manhã, mas não tive resposta.
- Oi, meu amor. Tentei lhe ligar algumas vezes mas, creio que esteja ocupada. Me liga assim que puder.
Depois de deixar o recado, fiquei olhando para o celular um pouco inquieto e, percebi que toda vez que eu lembrava do nome da Otávia, acabava automaticamente me sentindo culpado por causa da Sarah, como seu minha mente estivesse automaticamente me julgando por estar inconscientemente pensando nela, ou lembrando dela, ou talvez (e quando digo talvez, quero dizer bem talvez mesmo), querendo ela.
Não demorou muito para o celular tocar.
- Anthony, oi.. Eu não pude atender, me desculpe. Não estou me sentindo muito bem.. podemos nos encontrar outro dia?
- O que você tem?
- Nada de mais, é só um resfriado.
- Eu vou até ai, fico cuidando de você e.. - me interrompeu.
- Não! Digo, não precisa. Está tudo bem. - permaneci em silêncio. - Alô?
- Oi.
- Oi.
- Você está me evitando.
- Oi?
- Oi.
- Desculpe, não entendi.
- Entendeu sim, você está me evitando, Sarah. - a ouvi suspirar antes de começar a falar, como quem busca na profundidade da alma uma explicação convincente o bastante.
- Está tudo bem Anthony, eu estou realmente doente, quero descansar. Eu te ligo, tá bom?
- Tá bom. - esperei que ela se despedisse e, desliguei.
Parei por instantes (impaciente e um pouco irritado), para refletir e, senti minha própria mente me julgando outra vez.
Peguei meu celular novamente, busquei na lista de contados na expectativa de ainda ter o número gravado. Digitei uma mensagem de texto e depois de 5 minutos me auto julgando, enviei.
"Oi, será que você gostaria de sair comigo para tomar aquela velha xícara de chá?"
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Café, insônia, mistério e... Londres?
RomanceA todos aqueles que viveram intensamente as emoções de "Café, insônia, mistério e... anatomia?", a tão esperada e instigante continuação da trama vai surpreender a todos.