PARTE 32 - CAPÍTULO FINAL

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Varias ambulâncias, era o que tinha no local quando eu acordei, Alice estava do lado de fora enrolada em um cobertor falando com um dos policiais. Tentei levantar mas fui contido por uma enfermeira que estava sentada ao meu lado.

— Cuidado, precisa ficar deitado, você teve uma.. — A interrompi.

— Crise nervosa, eu sei. Que bom que ao menos fala português. Me diga, preciso falar com uma moça que estava aqui do lado de fora antes. Baixinha, magra, cabelos amarados meio emaranhados, óculos.

— Vou tentar encontra-la para você, até lá, fique deitado.

— Certo, obrigado.

Assim que a enfermeira desceu da ambulância, Alice se aproximou e subiu, sentando-se no banco ao lado da maca.

— Esta tudo bem? — Ela sorriu.

— Sim, e sua mão como está? — olhou para a mesma que ao que eu acabara de notar, estava com curativos.

— Parece que vai ficar bem. — Uma longa pausa. — Sabe se ele.. — Me interrompeu.

— Ele está bem, infelizmente. — Revirou ao olhos.

— Alice!

— Ai tá bom, foi mal. Mas não consigo desejar nada de bom a ele nem a outra louca lá.

— Otávia! Ela esta bem?

— Af, sim. A encontraram antes de vir para cá. Ela conseguiu entrar em contato com a sua menina de algum celular e chamaram a polícia.

— Sarah? Elas juntas? — Deixei escapar o riso.

— Sim, foi o que eu ouvi dizer. — Em seguida Sarah chegou junto da enfermeira, mais apavorada do que quando nos vimos após minha primeira quase morte.

— Meu Deus, você está bem!

— Vou deixar vocês conversarem. — Alice levantou e desceu da ambulância

Sarah subiu tomando o lugar de Alice e segurou em minha mão.

— Ai!

— Perdão. — soltou assim que reclamei.

— Não, está tudo bem. — voltei a segurar sua mão. — Achei que não te veria mais. Me perdoa por tudo isso, esse transtorno todo, a forma com que lidei com tudo.

— Ei, deixa isso para depois okay? O importante é que tudo ficou bem e, além do mais, Victor vai ter o que merece. Otávia resolveu prestar queixa.

— Ela vai ser presa?

— Não, entenderam como abuso físico e psicológico, portanto, ela não teve culpa sobre os atos.

— Ao menos isso.

Depois de passar por algumas horas de observação, fui liberado e Sarah me levou de volta ao hotel.

— Acho que chega de Londres, não é mesmo? O que você acha de irmos passar um tempo em casa? — Me aproximei dela e como antes, pude sentir meu peito pulsar ao contato de seu corpo no meu. Levei minha mão em seu rosto e dei-lhe um selinho demorado.

— Concordo. Hoje arrumo minhas coisas e, amanhã podemos partir. Afinal de contas, ainda preciso conhecer sua mãe de uma forma que não dentro do hospital né? — Sorriu

— Exato. Pode dormir aqui hoje? Ou vou precisar passar a noite sentindo sua falta?

— Infelizmente preciso passar em casa para arrumar tudo. Mas amanhã cedo prometo estar aqui. — Ouvimos uma batida na porta e ela logo se afastou para atender. Virei-me e aproximei-me da janela ficando escorado nela até que ouvi a voz de Otávia.

Café, insônia, mistério e... Londres?Onde histórias criam vida. Descubra agora