PARTE 8

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Fiquei parado de frente para a porta por longos minutos.

Otávia respondeu minha mensagem confirmando o convite assim que mandei e, eu já estava cerca de 20 minutos atrasado, por falta de coragem de ir.

Respirei fundo e, finalmente abri a porta dando de frente com Lira, que trazia dois copos cheios de chá que foram totalmente derramados em nós dois no choque.

— Porra Anthony! Meu deus, isso tá quente.

— E você acha que eu não estou sentindo? Minha nossa, O que você estava fazendo ai Lira?

— Você me deixou plantada na cafeteria, comprei o chá e trouxe pra você, seu mal agradecido. — Levantei e estendi minha mão para ajuda-la.

— Me desculpa, acabei me atrasando eu já estava descendo. — Juntei os copos do chão e coloquei sobre o balcão que se encontrava ao lado da porta. — Esta tudo bem? Não machuquei você?

— Não, eu tô bem. Acho que me queimei um pouco, talvez.

— Sério? Onde?

— Aqui. — Ela tirou o colete jeans que usava e, baixou um pouco a alça do vestido florido. Virei o rosto de imediato e balancei a cabeça demonstrando reprovação. Mesmo sem olha-la, sabia que ela provavelmente esboçava aquele sorriso.

— Você realmente não leva nada a sério.

— Mas eu estou falando sério, você que nunca acredita. Realmente me queimou, veja. — Assim que a olhei, notei uma vermelhidão próxima ao seu peito que, era de fato uma queimadura leve.

— Vá trocar de roupa, está toda molhada. Vou pedir para que tragam um chá aqui no quarto, lhe aguardo. — Disse enquanto abria os botões da minha camisa e, andava na direção do guarda-roupa.

Depois que Lira saiu, liguei para o serviço de quarto e pedi para que trouxessem o chá, entrei no banho e literalmente me perdi no tempo. Arrisco dizer que tirei um breve cochilo escorado na parede, enquanto a agua morna corria no meu corpo.

— Não deveria deixar a porta aberta, gracinha. — despertei assustado e coloquei a mão na frente do corpo cobrindo o que consegui. Ela estava escorada no marco da porta, com os braços cruzados e olhando para mim.

— Sinceramente, você ultrapassa todos os limites que existem para a humanidade. — peguei a toalha pendurada o mais rápido que pude e enrolei na cintura. Sai do box e andei na direção da porta com a intenção de fechar mais ela se pôs à minha frente. — Qual é o seu problema garota?

— Problema algum, doutor. — meu estômago revirou sem piedade e, eu avancei na direção dela empurrando-a contra a parede e segurei firme em seu rosto.

— Nunca mais repita isso. — fiquei em silêncio por alguns instantes e assim que percebi o que havia feito me afastei soltando-a aos poucos e, logo a vi sorrir.

— Gosto quando você fica bravo. 

Café, insônia, mistério e... Londres?Onde histórias criam vida. Descubra agora