PARTE 21

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Despertei já no quarto, Sarah estava sentada na poltrona ao canto, olhando para a janela sem se mover. Levantei um pouco zonzo e a vi se aproximar assim que percebeu que eu havia acordado.

— Você bem que poderia parar com isso. — disse assim que sentou ao meu lado na cama

— Com isso? Isso o que?

— Isso de desmaiar toda hora. Você fica nervosinho e desmaia. — Não pude conter o riso e, infelizmente concordar com a afirmação.

— Me desculpa, é inevitável. — Contive o riso assim que lembrei da situação — Você esta bem? Eu sinto muito por ter duvidado do que disse.

— Esta tudo bem, não peça desculpas. Caso queira saber, ou seja relevante, os seguranças disseram que não o pegaram. Parece que ele saiu correndo por uma porta nos fundos do hotel.

— O que? Como assim!!! Você vai ficar aqui hoje.

— Não Antho.. — A interrompi

— Sim Sarah. Você vai ficar aqui.. Eu nem quero pensar que você pode encontrar com ele por ai e, se ele voltar aqui ao menos estarei por perto.

— E você vai fazer o que? Desmaiar outra vez ou levar um murro né? Porque seu porte físico não ajuda muito perto do dele.

— Você esta nitidamente me zuando, ou eu estou entendendo errado?

— Querido, realidades não é mesmo? — E sorriu de um jeitinho irônico e meigo, ao mesmo tempo.

Levantei pra que pudéssemos dar um jeito no quarto e arrumei uma cama no chão, já que Sarah pudesse talvez não se sentir muito à vontade em dormir comigo por enquanto.

Depois que tomei banho, voltei para o quarto ainda enxugando o cabelo e, ela já estava deitada. Só que... um pouco diferente do que eu esperava.

— Senta aqui, vamos conversar.. — Me aproximei devagar e um pouco espantado, sentei ao lado dela e a vi chegar ainda para mais perto.

E era aquele olhar outra vez, aquele olhar voraz que ela tinha a meses atrás, que me fazia sentir vivo e querer sentir a todo instante o calor da pele dela irradiando para a minha.

— Falei sobre seu porte físico mais cedo e, acho que estou arrependida..

— Arrependida? Posso saber por quê?

— Porque você está diferente. Seu corpo... — Parou de falar e, por um momento vi suas bochechas corarem.

— Bom, eu ando me exercitando um pouco.. Acha que está ruim? — Sorri e dei uma olhada rápida para meu próprio abdômen.

— Bom, acho que está funcionando. Enfim, acha que pode dormir aqui comigo? Sinto-me mais segura.

Eu não deveria, sei que não. Mas a cena com a Otávia de imediato se repetiu na minha mente. Céus! Não posso, não devo e não quero associar nenhuma delas.

Toda essa situação de ter três das mulheres que fizeram parte da minha vida no mesmo lugar estava me deixando totalmente confuso e, eu já não sabia mais o que eu sentia, e por quem eu sentia.

— Claro. Eu posso mas, gostaria de dizer que estou extremamente afim de beija-la e, talvez quem sabe, somente remotamente falando, eu possa estar com vontade também, de tirar sua roupa... — Me arrependi assim que acabei de falar, mas a expressão de espanto que eu esperava ver na verdade foi, um incrível e devastador sorriso malicioso.

— Então tira!

Café, insônia, mistério e... Londres?Onde histórias criam vida. Descubra agora