PARTE 30

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Maníacos sexuais são pessoas que possuem vício no ato sexual, e precisam agredir ou violentar outras pessoas para se satisfazer durante o ato. Bizarro demais para ser real? Talvez sim, mas existem milhares deles espalhados por ai. Pode parecer apenas um tipo de desejo extremamente horrendo, porém é considerado um transtorno de origem mental e necessita-se de tratamento.
Desculpem, acho que senti falta dos meus diagnósticos extremamente chatos e, admitam, sei que vocês também. Por qual motivo abordamos este tema? Já sabemos. Victor é um desses “Cristhian Grey” inescrupulosos e, neste livro o quartinho vermelho na verdade não é bem o sonho das Anastásias coagidas a agressão.
Depois que Alice se escondeu, consegui ouvir o choro discreto de Otávia enquanto subia as escadas quase que abafado pelos gritos de Victor.
— Me solta, por favor. — Assim que chegaram ele a empurrou tão forte que ela desabou ao chão.
Por uns instantes esqueci de que ainda estava preso e por impulso tentei levantar da cadeira mas, logo fui puxado de volta.
Entre a agonia para conseguir cortar o lacre e a angústia de vê-lo andando na direção de uma vítima, fechei os olhos e pela primeira vez desde a infância, busquei internamente uma força que pudesse me guiar (você pode chamar de Deus, Olorum, Nzambi, ou do que quiser).
Consegui me soltar depois de machucar muito as mãos e, mantive-as para trás até que minha cabeça trabalhasse para pensar em algo para todos sairmos ilesos dali.
— Victor! — Senti minha voz falhar após tomar coragem e falar
O olhar dele era vazio, vazio como o de um predador que observa a carne apenas como carne, e não liga em tirar sua vida para alimentar-se. Tamanha frieza emanava a crueldade em carne e osso, porém nenhum vestígio de alma.
— Que audácia sua se dirigir a mim. — Andou em minha direção, pegou a cadeira à minha frente virando-a com o encosto para mim, sentando-se com as pernas abertas e escorou os dois braços no mesmo.
— Qual é o propósito de tudo isso? Gostaria de entender.
— Isso tudo?
— As fotos, esse seu pseudo-sequestro ridículo. — Ele riu ironicamente
— A meses descobri que a Otávia viria para cá e resolvi mudar minha vida para recupera-la. E ai eu vi vocês dois no corredor do hotel, logo quando eu ia encontra-la de forma triunfal. Desde então tenho acompanhado você na sua vidinha perfeita de merda. O cara super perfeito que sempre foi tudo que ela quis. — Apesar de assustado com a obsessão, precisei rir. — Acha engraçado?
— Na verdade sim, eu acho. Você sempre foi meio burro e não soube ver o quanto ela era cega por você no passado e agora está me culpando e bancando o psicopata por isso? 
— No momento as coisas mudaram engomadinho, minha nova “obsessão” virou me divertir destruindo a sua vida e tudo que te rodeia.
— Você precisa de ajuda, Victor. É um abutre que usa da força para se satisfazer com pessoas que não querem e jamais irão querer se envolver com você.
— Não foi isso que sua namoradinha achou. — Quase joguei tudo por água abaixo quando tomei impulso para avançar nele mas, consegui raciocinar a tempo de recuar e mantive as mão para trás como se ainda estivesse amarrado. — É tão frouxo que não fala nada? — Riu e levantou indo em direção á Lira que estava sentada à beira da janela passando algo que mais parecia um lenço umedecido em seu rosto.
Ao passar por ela, olhou-a de um jeito que a fez tremer e, logo andou na direção da lona esbarrando propositalmente em seu ombro quase fazendo-a tombar novamente.
Levantei às pressas e com passos silenciosos andei até Lira e a segurei pelo braço puxando-a
— Vamos, a gente precisa sair daqui. — Ela puxou o braço recuando.
— Você está maluco? Ele vai matar a gente. Você, eu e sua amiga estúpida que está terrivelmente mal escondida ali. — Sussurrou e apontou para Alice que se encontrava atrás de um pilar, olhei para trás e pude vê-la revirando os olhos.
— Por que você esta aqui? O que te prende a isso Otávia?
— Você! Você me prende a isso.
— Eu? O que quer diz... — Me calei e recuei assim que o vi se aproximar com uma arma.
Dejavu? Tomando tiro por mulheres quantas  vezes na mesma vida? Otávia se pôs na minha frente e se aproximou dele
— Victor chega, isso já foi longe demais.

Café, insônia, mistério e... Londres?Onde histórias criam vida. Descubra agora