Anahí
Está nevando muito quando chego na república e quase escorrego nos degraus quando abro a porta. Entro com cuidado, agradecendo pelas meninas terem ligado o aquecedor e vou direto pro meu quarto.
Assim que fecho a porta do meu quarto, a luz do abajur se acende e eu levo um susto.
- Alfonsina! - me viro na cama e a vejo. - Te acordei?
- Não, eu tenho sono leve e me mexo muito à noite. - ela sorri, sentada na cama. - Você ta chegando do trabalho agora?
- Estou! - suspiro.
- Senta aqui, me conta como foi. Estou sem sono, se importa se conversarmos um pouco?
- Não, tudo bem. - sorrio. - Só não to acostumada a falar sobre um dia de trabalho, noite na verdade. Bom foi tudo bem, servi muitas mesas, aguentei muitos e muitos idiotas. Ah tenho uma coisa pra te contar. - apoiei minhas mãos nas dela.
- Meu Deus suas mãos estão geladas, você usou luvas? - Alfonsina pergunta preocupada, puxa minhas mãos entre as dela e começa a esfregá-las.
- Obrigada! - sorrio, as mãos dela são ásperas e estranho um pouco.
- Perdão. Meus pais tem um sítio e cresci ajudando eles com trabalho braçal. - ela responde.
- Sem problemas. - afasto as mãos dela quando estão aquecidas.
- O que você queria me contar, fiquei curiosa? - ela sorri.
- A vaga no meu trabalho foi preenchida hoje pelo Poncho Herrera.
- O bonitão do hóquei? - ela sorri com malícia.
- O próprio! Acredita que ele me usou de indicação para conseguir o trabalho? - afasto as mãos dela e me levanto. - Juro que tive vontade de contar tudo ao Javier.
- E por que você não contou?
- Porque Poncho conseguiu me surpreender. Além de ter ido muito bem no trabalho, acho que ter perdido o trono ta mexendo com a cabeça dele. Eu fiquei com um pouco de dó vendo todos no bar cochichando pelas costas dele e zombando dele, mas ele parece que está aprendendo alguma coisa, até me pediu desculpas pelas vezes em que me humilhou.
- Que bom, pelo que você me falou dele antes e agora acho que ta amadurecendo sim.
- É um pouco cedo pra afirmar com certeza, mas pelo menos ele parecia sincero em seu pedido de desculpas, espero não estar enganada. - dou de ombros.
- Eu tenho certeza que não se enganou. Você vai desculpar a mentirinha dele? - Alfonsina sorri.
- Por enquanto não vou falar nada pro Javier, eu e Poncho fizemos um acordo. Só iria contar a verdade se ele me causasse problemas e ele não me causou, então por enquanto não vou falar nada. - dou de ombros.
- E sair com ele você vai?
- Não! Por que eu sairia com ele Alfonsina? - pergunto, abrindo a porta do armário e pegando meu pijama.
- Porque ele te pediu desculpas. - ela dá de ombros.
- Não é porque ele me pediu desculpas e me deu uma força no trampo hoje, que viramos amigos. E mesmo se fossemos amigos, eu não sairia com ele. Logo o Herrera vai estar rodeado de novo por suas maria-patins e nem vai se lembrar que eu existo. - dou de ombros, tentando não me abalar com o que acabei de dizer.
- Acho que você ta enganada. - ela sorri e pisca pra mim.
- Alfonsina alguém já falou que você é muito boazinha quando é pra julgar as pessoas? Sério, se você conhecesse o Herrera, entenderia do que estou falando. Deixa eu troca de roupa. - entro no banheiro.
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De Repente Amor ✔
FanfictionPoncho Herrera. Capitão do time de hóquei, leva uma vida perfeita, regrada à festas, sexo, mordomia, sexo, reconhecimento, mulheres e mais sexo. Ao ser acusado de roubar o próprio time, Poncho é expulso não só do hóquei, mas da república onde vive c...