Alfonso
Acordo me espreguiçando na cama e percebo que estou sozinho. Passei o dia fora ontem, tive um jogo difícil à noite, cheguei em casa tarde e totalmente quebrado, com forças apenas pra capotar na cama. Mas valeu a pena o esforço, porque ganhamos.
Olho o relógio e vejo que passa das dez. Sorrio quando vejo o post-it azul colado logo acima do marcador digital.
"Quando estiver pronto, desça. Te amo. Ass: Any!
PS: Tente não brigar muito com as crianças quando contarem como foi ontem na escola."
Suspirando afasto as cobertas tentando imaginar o que meus dois diabinhos aprontaram dessa vez.
Visto a camisa do pijama e sorrio olhando o retrato da nossa família. O quadro gigantesco de nós quatro pendurado logo acima da nossa cama. Eu e Any nas pontas com nossos filhos no meio da gente.
Pra mim essa foto é um lembrete diário do quanto tenho sorte e do quanto amo esses três.
No auge dos seus 36 anos, Anahí ainda é a mulher mais linda que eu já vi na minha frente e mesmo depois de me dar dois filhos ela continua tendo um corpo maravilhoso e me deixando louco. Na verdade, eu acho que ela compete com as crianças pra ver qual dos três me enlouquece mais.
Eu aos 36 anos e como já imaginava estou começando a ganhar alguns fios de cabelo branco. Tive sorte de não ter ficado careca de tanto arrancar os cabelos quando descobri que Anahí esperava uma menina. Fiquei bravo com mini Poncho por ter me sacaneado, eu jurava que ele seria meu amigo e soltaria apenas espermas masculinos. Eu precisava primeiro me acostumar a ser pai, pra depois pensar em ser pai de uma filha. Mas tive que aprender na marra a ser pai e pai de uma garota. Na verdade ainda estou aprendendo.
Encaro minha princesinha e o sorriso dela na foto. Quem vê Lis assim não imagina o terror que ela é mesmo que só tenha 6 anos. Esperta, atrevida e muito teimosa, mas com um coração de ouro ela é uma mistura perfeita minha e da Any.
Seus cabelos são negros como os meus, mas ela puxou os olhos azuis e doces da mãe. Até ela ser contrariada e o gênio dos Herrera's falar mais alto. Lis é agitada, mas se transforma em uma criança calma e atenta quando está tocando piano, aprendeu com a mãe e o avô. Mas basta botar um par patins na frente dela e seu outro lado se revela. Disciplinada e exigente com ela mesmo, Lis me surpreendeu quando disse que queria ser como eu e jogar hóquei e ela só tinha três anos na época.
Achei que tinha sido influência do meu pai, mas Any me garantiu que fui eu quem a influenciou levando-a pra jogos desde sempre. Eu sou o herói da minha filha e me enche de orgulho saber que está no sangue dela a paixão pelo hóquei. Nem preciso dizer o que isso fez com meu pai né? Ele virou um verdadeiro capacho da neta.
Meu olhos vão de Lis para Ben, meu garoto tranquilo. Com quatro anos Ben chegou pra equilibrar as coisas. Assim como Lis é mais parecida comigo, Ben parece mais com Any mesmo que fisicamente seja uma miniatura minha com os mesmos olhos e cabelos.
Ele consegue ser mais doce que a irmã e prefere ficar lendo, sentado tranquilamente num canto ou ouvindo música enquanto desenha, do que ficar correndo pela casa. Isso é claro até sua irmã induzi-lo a se comportar como um verdadeiro Herrera. Ao contrário da irmã ele é estudioso e obediente.
Os dois se completam e se equilibram quando estão juntos, digo a Any que são o Yin e Yang um do outro. São amigos, parceiros, se defendem, são cúmplices e eu não poderia estar mais feliz por um ter o outro. Às vezes me pergunto o que aconteceria se tivéssemos um terceiro filho. Mas Any diz que os dois estão de bom tamanho, que tanto eu quanto ela temos uma rotina muito atribulada e que seria loucura termos mais uma criança.
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De Repente Amor ✔
FanfictionPoncho Herrera. Capitão do time de hóquei, leva uma vida perfeita, regrada à festas, sexo, mordomia, sexo, reconhecimento, mulheres e mais sexo. Ao ser acusado de roubar o próprio time, Poncho é expulso não só do hóquei, mas da república onde vive c...