Capítulo 76

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Anahí

Quando a segunda de manhã chega, não estou com ânimo algum para ir para a faculdade. Apesar de uma parte de mim estar feliz, pois hoje meu irmão vai receber a medula, a outra parte está angustiada com Alfonso no hospital ainda em coma induzido.

A vontade de voltar pra casa aumenta, conforme percorro os corredores e vejo algumas pessoas me encarando. Praticamente o campus todo estava no churrasco de sábado e os que não estavam, já sabem que Alfonso sofreu um acidente de moto, porque saiu como um louco atrás de mim. Mas dá pra ver pelos olhares que a balança está equilibrada. Nós dois estamos sendo culpados pelo que houve.

Entro na sala e continuo ignorando os olhares, sento na cadeira perto de Max e fico só esperando Amber fazer alguma comentário. Mas graças a Deus nada acontece.

- Any fica tranquila. - Max sussurra no meu ouvido. - A maioria das pessoas estão dizendo que o Poncho foi irresponsável. O dono da moto e os amigos dele, disseram que ele saiu bêbado e sem capacete. A culpa não foi sua tá?

- Obrigada Max. - forço um sorriso. - Mas é difícil não me culpar, ele não teria saído com a moto se a gente

não tivesse brigado.

- E vocês não teriam brigado se ele não tivesse baixado aquela lei. - Max dá de ombros. - Ele provocou a briga e o próprio acidente Any. Foi uma fatalidade. - ele pisca pra mim e encerra o assunto.

Fico olhando pra lousa e quando a aula começa, eu tento me concentrar, mas está complicado. Meu corpo está na faculdade, mas a minha cabeça está no hospital.

Olho pra sala, procurando Christian, mas não estranho por ele não estar na aula. Provavelmente está treinando. Lembrar do hóquei me faz pensar em como o time vai ficar mais uma vez sem seu capitão em plena temporada de jogos. Será que Richard vai convocar Christopher pra que mais uma vez ele fique como capitão do time? Seria irônico o cara mais uma vez conseguir ocupar o lugar do seu ex-melhor amigo.


Quando as aulas terminam vejo Maite sair do lugar onde está, mas ao invés de ir na direção da porta, ela sobe as escadas e para na minha frente.

- Posso conversar com você? A sós? - ela pergunta, encarando Max.

- Até mais garotas. - ele sorri pra nós duas e sai.

Estreito as sobrancelhas e volto a sentar no meu lugar. Maite senta do meu lado e fica olhando pra frente.

- Não sei se você reparou que nessa última aula fiquei o tempo todo te encarando. - ela me olha quando termina de falar.

- É percebi, mas muita gente na sala ficou me encarando. Imagino que você está me culpando pelo acidente do Alfonso.

- Bom até onde eu sei, brigar com alguém numa festa não causa acidentes graves. Diferente de dirigir uma moto bêbado, em alta velocidade e sem capacete. Mas não fiquei te encarando por isso. Não é sobre o Poncho que eu vim falar com você.

- Então é sobre o que?

- Sobre o Derrick?

- Olha Mai, entendo que você não acredite em mim, então acho que não temos mais nada pra conversar.

- Eu acredito em você!

- Eu já tentei te explicar o que houve, mas, o que foi que você falou? - olho pra ela.

- Que eu acredito em você. Demorou, mas eu consegui ver a verdade. - ela sorri.

- Como? Quando?

De Repente Amor ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora