Capítulo 18

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Alfonso

Chego na república antes de Anahí, porque infelizmente ela resolveu dispensar minha companhia. No caminho pra casa fico refletindo e começo a entende-la. Não sou o babaca do Oliver, mas infelizmente nós dois temos duas coisas em comum: fomos capitães de times e populares. Então acho que Anahí tem medo que eu faça com ela o que o Babaca Mor fez. Preciso arrumar um jeito de provar pra Any que não sou como ele, mas to completamente sem ideias.

Entro na república devagar, esperando não ter nenhuma surpresa. Tenho certeza que não tem ninguém em casa, porque exceto Anahí, todas ficam na faculdade até a hora do almoço. Às vezes uma ou outra sempre acaba almoçando por lá, antes de ir pro trabalho.

Minha suspeitas se confirmam quando encontro a casa no mais absoluto silêncio. Imediatamente vou pro meu quarto e começo a me vestir de Alfonsina.

Antes de sair, checo minha aparência pra ver se não esqueci de nada e então saio do quarto. Antes que eu possa chegar na sala, a campainha toca. Abro a porta da república e fecho a cara ao dar de cara com Dylan.

- É.... Alfonsina seu nome né?

- Uhum! - aceno com a cabeça. - Do que você precisa? - o olho de cima a baixo, a camisa xadrez, o óculos preto e o cabelo penteado de lado.

- A Any está?

- Não e vai demorar pra chegar. - minto, porque a qualquer momento ela pode aparecer.

- Pode me fazer um favor?

- Qual?

- Entrega esse recado pra ela. - ele me estende um pedaço de papel.

- Pode deixar, vou entregar em mãos. - sorrio.

- Obrigado! - Dylan sorri meio sem graça e finalmente vai embora.

Fecho a porta, vou até o sofá e desdobro o papel. Sei que é feio bisbilhotar nos recados alheios, mas no amor e na guerra vale tudo. Arregalo os olhos ao ver o que Dylan escreveu.

"Any, preciso me encontrar com você. A gente precisa conversar, não aguento mais essa angustia. Acima de tudo você é minha amiga, mas preciso me abrir com você. Por favor, me liga pra marcarmos um encontro."

Fuzilo o papel como se tivesse a capacidade de fazê-lo se desintegrar.

- Oi Alfonsina!

Dou um pulo com o susto e escondo o papel atrás das costas quando Anahí entra.

- Oi! - forço um sorriso.

- Tudo bem? - Any me encara.

- Aham, você me assustou, só isso.

- Você se importa de ir comigo no mercado? Não tem quase nada pra almoçarmos.

- Claro vou sim! - sorrio. Ótimo que ela saia de casa, assim se o Dylan voltar não vai achá-la.

- Obrigada Fonfon, eu vou só guardar minhas coisas e a gente já vai ta?

Aceno com a cabeça e quando ela vai pro quarto, tento descobrir um jeito de sumir com esse bilhete, penso em enfiá-lo no sofá, mas uma das meninas pode acabar vendo.

- Alfonsina vamos? - ouço Any perguntar do quarto.

Num ato de pressa e desespero, enfio o bilhete na boca, faço uma careta e engulo, o que provoca uma crise de tosse.

- Tudo bem? - Any para na minha frente e me encara.

- Uhum. Vamos? - passo a mão pela garganta, e sinto o bilhete descer.

De Repente Amor ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora