Capítulo 09

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Anahí

Meu coração dispara assim que me dou conta do que Poncho está prestes a fazer. Com medo de onde isso vai me levar se eu deixar ele me beijar, o empurro. Meus patins deslizam no gelo e caiu de bunda no chão congelado. Primeiro Poncho parece decepcionado, mas logo em seguida desata a rir.

- Não fica zombando da minha cara, anda, me ajuda a ficar de pé. - estendo as mãos.

- Quem mandou você me empurrar? - ele questiona ainda dando risada e me puxa.

- Você sabe muito bem porque te empurrei. - olho pra ele de cara feia.

- É, eu sei. - ele suspira. - Mas você me empurrou porque não queria, ou porque tem medo de querer?

- Você se acha né? - apoio uma mão no seu ombro e com a outra puxo o cadarço do patins. - Sempre traz suas marias-patins aqui, ai você cria um clima e tenta beijá-las? - puxo o patins e o tiro do meu pé.

- Normalmente eu não preciso criar climas pra beijar ninguém. - responde. - Algumas vezes elas criam climas pra ficar comigo.

- Que sorte a sua então. - respondo, puxando os cadarços do outro patins e não gosto nada da sensação de ciúmes que eu sinto, ao imaginar Poncho beijando uma menina.

- Você é durona assim com todos ou só comigo?

- Só com os que merecem. - pisco pra ele e arranco o outro patins. - Que alívio! - suspiro deslizando meus pés sobre o gelo. - Agora olhe e aprenda Herrera!

- O que vai fazer?

Vou andando de costas e me afasto dele, até minhas costas baterem na borda da pista. Sorrindo com malícia, tomo impulso, saiu correndo e então paro, deixando minhas meias deslizarem pelo gelo.

- Viu? Isso é patinar! - grito pra ele, enquanto meus pés deslizam.

Ouço a gargalhada dele e quando olho pra trás, vejo Poncho arrancando os patins. Ele se posiciona na borda da pista e então corre na minha direção e deixa seus pés deslizarem.

- Vocês deviam jogar hóquei assim é muito mais seguro. - dou de ombros.

- Vou falar pro treinador, tenho certeza que ele vai amar a ideia. - sorri. - Vamos apostar uma corrida, quem chegar primeiro do outro lado, ganha.

Poncho dispara e claro que sai na frente, o cara é um atleta e eu apenas uma estudante de literatura e garçonete nas horas vagas. Quando meus pés deslizam no gelo, admiro as costas largas dele e as pernas grossas, que apesar da calça jeans são bem notáveis.

- Eu ganhei. - ele comemora ao alcançar a borda e se vira pra mim.

Paro ao seu lado, sentindo que meus pés estão virando duas pedras de gelo.

- Segura minha mão, quero fazer uma coisa.

Seguro as mãos dele e Poncho começa a correr e me puxar, dou risada enquanto minhas meias geladas e encharcadas deslizam sobre o gelo.

- Acho que o treinador me mataria se me visse fazendo isso. - ele ri.

Meus dentes começam a bater antes que eu consiga controlá-los.

- É melhor a gente sair daqui, antes que tenhamos que amputar nossos pés. - ele diz.

Aceno com a cabeça e dou um grito quando Poncho me envolve pela cintura e me joga em cima dos ombros dele.

- O que você ta fazendo? Me põe no chão. - bato em seus braços e esperneio.

- Deveria me agradecer, estou impedindo que seus pés fiquem em contato com o gelo por mais tempo.

De Repente Amor ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora