Alfonso
Saio da sala da médica me sentindo derrotado. Eu jurava que ela tinha me ligado para falar que eu era compatível com Connor, mas tudo que ela queria era me agradecer pela campanha que eu fiz, porque graças a mim o número de possíveis doadores havia aumentado e muitas vidas poderiam ser salvas.
- Mas não conseguiram encontrar o doador do Connor entre tantas pessoas? - eu perguntei.
- Sim, encontramos e olha que coincidência, ele é seu amigo. Se chama... - ela pegou a prancheta em cima da mesa. - Kuno Becker.
Cara quando ela me falou esse nome, eu quis amaldiçoar a pessoa que está fazendo isso comigo. Por que justo Kuno tinha que ser o doador? Por que não podia ser eu ou qualquer outra pessoa?
Talvez se eu não soubesse que ele está afim da Any não me preocuparia tanto. Sei que deveria estar feliz porque Connor ganhou um doador, mas entre tanta gente não podia ser outra pessoa? Eu me sinto em desvantagem, como se a garota que eu amo estivesse escapando pelos meus dedos.
Entro no elevador e aciono o andar da pediatria, afim de ir cumprimentar Anahí e a família dela. Com sorte sou eu quem vai dar a notícia de que Kuno é o doador. A não ser que.... Assim como ligaram pra mim, ligaram pra ele e ele já está no hospital se fazendo de herói. Babaca!
Saio do elevador e quando me dirijo pro quarto do Connor, escuto as vozes de Kuno e Anahí. Na mesma hora me escondo, não querendo que Kuno me veja, que descubra que já sei que não sou eu o doador e sim ele. Como eu desconfiava o desgraçado chegou na minha frente e deve estar tirando todas as vantagens possíveis por ser o doador.
Às escondidas encaro Anahí andando ao lado dele e me machuca o sorriso cheio de gratidão que ela dirige à ele. Esses sorrisos deveriam ser dados pra mim e só pra mim. Ela se vira ficando de costas pra onde eu tô e acho que prefiro assim do que ficar vendo a gratidão que ela já sente por ele, aumentar. Kuno salvou a vida dela naquela festa quando Derrick a dopou e agora vai salvar a vida do irmão dela. Dois gestos que eu sei que a Any nunca vai esquecer. Ela e Kuno agora tenho um laço que nunca vai se desfazer.
- Kuno mais uma vez te agradeço por ter doado a amostra de sangue e por estar disposto a passar por esse transplante pra salvar o meu irmão.
- Seu irmão merece ter muitos anos de vida pela frente, eu faria isso por qualquer um. - Kuno sorri.
- Mentiroso! - sussurro espiando os dois.
Volto a me esconder quando Kuno olha na direção do corredor, mas acho que ele não me viu.
- Na verdade Any, não fiz isso só como um gesto nobre pra salvar uma criança. Fiz isso por você Any. Acho que eu to apaixonado por você.
- O que? Kuno...
- Eu sei que você acabou de terminar com o Poncho, mas ele é um babaca, nunca mereceu uma garota especial como você. Já eu te observo faz tempo, passei a te notar mais ainda quando namorou com ele, eu tentei refrear meus sentimentos por você, ficar com outras na época, mas não adiantou e agora que você está livre.... Não consigo mais me segurar.
Kuno agarra o rosto de Anahí e a beija sem dar chance pra que ela responda. Cerro os punhos sem acreditar no que estou vendo e sinto uma fúria assassina me dominar. Vou matar esse desgraçado.
Ele abre os olhos e me encara cheio de malícia antes de voltar a fechá-los. Viro de costas sem conseguir ver Anahí beijar outro. Ele está deliberadamente me provocando, se já queria beijar Anahí, ter me visto foi um incentivo a mais. O desgraçado quer que eu parta pra cima, que eu faça um escândalo na frente dela. Cerro os punhos e decido dar ao Kuno o que ele quer.
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De Repente Amor ✔
FanfictionPoncho Herrera. Capitão do time de hóquei, leva uma vida perfeita, regrada à festas, sexo, mordomia, sexo, reconhecimento, mulheres e mais sexo. Ao ser acusado de roubar o próprio time, Poncho é expulso não só do hóquei, mas da república onde vive c...