Capítulo 21

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Anahí

Assim que Poncho e eu nos separados, ele acaricia o meu rosto e leva uma mexa do meu cabelo pra trás da orelha. Sorrio, enquanto sinto minhas bochechas pegando fogo.

- Quer beber alguma coisa? - ele pergunta, me encarando com aqueles olhos esverdeados. Fico com vontade de ficar olhando praqueles olhos, praquela boca o dia inteiro. Não sei o que ele faz comigo, porque nem com Oliver eu era assim.

- Aham! - aceno, me forçando a responder. "Por favor, seja o autor dos bilhetes!", suplico mais uma vez.

- Então vem, não posso deixar minha namorada com sede.

Forço um sorriso e tento disfarçar o efeito que suas palavras causam em mim. Quando estou com Poncho, tenho que o tempo todo me policiar pra manter meus pés no chão e não viajar demais. Isso que dá ter crescido em uma família rodeada de amor, com pais que sempre amaram música, poesia, livros e que se apaixonaram à primeira vista. Se eu não fosse romântica, ia achar que não sou filha deles.

O problema é exatamente esse. Nem mesmo o que Oliver fez, arrancou o romantismo de mim e apesar de ser bobeira, quero viver um amor como o dos livros, ou como dos meus pais. E cada vez que Poncho me olha desse jeito, cada vez que ele me beija e agora me chamando de namorada, tudo que minha cabeça consegue fazer é gritar: "sim, quero ser sua namorada de verdade. Quero ficar com você todos os dias."

O problema dois é que isso não é um livro e sim vida a real e estou me envolvendo rápido demais, mais intensamente do que consigo controlar. Poncho Herrera só é o cara mais popular da UW, o astro favorito do hóquei. Eu sei que ele não roubou nada, que logo vai provar isso e voltar ao topo do mundo onde vivia.

Além de chover garotas em cima dele, todo mundo sabe como o hóquei exige dos jogadores e como Richard Herrera exige ainda mais do filho. E todo mundo sabe que esses caras não namoram, que eles não têm tempo e nem querem uma namorada. Então não posso me iludir demais, eu nem sei ao certo o que eu sinto por Poncho, que dirá o que ele sente por mim.

Quando encontramos um barzinho perto da pista, distribuindo bebidas, paramos no balcão.

- Não sei o que pedir. - confesso, porque raramente eu vou a festas e bebo.

- Vou pedir algo gostoso e não muito forte pra você. - ele pisca pra mim.

Sorrio e não sei porque me sinto tão tranquila de que um cara peça uma bebida pra mim. Acho que é porque não é qualquer cara, é o Poncho e ele sempre faz eu me sentir relaxada e segura.

Ele não soltou minha mão desde que chegamos e eu gosto disso. Disfarçadamente, encaro nossos dedos entrelaçados e adoro a forma como nossas mãos se encaixam, em como ele me segura com firmeza. Nem mesmo a pele áspera adquirida após tantos jogos me incomoda, pelo contrário, gosto disso, é um diferencial que só ele tem.

Mordo o lábio e olho em volta antes que ele me flagre olhando nossas mãos. Acho que preferia o flagra dele, porque assim que viro a cabeça, vejo Megan e Oliver saírem da casa e chegarem na piscina.

- Droga!

- O que foi? - Poncho me encara e vê o mesmo que eu. - Disfarça, finge que você não os viu, eles se quiserem que venham falar com a gente.

- Preferia que eles não viessem. - suspiro.

Poncho me puxa pra ele e me abraça.

- Tarde demais! Eles estão vindo, já viram a gente. Finge que estou falando algo engraçado pra você e ria. Mantenha o sorriso no rosto quando falar com eles.

De Repente Amor ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora