Seul

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Eu estava completamente sozinha, sóbria e sem ninguém. Sai do restaurante, entrei dentro do táxi e fui para um lugar, um lugar que eu gosto muito e vou só para pensar. Me sentei num banco e fiquei, sentindo a brisa gostosa que vinha da lagoa e é claro, apenas eu ali.

Já era tarde, umas 23 horas e o meu celular tocou.

_ Boa noite meu amor, como você está?_ perguntou Sebastian e eu logo abri um sorriso.

_ Estou sozinha agora, mas está tudo bem._ respondi um pouco caída.

_ Aconteceu alguma coisa? Está precisando de alguma ajuda?_ perguntou preocupado.

_ Não amor, só gostaria de ter você aqui comigo._ respondi e fechei os olhos, imaginando a cena.

_ Meu amor! logo logo estarei aí._ falou e eu sorri._ Acabei de chegar em casa, estou sozinho, preparando um delicioso misto quente._ disse ele e ri.

_ Eu acabei de sair de um jantar com um amigo, uma situação muito complicada._ falei.

_ Que amigo?_ perguntou seco.

_ Henri Harada, acho que você conhece._ respondi.

_ Assim, ele trabalha pra mim, bom saber._ falou e eu ri.

_ Não se preocupe amor, só somos amigos, fica calmo e tranquilo._ falei e ele deu um riso forçado.

_ Tá bom, espero que ele não apronte nada com você, acho que ele não quer ficar desempregado._ falou e eu cai na risada.

_ Pode deixar amor, qualquer coisa eu te aviso._ falei._ Eu vou pra casa agora, pegar um táxi. Você gosta de frio?_ perguntei.

_ Sim, mas sozinho é horrível. Só tenho meus cobertores mesmo._ respondeu._ Já as minhas almofadas, aí com você._ disse se referindo as minhas coxas.

_ Amor, eu vou desligar, te mando uma mensagem quando chegar em casa._ falei e entrei no táxi.

_ Tá bom, estou te esperando._ respondeu e desliguei o telefone.

O táxi foi rápido, me deixou na porta da minha casa e antes que eu entrasse, vi uma pessoa sentada na calçada, em frente a casa da minha irmã. Não demorou muito e pelo jeito que chorava, descobri que era ela mesmo. Atravessei a rua correndo e não acreditei no que vi. Valentina estava segurando uma garrafa de whisky e estava completamente bêbada e desconsolada.

_ O que aconteceu? O que estava fazendo aqui fora?_ perguntei preocupada e ela riu.

_ Não está vendo? Tô aqui jogada, tô nem aí pra nada. Que se foda!_ disse Valentina com lágrimas escorrendo em seu rosto.

_ Venha cá, vamos pra minha casa. Não quero te deixar aqui sozinha._ falei e ajudei ela a se levantar.

Francisca preparou um chá e enquanto isso, ajudei Valentina a tomar um banho quente. Ela colocou um dos meus pijamas e se deitou na minha cama.

_ Me diga, o que aconteceu?_ perguntei novamente e Francisca entrou no quarto com o chá.

_ Foi o Stefan, o desgraçado não pode vir, teve uma reunião importante em Washington._ respondeu morrendo de raiva.

_ Tá, mas o que tem de mal nisso?_ perguntou Francisca e Valentina pegou o celular.

Ela entrou na galeria e mostrou umas fotos pra gente. O Stefan estava na verdade, em uma festinha de aniversário de umas de suas sócias, em Massachusetts. Eu fiquei calada, sem reação... Nunca pensei que ele poderia ter feito isso com ela e ainda por cima, na foto ele parecia com uma garrafa de vinho e com ela no colo.

_ Onde conseguiu essas fotos?_ perguntei.

_ Foi eu mesma, entrei sem querer na página dela._ respondeu e jogou o celular pela varanda.

_ Misericórdia! Tome um chá, vou buscar um calmante._ disse Francisca e saiu do quarto.

_ Valentina, Você é muito ciumenta, muito brava e impaciente. Fica calma, durma e amanhã, vamos conversar direitinho._ falei e ela começou a chorar.

_ Eu quero que ele se foda._ disse e jogou o meu retrato no chão.

_ Não começa! Aqui não é novela pra você quebrar as coisas. Você não é mais criança, se controla._  falei alto e ela deitou na cama, colocando o rosto no travesseiro.

Esperei um pouco e ela adormeceu. Fui no quarto de Theo e me deitei junto com ele. Francisca preparou um chá e ficou na varanda do meu quarto, vigiando Valentina.

Menina Das Rosas BrancasOnde histórias criam vida. Descubra agora