Hey, não estou muito feliz hoje, mas estou aqui como prometido...
— Algodão doce? — questiono a criança ao meu lado quando vejo o carrinho rosa e amarelo passar ao longe.
Eu havia retornado da escola mais cedo e como estava apenas eu e Gabriel, decidi que seria legal tirá-lo de casa.
— Um café seria bem mais aceitável ao meu paladar. — franzo o nariz para a criança, estranhando uma criança negar algo como algodão doce.
— Seu paladar é bem diferente do de uma criança da sua idade e seu palavreado também. — puxo a manga do meu casaco azul para cima e abaixo meus óculos escuros.
— Não é porque sou uma criança que irei comer todo tipo de doce sem saber sua procedência e sobre meu palavreado mais adequado para os adultos eu digo: conviver com muitos adultos por um longo tempo fez isso. — maneia a cabeça e esconde suas mãos no bolso do pequeno terninho. Eu ainda não havia conseguindo convencê-lo a vestir as roupas do irmão de Louis que ficavam em nossa casa, até termos oportunidade de irmos comprar algo que não fosse tão adulto.
— Não quis ofender. — rio encolhendo os ombros e a criança me acompanha.
— Não ofende, você é meu pai. — corre em minha frente após terminar de falar e sobe em um dos banquinhos do parque, se acomodando ao sol fraco da tarde.
O céu já está amarelado e por isso já consigo deduzir que logo meu marido sairá da floricultura.
— O que falamos sobre me chamar assim? — sento ao seu lado e estico minhas pernas que estão apenas cobertas por uma bermuda jeans escuro em um tom quase preto.
— Vocês não me adotaram? Por que não posso ser tratado como filho de vocês? Quando pessoas adotam, elas querem filhos. — fecha os olhos em fendas por culpa do sol e tomba a cabeça para o lado, olhando-me de soslaio.
— Não é tão fácil assim. Quando passamos por algo bem doloroso é difícil se recuperar. Mas não quero falar desse assunto com você, pois é apenas uma criança, não entenderia. — passo a mão pelo rosto e jogo meu cabelo curto para trás. Tendo o sol esquentando meu corpo.
— Por esse motivo Louis, bem, ele não gosta muito de mim? — sem rancor ou magoas, ele pergunta, querendo saber realmente o motivo do comportamento do homem.
— Não pense que ele não gosta, ele apenas foi o que mais sofreu com tudo que passamos. — explico de uma forma que não deixe muito explícito os detalhes. — Ele ainda está frágil. Tente conquista-lo, ele não resiste a uma criança. Louis as ama. — dou uma piscadela e ele concorda.
— Quando se conheceram? — cruza as pernas sobre o banquinho e senta virado para mim, realmente interessado no que havia questionado.
Apenas em lembrar o acontecido eu já rio. Na época em que nos conhecemos eu era realmente atrapalhado, não que eu tenha melhorado muito, e isso deixou meu garoto de olhos azuis consideravelmente irritados no dia.
— Louis trabalhava em uma floricultura no centro. Um dia, na primavera, ele estava arrumando a fachada, enfeitando com algumas flores, dando vida ao lugar. Eu sempre tive que passar por aquele caminho para chegar à faculdade de dança e nesse dia eu estava um tanto quanto atrasado, acabando por não perceber o garoto cheio de flores em mãos. Eu atropelei o amor da minha vida com uma bicicleta. — rio do meu próprio desastre e a criança me acompanha, pondo a mão sobre a barriga e tombando a cabeça um pouco para trás. — Ele me xingou tanto naquele dia, eu chegava a não entender muito suas palavras com sotaque carregado do interior. Para me desculpar, o chamei para sair.
— E ele aceitou? — recompõe sua postura e respira fundo.
— Ele aceitou, mas isso não quer dizer que ele apareceu no encontro. — relembro agora com carinho das lembranças que já se ofuscavam em minha mente, sendo esquecidas e substituídas por brigas sem fim. — Louis... Louis sumiu por duas semanas e depois apareceu com a cara mais sem vergonha do mundo, dizendo que havia dormido demais e perdeu o horário do encontro. — relembro aquele garoto de franjinha caindo sobre os olhos, suspensório que em qualquer outra pessoa ficariam horríveis, e um ótimo jeito com as palavras, conseguindo me convencer em minutos.
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Our Little Angel ▪ L.S. [Mpreg] [EM CORREÇÃO]
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