Olá, pessoa!
Lembro-me da primeira vez que recebi a noticia que seria pai; Nós estávamos apenas a alguns meses casados. Louis preparou um pequeno jantar e ali eu recebi a noticia que seria pai, mas a animação com que Louis me contou que estava grávido não foi nem metade da que ele me contou noite passada. Eu via que seu corpo poderia explodir de felicidade mesmo que estivesse nervoso em me contar, mas todo nosso medo não pareceu afetar sua alegria e eu não poderia estar diferente. Ver seu brilho vivo novamente acedeu algo em mim, ver sua alegria me deu a oportunidade de voltar a sonhar, mesmo sabendo que seria como um gelo fino que é perigoso, que a qualquer momento poderia se quebrar e nós poderíamos afundar, mas, sei que ele estaria aqui firme para me segurar e eu estaria firme ao seu lado para lhe manter forte.
Observo o corpo adormecido do meu marido em nossa cama. Em minha mão o par de sapatinhos que haviam ajudado ele a me dar a noticia que em seu ventre uma sementinha nossa crescia é segurado com firmeza em dois dos meus dedos, enquanto finjo ser pezinhos para com a palma da outra mão eles possam caminhar. Meus olhos piscam em sono, mas toda noite não consegui os fechar e cair em sono, e sei também que não irei fazer mais, pois a porta do quarto abre e Gabriel entra com um sorriso esperto.
― Bom dia! ― sussurra em animação e se abaixa por alguns segundos para tirar as meias que protegeram seus pés do frio que fez de noite. Ele se senta no chão de madeira do quarto e puxa os três pares de meia que os cobriam, quando termina se levanta em um pulo e se joga em meus braços, depositando um beijo em minha bochecha, como todas as manhãs. ― Não dormiu, né? ― segura com firmeza em meu queixo e analisa meu rosto com seriedade.
― Bom dia, filho. ― sorrio feliz, mas seus olhos continuam sérios até abaixarem até minhas mãos, onde os sapatinhos ainda estão.
― Não são muito pequeninos para seus pés? ― suspende sua sobrancelha loira e seus lábios se prensam para esconder um sorriso, mas ele não consegue esconder por muito tempo, sorrindo abertamente sem que eu precisasse dizer nenhuma palavra para explicar. ― Já imaginou com quem ele poderá se parecer? ― sobe em minha coxa e encosta a cabeça em meu peito, brincando com a gola da minha blusa enquanto fala, com calmaria.
― Não. Mas espero que tenha os olhos de Louis. ― ponho os sapatinhos no braço da poltrona e meus braços rodeiam o pequeno corpo em meu colo, trazendo-o para mais próximo.
― Eu imagino os olhos no verão com um verde brilhoso que ofusca até o diamante mais brilhante e no inverno um azul tempestuoso, que esquenta até o mais frio dos corações. ― encolhe as pernas em meu colo enquanto ia ditando o que imagina e fecho meus olhos, criando uma pequena imagem do que diz. ― Os cabelos que ao sol criariam mechas em tons claros que deixariam qualquer pessoa com inveja... ― ri em meio à frase. ―... O bebê será lindo. ― sussurra. Posso sentir seu sorriso contra meu corpo.
― E você imaginou tudo isso? ― apoio meu queixo em seus cabelos loiros e fito meus olhos em Louis, que começa a se mover no colchão. Espero uma resposta da criança em meu colo, mas não recebo de volta, mesmo sabendo que ele ainda está acordado.
Ajeito-o melhor para que possa dormir confortável e volto a focar na cama, onde de lá um par de olhos azuis acinzentados me observam ainda sonolentos. Seus cabelos desorganizados, os olhos pequenos por acordar a poucos, o rosto amassado e com algumas marcas de travesseiro, tudo nele me faz querer acordar e ter essa visão para o resto da minha vida. Por isso sei que escolhi ele há cinco anos quando nos olhamos pela primeira vez.
― Está me deixando sem jeito, Harreh. ― sussurra, com um sorriso que faz seus olhos se apertar e formarem pequenas fendas. ― O que faz acordado essa hora? ― se senta na cama e suas mãos repousam em sua pequena barriga, coberta pele minha camisa que cobre seu corpo.
Demoro um pouco para tirar meus olhos de pequeno homem em minha cama e conseguir achar o relógio no criado mudo, que marca 06h59min da manhã.
― Apenas perdi o sono. ― escondo que não dormi a noite inteira. Ajeito Gabriel em meu colo, para me levantar e ir até a cama, repousando o menino no meu lado da cama. ― Vou preparar algo para comermos. ― Louis segura a criança junto de si para que ela não role para o chão e põe alguns travesseiros para barrar quando ela rolar, se levantando para ir junto de mim.
Adentro o banheiro enquanto Louis busca por um casaco para vestir. Pego minha escova e de Louis, pondo um pouco de creme dental nas duas e espero que ele venha até o banheiro.
― Harry. ― chama simples e eu me viro para porta vendo seu rosto contorcido em uma careta, que não consigo decifra.
― O re? ― murmuro com a escova em minha boca e volto para a pia, antes que o creme dental pingue em minha camisa.
― Você viu o Charlie ou o resto da nossa casa quando acordou? ― cruza os braços e encosta seu ombro no batente da porta, focando seus olhos apenas em mim antes de ver sua escova sobre a pia. Desencosta do batente e para ao meu lado, levando a escova à boca.
Escovamos o dente em silêncio e ao terminar Louis volta a questionar.
― Não, eu não vi o Charlie, mas qual é o motivo para isso? ― visto um moletom rosa e prendo meus cabelos com um elástico preto.
― Vá dar uma olhada no que ele fez. ― somente em ouvir sua frase, meus ombros já se abaixam e libero um gemido desgostoso.
Caminho para fora do closet e depois para fora do quarto, deparando-me com uma bagunça que me faz querer retornar ao quarto e me esconder sob os cobertores para nunca mais sair. Algumas das almofadas da sala estão espalhadas pelo corredor dos quartos e nas escadas há espumas que faziam as almofadas macias, na sala o sofá perdeu a luta e foi destruído com eficiência, o fio da TV já não existe mais e o pequeno jarro da mesa de centro foi quebrado.
― Com certeza ele teve uma guerra com uns dez homens, no mínimo, aqui na sala. Só espero que ele tenha vencido. ― Louis vem logo atrás de mim, mas impeço que continue quando vejo os cacos de vidro. ― Se ele não venceu, apenas ache esse cachorro e mate ele antes que eu faça.
Procuro Charlie pela casa, mas apenas na estufa de Louis que o encontro. O cachorro dorme encolhido sob a mesa de vidro. Seu pelo claro está sujo e gosmento e seu focinho rosa está marrom. Pego o filhote e levo para dentro de casa com um grande esforço pelo seu tamanho, dou um banho que não é nada rápido, já que tenho que retirar toda sua lama e depois eu mesmo tomo banho enquanto Louis seca o cachorro com um secador. Termino um banho e Charlie me segue pelo resto da casa, como se quisesse se redimir pelo que fez de madrugada.
― O que está fazendo? ― sento na beira da cama do quarto de hospedes, único lugar da casa onde tem televisão, sem ser nosso quarto e a sala.
― Shiiu. ― me silencia rápido e sorri para o celular, onde percebo brilhar a foto de Jay na tela.
"Fale logo, garoto. O que tem a me dizer?" a voz animada da mulher soa pela celular e Louis ri. "Diga, Louis William. Não deixe sua mãe ansiosa."
― Não sabe esperar, Jay? Estou pensando em como dizer. ― meu marido faz uma cara pensativa apertando seus olhos e formando um bico em seus lábios, onde não resisto e deixo um selinho.
"Não me diga que entrou em briga na fila do mercado novamente, Louis." me afasto do selinho e rio abertamente, lembrando-me da bronca que Louis recebeu após Jay saber da confusão que ele havia se metido. "Louis William, não acredi-"
― Eu estou grávido, mamãe. ― antes que minha sogra termine sua frase, Louis libera a noticia ligeiro.
"Oh, vocês querem me fazer chorar logo pela manhã?" o fungar da mulher denuncia como ela ficou emocionada com a noticia. "Eu vou ser avó de novo!" exclama para alguém e vários gritos felizes soam ao fundo, logo o som do telefone sendo desligado é ouvido e Louis suspende uma sobrancelha.
Observo a felicidade que aquele corpo pequeno guarda dentro de si e posso descrever como a cena mais linda que já vi.
Não tenho o que dizer aqui, então a gente se vê por aí.
Bjss 💚💙
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Our Little Angel ▪ L.S. [Mpreg] [EM CORREÇÃO]
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