Our Little Angel ▪ L.S. [Mpreg] [EM CORREÇÃO]

• Four •

Achei que não conseguiria atualizar hoje, mas consegui!

O barulho da chuva fina batendo no vidro da janela acorda-me, mostrando que perdi a hora para abrir a floricultura. Pego meu celular sob meu travesseiro e olho as horas, mas encontro uma mensagem da minha gerente dizendo que chegou e abriu a loja. Digo-lhe que não irei hoje e levanto-me.

Vou até a janela do quarto e abro uma parte, deixando um pouco de vento frio entrar no quarto. Caminho em passos lentos até o banheiro onde faço minha higiene pessoal e desço para tomar café. Preparo uma caneca de chá e pego um pacote de biscoito no armário. Junto tudo em uma bandeja e levo para a sala, onde assisto desenhos enquanto como.

Às vezes quando estou aqui sentado imagino um dos filhos que perdi sentado ao meu lado rindo das besteiras que acontecem nesses desenhos e eu assistindo seu sorriso. Então volto à realidade e ela é muito dolorosa.

Harry e eu viemos tentando juntar todos nossos cacos que foram feitos depois de passarmos por todas essas perdas, mas percebo muitas vezes que nós nos perdemos no meio de todos esses cacos. Nós não somos mais os mesmos, somos apenas dois fantasmas de algo que um dia foi nós dois.

As horas passam e logo já será meio dia. Fiz uma maratona de desenhos e nem percebi. Pego a caneca de chá junto com o pacote de biscoito e quando estou no corredor para a cozinha, a campainha toca, fazendo-me parar no caminho e entrar no corredor do hall, indo até a porta. Olho pelo olho mágico e apenas assisto quando um táxi some da minha vista. Estranho aquilo e abro a porta, levando um pequeno susto.

— Olá, sou Gabriel! Fui enviado pelo orfanato Edem e pela senhora Thompson. Seu pedido foi aceito. — empurra-me algumas folhas e passa por baixo do meu braço que segura à porta.

— Espera, como... Quem te trouxe aqui? — fecho a porta e leio os documentos, confirmando que eles são mesmo do orfanato e ali garante que nosso pedido de adoção foi aceito.

Que pedido?

— Olha, gostaria muito de ficar com você, mas tem algo errado. — sigo pelo corredor.

A criança tira a mochila e a põe no canto do sofá antes de se sentar no mesmo.

— Não tem, pode ligar para lá. Eles irão te dizer a verdade. — pega o controle da TV e começa a mudar de canal até parar em um documentário sobre baleias.

— Tudo bem. Olha, não saia daqui, já volto. — corro para cozinha e deixo a caneca sobre a pia.

Pego o telefone da cozinha mesmo e disco o número que está registrado em um dos documentos. Espero alguns segundos e a chamada cai, tento de novo e de novo, mas nada acontece. Deixo um recado na secretária e desisto. Ponho o telefone no lugar e me viro, deixando um grito escapar quando encontro o menino muito perto do meu corpo. Só então percebo sua vestimenta, ele está de terno preto e gravata vermelha.

Por que uma criança se vestiria dessa forma?

— O que quer? — questiono após sair dos vários questionamentos que são feitos por minha mente.

— Um copo de café forte e sem açúcar seria uma ótima, pode me servir um bocado? — seus olhos castanhos me olham sérios e eu me afasto um pouco.

— Não é muito novo para tomar café? — vou para o outro lado da cozinha e encosto minhas costas na pia.

— Então um copo de leite. — dá de ombros e tira seu chapéu, ficando na ponta dos pés para por sobre o balcão. — Sem açúcar, por favor. — escala uma banqueta e se senta.

Sirvo um copo de leite para ele e deixo-o na cozinha, vou para o corredor e pego meu celular. Após alguns toques Harry atende.

"Já estou indo para casa, quer que eu leve algo?"