• Twelve •

3.1K 403 114
                                    

Esse é bem pequeno, mas espero que ele seja fofo...

Largo meu corpo no chão do quarto, em cansaço, enquanto observo Gabriel molhar as patas de Charlie e levar a parede, marcando com a patinha do cachorro, que se mantém quieto, sendo a distração da criança.

Um pincel sujo de tinta verde passa em minha testa. Levanto meus olhos já nem ligando para mais uma mancha de tinta, pois antes de começarmos a pintar o quarto Louis e Gabriel fizeram uma pequena guerra de tinta que sobrou para mim. Possivelmente até em meus tímpanos existe tinta.

— Essa cor combina com seus olhos. — Louis se joga no chão ao meu lado e eu estico meu braço para que ele apoie sua cabeça ali.

— Bom saber. Então agora irei andar com uma mancha de tinta em minha testa. — continuo a observar Gabe e o sorriso que ele dá quando molha sua própria mão na tinta e leva à parede, me faz sorrir.

Ele é uma criança fácil de lidar, se diverte com pouca coisa.

— Poderia virar moda. Eu iria usar uma mancha de tinta azul. — apoia o queixo em meu peito, provavelmente admirando a mesma coisa que eu. — Ele é nosso. Parou para pensar nisso?

A resposta para a pergunta dele era não, eu não havia para pensar sobre isso. Aquela criança era nossa, ela era o filho que nós sempre sonhamos e ela era mais perfeita que tudo que eu já havia visto.

— Pai, Louis, vem cá! — Gabriel interrompe meu pensamento e aponta para a parede. — Faz também. — mergulha a mão na tinta e volta a passar na parede.

— Vamos lá deixar nossa marca nesse quarto. — meu marido se levanta antes de mim e passa por cima do meu corpo, sentando ao lado da criança para poder pintar.

Limpo um pouco a tinta da minha testa com minha camisa e me junto a eles, vendo que abaixo de cada mãozinha há o nome de Gabriel e de cada patinha há o nome de Charlie. Meu filho aponta para um lugar vazio próximo a uma das patinhas do filhote e eu mergulho minha mão na tinta, levando rápido para a parede.

— Hey, o que está escrevendo embaixo da minha mão? — tiro a mão da parede para ver o L que Gabriel desenhava com cuidado.

— Louis. — a criança diz com receio e me olha perdido antes de limpar a mão na bermuda já suja.

— E porque não escrever papai? — prendo a respiração em meu pulmão e me parece que a reação da criança é a mesma. Mordo meu lábio para conter o sorriso, Gabriel se mantém em silêncio encarando meu marido sem reação.

— Porque você não me deixar te chamar de papai. — em uma forma de se distrair, Gabriel joga o cabelo para fora da testa e encosta a cabeça na do filhote, que se mantém​ quieto ao seu lado.

— Hey... — levanta o rosto pequeno para que consiga olhar os olhos castanhos. — Pode me chamar de pai, papai, ou do que você quiser. Eu sou seu pai também, tudo bem? Desculpa-me quando não quis que me chamasse assim.

Os olhos de Gabriel analisam Louis minuciosamente e depois vagam para mim, como se estivesse pedindo permissão para se aproximar de Louis. Concordo. Em instantes o menino está com os braços em torno do pescoço do meu marido, em um abraço caloroso e acolhedor.

Passamos a tarde terminando de arrumar o quarto. O quarto foi decorado com coisas do fundo do mar, escolha de Gabriel.

Quando terminamos já era noite, então pedi uma pizza e comemos enquanto assistíamos uma maratona de Scooby Doo, bom, esse já foi escolha de Louis.

— Vocês parecem mais felizes. — entre os comerciais, Gabriel murmura pensativo. — Por que vocês não eram felizes antes?

Louis larga sua fatia de pizza em seu prato, sou capaz de sentir o quanto seu corpo está tenso.

— Nós não tínhamos motivos para sermos felizes, entende? — se senta de frente para Gabriel no chão, tendo o olhar confuso da criança direcionado a si. — Porque nós éramos incompletos. Precisávamos de algo para nos completar, algo que dinheiro não pode comprar.

— Mas... Por que vocês não tem seus próprios filhos? — dessa vez os olhos de Gabriel se direciona para mim, como se agora quisesse a resposta vinda de mim.

— Nós tentamos, mas eles não puderam ficar conosco, eles tiveram que voltar para o céu, entende? — acaricio os cabelos loiros dele e ele assente com o cenho franzido, como se lutasse para entender. — E então nós recebemos você. Como se você fosse nosso anjinho que veio para nos ensinar a voltar a viver.

Sem falar ou algo parecido, ele apenas vem se joga nos braços de Louis e o aperta como se entendesse tudo que se passou com nós dois, como se sentisse tudo que sentimos.

— Vocês são fortes. — sussurra com o rostinho vermelho.

— Você está nos fazendo forte.

Bjss 💙💚

Our Little Angel ▪ L.S. [Mpreg] [EM CORREÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora