Our Little Angel ▪ L.S. [Mpreg] [EM CORREÇÃO]

• Sixteen •

Era para ser fofo, mas não sei se consegui. Acho que perdi habilidade de ser fofa.

Tiro toda a louça suja da mesa de jantar, jogo o resto da comida no lixo e ponho os pratos na lava louças, querendo terminar tudo com pressa para poder me juntar a Louis, que ajuda Gabriel nos afazeres de casa, na mesa de centro da sala.

Sento-me ao lado de Gabriel, deixando a criança entre eu e meu marido, para que nós dois possamos ajudar. Pego um dos livros que estão espalhados sobre a mesa e começo a ler e ditar algumas coisas para ajudar a criança em suas respostas nas questões de língua inglesa.

— Terminou tudo? — por cima do ombro miúdo, passo meus olhos pelas páginas do livro de língua inglesa e vejo as páginas já feitas. Gabriel assente. — Então vai guardar tudo para comer a sobremesa.

— E o que seria a sobremesa? — ajeita sua calça de pijama azul e junta seu caderno e livro debaixo de seu braço.

— Mousse de chocolate com jujubas coloridas e azedas. — meu marido diz prendendo o riso quando a criança forma uma careta em seu rosto e nega de repente.

— Não, obrigado. Prefiro comer uma maçã. — corre para a cozinha sem esperar nossa resposta e retorna minutos depois com uma maçã em sua mão desocupada, passando direto por nós dois e subindo as escadas correndo, retornando segundos com o material e a fruta em mãos, para deposita um beijo em uma das bochechas do meu marido e depois vem em minha direção, depositando outro em minhas bochechas e uma carícia em meus cachos. — Amo vocês. — torna a sumir no corredor para o segundo andar.

— Eu não me canso de provocar ele com doces. — Louis apoia o cotovelo no tampão da mesa de madeira e o rosto em sua mão.

— Isso quer dizer que a sobremesa não é mousse de chocolate? — puxo Louis para perto de mim e ele põe seus pés em minha coxa.

— Não, é salada de frutas. Ele mesmo me ajudou a fazer. — gesticula em direção as escadas e depois nega com um sorriso no rosto. — Mas amanhã ele come, deixe-o quieto. — seus dedos curtos envolvem meus cabelos e brincam em silêncio. — Vou me arrumar para dormir, logo você sobe? — se levanta e sem que eu consiga me conter, estalo um tapa em sua bunda, que está próxima demais do meu rosto por eu estar sentado na cadeira e ele de pé.

— Só não chuto seu pau, porque não sou tão filho da puta assim. — se vira de frente e puxa a parte de trás do short branco que usa, olhando o que fiz em sua bunda. — Ficou a marca. — enquanto ele resmungo olhando a marca que deixei em sua bunda, estalo outro tapa em sua coxa e finjo que nada aconteceu.

Forço meu corpo a se levantar e corro para a cozinha antes que ele resolva reagir.

— Vou arrancar seu pau enquanto dorme, Harry, depois não dia que não avisei. — grita e some nas escadas, sua risada ficando pelo caminho.

Passo um pano no balcão americano no centro da cozinha e lavo algumas cozinhas que não havia posto na máquina. Espero um tempo até a máquina terminar e tiro a louça de lá para guardar em seus devidos lugares. Subo as escadas e o barulho de água caindo no banheiro do corredor me chama atenção. Como sei que Gabriel já tomou banho, entro sem pensar duas vezes.

O corpo de Louis fica tenso quando percebe minha presença e eu encosto-me na parede próxima a porta, observando ele se banhar. Meu marido olha sobre os ombros, mas se mantém de costas, sei que é por vergonha de me encarar. Mesmo sem ver seu rosto completamente, posso dizer que suas bochechas estão em tom carmesim.

— Poderia sair para eu me vestir? — passa os braços pelo corpo se encolhendo mais. Nego. — Saia, Harreh. — joga um pouco de água em minha camisa, me deixando a vantagem de ter que tira-la.

Ajeito meus cabelos quando já estou sem a camisa e adentro a box, sem me importar com a bermuda que uso.

— Juro que eu queria, mas eu tenho que ir. — espalma meu peito e fica nas pontas dos pés, deixando um selar em meus lábios e saindo do banheiro apenas enrolado em sua toalha.

Meu cabelo escorre em meu rosto pela água que cai sobre ele e eu bufo, espirrando um pouco de água. Tiro minha bermuda e a boxer que uso, aproveitando para tomar banho já que meu corpo está se molhando.

Desligo o chuveiro quando acabo e visto a boxer que Louis iria vestir, a roupa fica um pouco apertada, mas ignoro e saio do banheiro sentindo o frio fora do banheiro me deixar arrepiado. Empurro a porta do quarto, vendo que está encostada e me deparo com o quarto escuro apenas com a luz dos abajures ligadas, quais iluminam apenas os travesseiros da cama e um ursinho de tamanho médio repousado sobre eles.

Adentro mais o quarto e vejo que o mesmo segura algo em sua frente e que em seus pés há um par de sapatinhos.

O nervoso me toma quando apenas com aquilo começo a juntar as peças, mas prefiro não me precipitar, mesmo sabendo que aquilo não poderia ter outro significado. Tiro o teste que o ursinho segura e levo a luz, vendo dois trecinhos e ao lado do urso encontro o envelope com nome de algum laboratório. Não preciso abrir.

— Eu queria esperar até o Natal para te dar, mas acho que o presente não vai ficar guardado até lá. — procuro meu marido pelo quarto escuro e a luz da poltrona perto da janela se acende iluminando meu garoto somente de boxer enquanto algo que não consigo ler está escrito em sua barriga.

"33% in progress"

— Logo todos poderão ver. — passa o dedo indicador sobre a pequena barriguinha e sem que eu perceba, um sorriso se forma. — Eu sei que não iríamos tentar, mas vamos dar uma chance a esse, por favor.

Ponho o teste sobre a cama e caminho até ele, me ajoelhando em sua frente, juntando minhas mãos com as suas, que repousam em sua barriga.

Não vou negar que o medo de ver tudo se repetir está comigo, mas agora me sinto mais forte para enfrentar tudo com ele. Não importa o que venha pela frente.

— Três meses? — junto minha testa com a sua quando ele se curva um pouco e fito apenas seus olhos, podendo presenciar quando as pequenas ruguinhas aparecem em torno dos seus olhos ao sorrir.

— Três meses e meio, papai. — solto suas mãos pequenas, escorregando as minhas para sua barriga, tendo sua pele quente sob minhas palmas. — Não precisa chorar. — suas mãos passam por meu rosto enxugando as lágrimas que não me importo em lhe permitir ver.

— Você não-

— Dessa vez ele vai vir, Harreh. Eu creio nisso, amor.

Tá quase no final, triste realidade.

Bjss 💙💚