E aqui estou de novo com mais um capítulo.
O silêncio predomina no carro e questiono-me se ele havia desistido da ideia, pois se isso acontecer meu mundo irá desabar novamente. Eu depositei toda minha esperança em tentar dessa forma, encontrar uma criança que nos escolha e que nós possamos a escolher, então se ele desistir não sei o que acontecerá dentro de mim, pois algo dentro de nós já está quebrado e os cacos estão constantemente furando e atravessando nossos corações.
De longe, avisto a entrada do orfanato Edem e desacelero o carro, estacionando em um lugar perto do gramado. Espero um tempo antes de desligar o carro e foco meus olhos em Louis, que observa o lado de fora do abrigo. Seus olhos passam por todo o lugar e apertam-se com força ao fecharem-se.
— Louis... — toco seu rosto com cuidado e ele se vira para me olhar. Faço o mesmo para ficar de frente para ele. — Vamos com calma. Podemos entrar agora, apenas conversar com a responsável e ir embora, mas não vamos fazer essa viagem ser inútil.
— Tudo bem. — sua mão pequena acaricia a minha que está em seu rosto antes de tira-la e se virar, abrindo a porta. — Você marcou algum horário? — questiona após andarmos até a porta de madeira maciça envernizada.
— Até o meio dia o horário estaria liberado para visitas. — toco a campainha e o som de sinos reverbera sobre o lugar. — Sinto como se ainda estivesse com febre, meu corpo está doendo. — digo baixo quando Louis se aconchega em meu peito e encosta seu queixo em meu ombro, ficando nas pontas dos pés.
Na verdade não sei ao certo o motivo do meu corpo estar doendo. Pode ser a gripe, com certeza, pois ainda estou um pouco doente, mas também pode ser a combinação de todas as emoções aprisionadas em meu corpo.
— Se quem escolhermos não gostar de nós? — murmuro contra seus cabelos e puxo-o para mais perto de mim.
— Não pense assim.
— Senhor e senhor Tomlinson-Styles, estávamos esperando ansiosos por suas visitas! — antes que nós possamos nos apresentar a mulher de meia idade já sabe nossos nomes. — Vamos, podem entrar.
Seguro firme na cintura de Louis quando ele me olha confuso e apenas o incentivo a entrar junto de mim. A mulher que nos recebeu indica um lugar para nós nos sentarmos e deixa uma ficha nas mãos de Louis antes de retirar-se.
— Por que disse que não havia marcado horário nenhum? — meu marido deixa a ficha ao seu lado no sofá marrom em que estamos sentados e me encara. Seu olhar é se eu estivesse escondendo coisas dele, como se estivesse traindo sua confiança.
— Eu não marquei, apenas liguei pedindo informações. Liguei para o número no informativo que peguei no hospital. — sou totalmente sincero e antes que eu continue a falar uma pequena criança entra na sala em que estamos, tirando um sorriso de mim por suas vestimentas.
Ele veste um pequeno terno preto e um chapéu da mesma coloração. Parece um homenzinho. Ele retira o chapéu em forma de saudação e corre para fora do salão em que estamos, saindo pela porta em que entramos. Ainda sorrindo com a imagem da criança em minha mente, volto a focar em Louis, querendo saber se ele também viu aquela fofura, mas encontro-o concentrado na ficha que nos foi concebida.
— Amor, o... O que colocamos aqui? — a voz ressentida e dolorida de Louis enche meus ouvidos. Pego a ficha e vejo o único espaço em branco.
"Tem ou tiveram filhos?"
E apenas lendo essa frase já sinto a dor que se passa em meu marido, esse era um assunto que estávamos evitando falar. Não queríamos mais lembrar do passado.
–Senhores? Vamos? A senhora Thompson lhes espera para fazer algumas perguntas. – uma mulher mais jovem, na faixa dos trinta, adentrar o salão e sorri para nós, pegando a ficha antes que nós pudéssemos responder a última pergunta.
Levanto-me e a mão de Louis se junta a minha, entrelaçando nossos dedos. Eu não preciso olhar para ele para ver o quanto aquela simples pergunta havia o quebrado mais um pouco. Levo sua mão até meus lábios e deposito um beijo em cada nó dos seus dedos.
Andamos por um corretor extenso e quando menos espero lá está a pequena criança que havia visto a poucos. Agora ele está junto de outros meninos, mas mesmo estando lá, seus olhos estão focados em nós. Ele sorri com seus dentinhos brancos para mim e brinca envergonhado com a barra do seu chapéu. Antes que eu pudesse devolver o sorriso, a porta se fecha e nós continuamos sendo guiados pelo corredor.
Adentramos uma sala com todas as paredes revestida por madeira envernizada em cor clara, sendo iluminada apenas pela luz que adentra da grande janela de onde é possível assistir algumas crianças brincando no gramado na parte de trás do abrigo.
Adentro a sala e Louis segura mais firme em minha mão antes de sentar-se no sofá de dois lugares que foi indicado pela mulher que nos trouxe aqui. Ela entrega a nossa ficha nas mãos da, que agora sei apenas o sobrenome, senhora Thompson e se retira da sala.
— Bom, vamos conversar? — a senhora sorri para nós e respira fundo, passando a caneta por nossa ficha. — Todavia, antes, questiono-me uma coisa. Todas as perguntas vocês me responderam, mas uma ficou em branco, vocês já tiveram ou tem filhos?
E lá está a pergunta novamente. O fungar de Louis volta a me machucar e a dor de perder um filho retorna para me atormentar.
— Nós não conseguimos ter um filho, é nosso maior sonho, mas não conseguimos... Aconteceu um acidente da última vez. — digo tentando omitir a maior parte da história e a mão desocupada de Louis passa por minha bochecha, capturando uma lágrima que nem senti deixar escapar.
— Sinto muito. — após um tempo ela diz com pesar. — Aqui diz que vocês são donos de uma linha de floriculturas e de uma escola de dança, como vão as coisas? — risca algo na ficha e se levanta do sofá em nossa frente para ir até um frigobar no canto da sala, retirando duas garrafas de água.
— A floricultura lida com eventos e, bom, casamentos são nossos principais negócios e isso é uma coisa que nunca falta. — meu marido explica e a mulher deposita as duas garrafas em nossa frente. — E na escola também vai bem, amamos crianças e Harry é um dos professores da área infantil.
— Vocês acham que terão condições de cuidar de uma criança? — volta a sentar em nossa frente. — Vejo que a vida de vocês é bem agitada.
— Com certeza.
Após mais algumas perguntas, nós fomos levados para conhecer o orfanato e conversar com algumas crianças, mas logo Louis pediu para irmos embora e eu compreendi. Então nos despedimos da responsável pelo lugar e voltamos para casa.
Louis novamente quieto no banco do passageiro e um olhar vazio, eu queria falar com ele sobre o pequeno menino que eu havia me encantado, mas Louis estava seco nas conversas, não deixando dar continuidade no assunto.
Gabriel On
O que? Está achando-me muito novo para ter meu próprio ponto de vista? Eu posso ter sete anos, mas posso dizer-lhes uma coisa: eu já vivi muitas coisas a mais que vocês todos, pois eu estou aqui há muito tempo esperando o casal que precise realmente de mim, que precise realmente de mais cor em suas vidas.
Talvez eu não poste amanhã... Talvez
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Our Little Angel ▪ L.S. [Mpreg] [EM CORREÇÃO]
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