• Seven •

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Hey, docinhos! Voltei

Ajeito a coroa de flores que acabei de fazer nos cabelos de Luana, minha gerente, e sorrio amplo quando ela esconde o rosto em vergonha.

— Isso não é para mim, Louis. Combina mais com você. — retira a coroa de flores do cabelo e repousa sobre os meus. — Lindo!

Rio da sua empolgação em me ver de coroa e deixo-a na frente da loja para ir por um tempo na estufa, nos fundos.

As lojas estão com um movimento bem fraco ultimamente. As pessoas vêm perdendo realmente o interesse em flores, coisa que não consigo entender. Como podem perder o interesse em coisas tão delicadas? Se continuar nesse ritmo não será vantajoso deixar as lojas abertas, possuo duas que não fazem mais diferença estando ou não abertas, pois não estão rendendo nada nesses últimos dias.

Entro na estufa e vou direto a pequena muda de heather roxa que começa a crescer forte. Molho a plantinha, não muito para não afogar, e a ponho no lugar, junto com as outras.

Quando pequeno eu era deixado todas as manhãs na casa da minha avó para que meus pais pudessem ir trabalhar e ter confiança de que eu estaria bem. Com isso, sempre vivi em meio a variadas espécies de flores, que minha avó cuidava em seu quintal. Ali que minha paixão começou. Então com dez anos ela me deu minha primeira sementinha de jasmim rosa. Lembro-me que ela me fez prometer que iria cuidar muito bem daquela plantinha em seu crescimento e acho que cuidei muito bem dela, pois ainda está em minha estufa pessoal, em um lugar reservado apenas para ela, como lembrança da minha avó.

— Louis, uma mulher ligou pedindo para que você fosse buscar seu filho na escola, pois ele não está se sentindo muito bem. — tomo um leve susto com Luana e ouço com atenção o que ela diz, franzindo o cenho no final. Ela me parece confusa enquanto fala.

Hoje foi o primeiro dia de Gabriel na escola e depois de grande paciência e esforço consegui deixa-lo no lugar ainda ouvindo os resmungos de que ele não precisava daquilo, pois já sabia tudo.

— Disse o que ele tinha? — passo a mão pelo rosto, afastando um pouco da preguiça que já se estabelece em mim.

— Espera, você tem mesmo um filho? — um sorriso amplo se forma no rosto delicado da garota e eu rolo meus olhos, negando.

— Harry adotou uma criança, agora ele mora com a gente. — encosto minha bunda na mesa de madeira, onde as pequenas mudas ficam e cruzo os braços.

— Espera, deixa-me assimilar tudo; o Harry adotou uma criança sozinho? — desde o início do trabalho de Luana junto de mim aqui na floricultura, ela sempre se mostrou minha amiga, mas existem coisas que não consigo contar ainda para ela.

— É uma longa história, Lu. — confiro se a carteira está em meu bolso e dou um pequeno aceno para ela. — Se eu não voltar, fecha a loja para mim, por favor.

Acreditar que aquela criança está passando mal é um pouco impossível para mim, ele saiu perfeitamente bem de casa comigo, contudo, não vejo problema em busca-lo agora, já que em uma hora ele será liberado.

Estaciono o carro em frente à escola que Harry havia matriculado o menino e espero ele correr até o carro, não demonstrando em nenhum momento estar sentindo-se mal.

— Por que mentiu? — questiono sério quando ele bate a porta do carro.

— Eu não costumo mentir, mas não aguentava mais aquele lugar. Parece uma prisão. — põe o cinto e eu ligo o carro.

— O Harry não vai gostar nada de saber que te tirei de lá mais cedo. — aceno para a mulher, possivelmente professora de Gabriel e afasto o carro da escola. — Não quero nem ouvi-lo surtar.

— Como está indo a floricultura? — ajeita a mochila em seus pés e empurra a bandana que Harry havia posto em seus cabelos hoje pela manhã, para cima.

— Nada bem, não esta- Hey, não tenho que falar nada disso com você, mocinho. — corto minha própria fala e a criança deixa uma gargalhada sair.

— Já pensou em fazer um tipo de festival de flores? Seria legal, sabe? As pessoas comprariam flores, veriam tipos que estão quase instintos e flores de novas espécies, com isso você chamaria atenção para a loja e ganharia dinheiro. — vai enumerando em seus dedos o que eu poderia fazer e cruza as pernas em forma de indiozinho no final.

— É uma boa ideia. — sussurro olhando disfarçadamente para a criança.

— Óbvio que é! — balança as mãos no ar e olha para fora da janela quando passamos em frente a uma Starbucks.

— Convencido. — sussurro e o corpo da criança treme enquanto ela ri. — Quer um cappuccino? — estaciono o carro perto do Starbucks e os olhos castanhos são direcionados a mim brilhantes enquanto Gabriel passa a pontinha da língua pelos lábios.

— De caramelo. — a empolgação é tanta que o pequeno se esquece momentaneamente de retirar o cinto de segurança, ficando preso por alguns instantes.

Depois de ajudá-lo acabo comprando um Caramelo Macchiato para a criança e um chai lattes para mim. Retornando ao carro, deixo meu copo no suporte e Gabriel beberica sua bebida quente com lentidão. Penso em retornar a loja, mas desisto quando vejo a criança bocejar. Com certeza não está acostumado a acordar cedo.

Estaciono o carro na garagem automática e desligo o carro. Guio Gabriel até a entrada da casa pela garagem e antes que eu consiga abrir a porta totalmente tenho um Harry grudado em meu corpo.

— O Gabriel fugiu da escola. — Harry quase me enforca. Tento afastar ele para que ele possa ver a criança parada ao nosso lado.

— Para de ser lerdo, Harry. O Gabriel tá aqui, não o perdemos. — digo embolado quando consigo respirar devidamente. Possivelmente meu rosto já está tomando uma coloração avermelhada.

Harry funga mais tranquilo e sorri como se não tivéssemos visto seu pequeno drama.

— Querem me ajudar com a janta? Irei fazer pizza caseira. — enxuga as lágrimas e acabo rindo.

Faço um high five com Gabriel e adentro o corredor da casa que é onde dá a escada da garagem. Gabriel sobe para o quarto e eu sigo para a cozinha.

— Você está bem? — pergunto quando o vejo pegar a massa da pizza e jogar com uma força maior que a necessária sobre o alumínio da pia.

— Claro, estou ótimo, apenas alguns problemas na escola. — bate novamente a massa e eu me afasto um pouco pelo susto. — E como você está? Como foi na floricultura? — devolve a massa para a vasilha que ela estava antes de sofrer o espancamento desnecessário.

— Estou vendo que você não está. Me conte, H. — passo as mãos por suas costas e o viro para mim, repousando minhas mãos em sua cintura.

— Eu apenas... Apenas achei que ele tivesse fugido, que não quisesse mais estar conosco. — a armadura de homem forte que Harry havia formado ao seu redor cai e ele se mostra tão frágil quanto eu. — Acho que já me apaguei a ele dê uma forma que não consigo explicar.

— Tenho certeza que ele já se apegou a nós também. — sussurro com carinho e tranquilidade, querendo lhe passar a confiança que ele tem me passado todos esses dias.

— Tudo bem. Eu só fiquei nervoso com tudo. — sorri mais calmo e passa os braços por minha cintura, levando-me a encostar em seu peito. — Então quer dizer que vocês passaram um tempo juntos? — sussurra contra meu pescoço e acabo me arrepiando em reflexo.

— Eu fui buscar ele mais cedo, por isso você não o encontrou lá, e depois passamos em uma Starbucks antes de virmos para casa. Ele tem se mostrado uma criança bem apaixonante.

— Sim, ele é. .

Perguntinha: Vocês preferem que eu continue atualizando com capítulos um pouco pequenos, mas todo dia ou uma vez na semana e capítulos grandes?

Bjss 💙💚

Our Little Angel ▪ L.S. [Mpreg] [EM CORREÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora