40. Febre, Verdura, Sono

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Rian

Abri os olhos devagar e respirei fundo, minha garganta estava seca, me sentia quente ao mesmo tempo que estava com frio, febre? Talvez. Leeyn ainda estava com o rosto no meu pescoço, minha perna estava por cima da sua cintura enquanto ele ainda abraçava a minha. Me sentei devagar na cama e percebi que estava todo suado, minha respiração estava pesada e a minha cabeça estava doendo.

Me levantei da cama e fui em passos lentos até o banheiro, liguei a torneira da banheira e enquanto isso tirei a roupa, eu realmente estava suado, quando a água já estava boa, entrei na banheira e fechei os olhos, eu ainda estava com sono, passei o sabão rapidamente no corpo e deitei a cabeça na borda da mesma, fechei os olhos e apaguei.

●●●

Leeyn: Rian.-escutei Leeyn me chamando e abri os olhos.-desde quando você tá aí? Essa água tá congelando, sua boca tá roxa.-falou me pegando no colo e me colocando em cima da pia.

Eu: eu acho que estou com febre, ou estava, só ia tomar banho.-falei tremendo.

Leeyn pegou a minha toalha e começou a secar meu cabelo, quando ele passou para as minhas costas, gemi de dor e segurei o braço dele.

Leeyn: desculpa.-murmurou.-podia ter me chamado.

Eu: você parecia cansado.-respondi apertando os olhos.

Leeyn: eu vou te bater se não me chamar na próxima vez que se sentir mal.-falou fingindo estar sério.

Eu: vai é? -levantei uma sobrancelha e ele começou secar as minhas coxas.

Leeyn: pode acreditar que eu vou.

Eu: isso não seria certo.-fiz bico.

Leeyn: não seria mesmo... Mas não é certo um doente sair por aí sozinho e dormir dentro de uma banheira.-colocou a toalha por baixo das minhas coxas.

Eu: a culpa é do sono.-falei e Leeyn me pegou no colo e me largou na cama.-minha blusa.-tirou da minha mala.

Eu: tá na minha mochila, agora é minha.

Leeyn: minha, mas eu te empresto.

Eu: roubei, agora é minha.

Ele riu baio e me entregou a blusa, eu coloquei a mesma e olhei para Leeyn, ele estava usando uma calça de moletom. Fiquei em pé na cama e fui até o meu lugar, lá me deitei e Leeyn me olhou fazendo bico enquanto chegava mais perto, me abraçando de novo e deixando o rosto no meu pescoço, coloquei minha perna novamente em cima da cintura dele, sentindo o mesmo colocar a mão na minha coxa e subir um pouco. Eu realmente ainda estava com sono, mas eu também estava com fome.

Eu: estou com fome.-falei e me levantei, ajeitei a blusa e fui até a porta.

Leeyn: vai ir assim?

Eu: já fui.-sai do quarto rápido e fui até a cozinha.

Adrian: finalmente, eu já ia acordar vocês, você é o Leeyn tem que comer.-falou quando eu entrei na cozinha.

Eu: cadê os outros?

Adrian: Dilan está em algum lugar pela casa, Andy e Cowen estão dormindo no quarto, N tá dormindo na sala, os outros estão assistindo TV, ou talvez dormindo nos sofás.

Eu: hun... o que tem pra comer?

Adrian: macarrão, com bastante vegetais.-falou colocando dois pratos de em cima de uma bandeja.-podem comer no quarto... e se o Leeyn não comer os vegetais eu vou...-fez uns movimentos com a mão e eu ri.

Eu: certo.

Peguei a bandeja e voltei para o quarto, quando entrei, fechei a porta com a ajuda do pé e olhei para o Leeyn.

Eu: é macarrão, Adrian disse que é pra você comer os vegetais ou ele vai enfiar eles na sua garganta, até chegar no seu estômago.-falei subindo na cama e largando a bandeja em cima da coberta.

Leeyn: eu não gosto disso.-falou manhoso e pegou um prato.

Começamos a comer e eu fui o primeiro a terminar, meu estômago estava implorando por comida, quando eu terminei só faltava "os verdes" para o Leeyn terminar, mas ele ficava encarando aquilo como se estivesse conversando com a comida.

Eu: te dou 10 segundos para comer isso... 1...

Leeyn: eu não gosto de vegetais, tem gosto ruim.-fez bico.

Eu: 5...

Leeyn: o que? Mas você acabou de contar o 1.-falou arregalando os olhos.

Eu: 10.-peguei os meus talheres e finquei eles nos vegetais, coloquei tudo na boca e me levantei da cama pegando a bandeja.

Antes de sair do quarto olhei para Leeyn e fiz sinal de silêncio, ele assentiu e eu fui em direção a cozinha novamente.

Adrian: nossa, foi rápido, é quase impossível fazer o Leeyn comer vegetais.-falou desconfiado.-você que comeu, não é?

Eu: claro que não, falei que se ele não comesse, eu iria fazer um suco de alface para ele.-menti largando tudo na pia.

Adrian: estranho, bom, agora meu papel de mãe acabou, vou atrás do meu namorado pra poder dormir com ele também, não é possível que eu deixe ele de lado, inadmissível.-falou para si mesmo.-ele precisa do meu amor e do meu carinho também.-se levantou.

Eu: sim.-concordei rindo.

Adrian: gosta de vegetais, Rian?-perguntou quando eu ia sair dali.

Eu: nem um pouco.-falei indo para o corredor e escutei uma risadinha baixa de Adrian.

Eu realmente odeio vegetais, aquele gosto amargo, da vontade de cuspir tudo em alguém que a gente não goste. Entrei no quarto e fui direto para o banheiro, precisava escovar os dentes urgente para tirar aquele gosto de "verdes".

Eu: eca.-murmurei saindo do banheiro, pensando no gosto daquilo.

Leeyn: é muito chato ficar aqui sozinho.

Eu: você acha?-me joguei na cama.

Leeyn: sim, não tem nada que chame atenção.-falou me agarrando de novo.

Eu: não precisa ter nada que chame atenção, só o fato de estar deitado em uma cama já é ótimo.

Leeyn: é... dá pra fazer muitas coisas em uma cama...-murmurou.

Eu: é... tipo dormir.

Puxei o meu travesseiro e abraçei o mesmo, quando eu fiz isso, a camisa subiu um pouco, mas eu não ajeitei, fechei os olhos e me preparei para dormir.

Leeyn: ... é bom de mais.-senti ele me abraçar e deitar a cabeça perto da minha nuca, deixando sua respiração ir ali, uma das suas mãos ficou entre as minhas coxas.

E assim nós dormimos de novo, realmente, todos estavam cansados.

Adrian

Saí da cozinha rápido, fui em direção a área da piscina e percebi que Dilan estava lá, só olhando os cachorros com uma cara de sono.

Eu: Dilan.-chamei baixinho e ele me olhou.

Cheguei perto dele e beijei o mesmo, um beijo calmo, só para matar a vontade, depois daquela pressão toda.

Eu: vem, vamos deitar, você tem que descansar.

Dilan: não precisa, eu estou bem.-falou baixo.

Eu: sshh, venha.-segurei o pulso dele e puxei o mesmo.

Fomos para o quarto e nós deitamos.

Dilan: estou cansado.-admitiu.

Eu: então descanse, já passou, pode dormir, nada vai acontecer.-falei passando a mão no cabelo dele.

Foi rápido, nós dois fechamos os olhos e em segundos dormimos.

Eu: eu te amo.-sussurrei abraçando ele mais apertado e senti o mesmo corresponder, não pude evitar de sorrir.

Dilan: eu te amo.-a voz dele foi bem baixa, mas graças a calmaria da casa eu consegui escutar.

Não vou te deixar ir, você é diferente Dilan, me faz muito feliz.


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