IX

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Victória

Ótimo, talvez minha opinião sobre Jhon estivesse sujeita a mudar, ele apresentou uma proposta que me agradou. Eu sempre tive curiosidade em adentrar o Hanva. Até lá teria tempo o suficiente para melhorar meus poderes de defesa. Claro, meu corpo é imbatível, mas tinha de aprender a tornar meus amigos invencíveis também, expandir o meu escudo, isso seria uma vantagem e tanto.

Outra coisa que tenho em mentes é aprender a usar meu lado feiticeiro, não sei quem era minha mãe, mas sei que ela era uma feiticeira, isso talvez possa permitir-me de alguma maneira encantar minhas flechas.

Caminhamos sem parar, na direção Leste, sempre seguíamos pelas florestas, para dificultar nosso rastreamento, só os lobos que uma ou duas vezes nos surpreendiam.

Não fomos atacados desde o amanhecer quando partimos, seguimos pela floresta até alcançar um vilarejo. Já estava entardecendo, o sol já desaparecia no horizonte.

Jhon e Kiff estavam com fome, resolvemos sair da floresta e passar pelo vilarejo.

— Atenção, vocês dois, Rádiuzz e Jhon. — Seymon chamou atenção para explicar algo a eles. — Geralmente nós preferimos evitar vilarejos e cidades, mas quando é necessário adentrá-los, nós tentamos não chamar atenção.

— Entendi. — disse Rádiuzz. — E o que fazem?

— Usamos aquilo!

Seymon apontou para Kiff, então ele retirou de uma fenda dimensional, alguns capuzes escuros.

— Nós vestimos isso, para que eles pensem que somos forasteiros. — Seymon vestiu o capuz, escondendo todo seu corpo e rosto.

— Entramos, pegamos o que é necessário e saímos como se fossemos apenas forasteiros? — concluiu Rádiuzz.

— Já está pegando o jeito. — falou Nihara, tentando chamar a atenção dele.

Ele a olhou, um tanto tímido.

— É acho que sim. Obrigado.

— Isso é ridículo. — protestou Jhon olhando para o capuz em suas mãos. — Não vou vestir isso, e ninguém vai me obrigar.

Todos nós vestimos um capuz, exceto Jhon, Seymon ficava lindo daquele jeito. Saímos da floresta e caminhamos em direção ao vilarejo, enquanto nos aproximávamos, Rádiuzz avistou fumaça, saindo de casas, passamos por uma placa que dizia:

Vilarejo Oterhay

A placa estava quebrada e nela havia uma marca, como se uma criatura com garras tivesse passado por ali.

— Isso está me soando muito estranho, acho melhor ficarmos de olho. — advertiu Jhon. Tentando demonstrar preocupação.

Quando nos aproximamos um pouco mais, pude ver que todas as casas, ou pelo menos a grande maioria estava destruída, devastada.

A princípio, meu palpite era que aquele lugar havia sido saqueado por ladrões, algo comum em Lycar, mas conforme caminhávamos pelas ruas desertas e um tanto medonhas daquele vilarejo, pude ver pelo canto dos olhos, que em algumas casas ainda havia pessoas se escondendo.

Mulheres abraçando seus filhos e nos espiando por buracos que foram abertos em seus lares.

— Mas que droga de coisa passou por aqui?! — se queixou Jhon.

— Seja lá o que for, fiquem atentos. — ordenou Rádiuzz. Eu admirava a atitude de liderança dele, Rádiuzz era corajoso. Só me pergunto se Seymon se incomodava com aquilo, já que ele sempre fora o nosso líder.

A Sombra dos Deuses - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora