XXXIII

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Kiff

Esperança habitava em meu coração, as palavras de Rádiuzz haviam corroído o medo dentro de todos nós.

Lá, dentro do círculo feito por Daemons, Phobos começara a perder sua patente e Rádiuzz, mesmo estando fraco, sem a habilidade de curar-se e tonto, detinha a vantagem. Empunhando a espada, Rádiuzz energizou um raio, que correu por todo seu corpo, até atingir o fio de Rav Asimí, tornando-se prateado. Fincou a espada e o raio correu por todo o chão, os Daemons que o cercavam, tornaram-se estátuas de prata.

Rádiuzz olhou para Phobos.

Agora somos apenas você e eu! Moveu os lábios, intimidando o deus do medo.

Ele investiu à frente, para atacá-lo. Phobos, muito malandro, desapareceu nas trevas e ressurgiu do outro lado do círculo, porém Rádiuzz era inteligente, centímetros a sua frente um portal dimensional se abriu e ele o atravessou, cravando sua espada no peito de Phobos, que por sua vez vomitou sangue, agonizando-se.

Sua forma tremeluziu e uma garota albina, com cabelos brancos e curtos tapando um dos olhos surgiu no lugar de Phobos. Lágrimas escorreram de seus olhos de um azul tão claro que chega a parecer branco. Rádiuzz se viu segurando a espada que atravessava Nihara.

— Rádiuzz... Por que está me matando? — disse Nihara, enquanto sua voz falhava. — Por que cravou sua espada em mim.

Rádiuzz olhou para suas mãos sujas pelo sangue que escorria até elas e largou a espada cravada em Nihara.

— Nihara! — Rádiuzz passou a chorar. — Me desculpe, eu não quis mata-la.

A ilusão de Phobos era tão realista que induzia minha mente a acreditar que realmente era Nihara quem estava ali.

— Me perdoe meu amor. — disse Rádiuzz olhando para ilusão de Nihara. — Mas eu não estou lhe matando, mas sim Phobos!

Ele rasgou mais ainda o ferimento com sua espada de prata, então Nihara tremeluziu e Phobos reapareceu.

— Vai apodrecer no Tártaro, junto de Quione. — concluiu Rádiuzz, enquanto retirava sua espada do peito de Phobos, que caía agonizando-se ao chão. — Maldito.

Com as poucas forças que lhe restavam, Rádiuzz moveu as mãos e as estátuas dos Daemons de prata se moveram para longe, como se ele controlasse o metal.

Rádiuzz estendeu os braços e todos os olíceros que salvamos nas masmorras correram para abraçá-lo. Victória, Seymon, Jhon, Eydan, todos nossos amigos correram até ele, então os acompanhei.

— Você conseguiu. — Victória o abraçou feliz.

— Parabéns. Tenho orgulho de lhe chamar de Ômega! — Eydan estendeu as mãos para Rádiuzz, porém ele estava fraco de mais para qualquer coisa.

— Deem espaço para ele respirar. — avisei. — Seus poderes de cura não estão funcionando.

— Como isso é possível? — questionou Seymon.

— Não sei. — respondi. — Ele perdeu muito sangue, precisamos estancar os ferimentos.

— Foi o medo! — advertiu Eydan. — Alguns de seus poderes foram bloqueados por conta do medo, mas isso vai passar logo, eu acho.

Rádiuzz mal conseguia raciocinar o que estava acontecendo, ele largou sua espada ao chão, que no mesmo instante transformou-se na grande moeda de prata. Os outros se afastaram, apenas eu e Victória ficamos cuidando dele, talvez esperando alguma reação.

A Sombra dos Deuses - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora