XIX

106 10 0
                                    

Rádiuzz

Depois de brigar com um olícero aparentemente idêntico a mim, eu só tinha uma pequena duvida.

— Jhon! — chamei sua atenção. — Como você conseguiu nos parar?

— Eu nunca contei pra vocês? — ele questionou.

— Do que está falando? — indagou Nihara.

Jhon respirou fundo.

— Pois bem, vou contar isso a todos, para que fiquem cientes.

Todos se aproximaram de Jhon, enquanto caminhávamos em direção as fronteiras do Lycar.

— Para toda força existe um fraqueza. — afirmou Jhon. — Portanto, vocês olíceros, sendo extremamente poderosos, tem uma fraqueza no mesmo nível...

— A maldição da Lua de Sangue. — opinou Eydan.

— Não! — exclamou Jhon. — Maldição é diferente de uma fraqueza.

— Mas então o que é? — insistiu Seymon.

— Quando os olíceros sofrem algum tipo de dano, se regeneram no mesmo instante correto?

— Sim... Com muita dor, mas sim. — afirmou Nihara.

— Sua raça tem o corpo indestrutível, uma perfeita maquina de guerra... Porém, para compensar tamanho poder, a alma de todo olícero é frágil, como um inseto.

Naquele instante meu coração pareceu bater mais forte, e fiquei preocupado.

— Portanto, qualquer um que tenha poder sobre almas, como eu, um Ladrão de Almas, pode facilmente matá-los...

Todos ficaram num silêncio congelante, até paramos de caminhar.

— Podem até fugir da maldição, mas se alguém como eu ou Hades, tocar em suas almas, adeus mundo, para os olíceros.

— O que Jhon diz é verdade. — afirmei. — Até agora sinto o latejar de uma dor diferente em meu pescoço.

— Como sabe disso! — perguntou Eydan alarmado. — Quem mais sabe de nossa fragilidade?

— Apenas eu sei disso. — Jhon assegurou que não estava mentindo. — Certo dia eu arranjei confusão com um olícero, quando toquei em sua alma, ela se dissipou e aquele corpo explodiu liberando sua essência.

— Isso é terrível. — disse Nihara chorando, então eu a abracei.

— Isso não funciona comigo! — exclamou Victória. — Quer dizer, funciona, mas eu posso anular seu poder.

— Quer tentar a sorte? — perguntou Jhon.

— Que assim seja! — ela respondeu.

— Victória! Não... — Seymon estava preocupado. — Sabe o que pode acontecer?

— Claro que eu sei, mas quero tentar uma coisa, talvez uma forma para nos proteger. — Victória colocou a mão de Jhon em seu peito. — Toque em minha alma.

Jhon parecia fazer força, acho que ele estava tentando atravessar o corpo de Victória e tocar sua alma, assim como ele fizera com os Guerreiros Olimpianos, na noite em que caí na Terra, mas não estava conseguindo.

— Eu não entendo... — Jhon olhou para suas mãos. — Como não está funcionando?!

Ele apertou o antebraço de Seymon, que no mesmo instante gritou de dor, quando soltou, a pele de Seymon estava vermelha com a marca da mão de Jhon, expelindo fumaça.

A Sombra dos Deuses - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora