A Sombra dos Deuses - Livro 1

XXXVI

Victória

O que realmente me preocupava, era Rádiuzz. O Ômega já dormia há muito tempo, talvez mais de dois dias.

Entramos no castelo e caminhamos pelos corredores, subimos por escadas e seguimos em direção ao quarto onde Rádiuzz estava. Tudo se mantinha iluminado por tochas.

Chegando lá, avistei Kiff, Eydan, Jhon e Hílary. A olícero curandeira encontrava-se ajoelhada diante de Rádiuzz, ainda inconsciente. A chama magenta ardia sobre as mãos de Hílary e o corpo de Rádiuzz, o fogo não emitia calor, porém a luz tomava conta de todo o quarto e rajadas de vendo misteriosamente emanavam da chama.

Kiff se aproximou de nós e cochichou.

— Onde estavam? — questionou Kiff preocupado. — Não deram as caras durante cinco dias!

Seymon e eu nos olhamos abismados, conversamos durante cinco dias! Era incrível como o tempo passava rápido quando estávamos juntos, nos amando.

— Rádiuzz não está reagindo. — explicou Kiff. — Ele respira e seus batimentos cardíacos estão normais, porém parece estar num transe constante, não abre os olhos... Não move um musculo se quer!

— Estou preocupada com ele. — afirmei.

— Hílary está fazendo uma terapia. — avisou Kiff. — Duas vezes ao dia e uma durante a noite, o fogo de cura pode ajudar a acordá-lo.

— Como sabem quando é dia e noite? — indagou Seymon.

— Eydan pode sentir a luz do sol sob a barreira, isso avisa que é dia. — esclareceu Kiff. — Durante a noite Eydan não sente nada. Com isso temos um relógio.

Então a luz magenta apagou-se e o quarto ficou escuro. Seymon fez uma tocha com seus poderes de magia e iluminou o quarto novamente. Hílary se aproximou.

— Ele não reage. — ela parecia estar perdendo as esperanças. — Não sei mais o que fazer.

— Tudo bem! — exclamou Eydan. — Alguma hora ele vai acordar.

Ele caminhou até a porta e saiu.

— Venha Jhon e Kiff. — Eydan os chamou. — Enquanto Rádiuzz não acorda vamos colocar nossa ideia em prática.

Jhon e Kiff seguiram Eydan.

— Espere um pouco. — pedi.

Agarrei o braço de Seymon e corremos até eles, enquanto Hílary ficou no quanto vigiando Rádiuzz.

— O que pretendem fazer? — perguntou Seymon.

— Uma surpresa, para quando Rádiuzz acordar. — respondeu Kiff

— Podemos saber o que é? — questionei.

— Claro! — Eydan sorriu. — Cheguem mais perto.

Seymon e eu caminhamos até eles, e então cochicharam em nossos ouvidos.

— A ideia é incrível! — Seymon se exaltou. — Faço questão de ajudar.

— Eu também. — balancei a cabeça positivamente.

Logo tratamos de seguir para fora do castelo, tínhamos muita coisa para preparar, consertar e construir.

Do lado de fora do castelo, convocamos todos os humanos sacerdotes do oráculo e também chamamos os olíceros, que haviam sido salvos por Rádiuzz e Kiff nas Masmorras do Norte, que felizmente não existiam mais.

— Preparem-se todos. — ordenou Eydan. — Quero tudo pronto antes do despertar de meu amigo Rádiuzz.

O mais incrível de tudo, era que Eydan passara a respeitar Rádiuzz, não como filho de Zeus, mas sim como Ômega.