III

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Rádiuzz

Meu objetivo estava quase concluído, humilhar o Guerreiro Destruidor diante de todo o coliseu, assim como ele me humilhou.

Isso era inacreditável, nunca achei que poderia vencer aquela batalha, mas agora tudo estava á meu favor e logo resolvi por um fim á luta. Meu oponente já me dava nojo.

Por isso fiquei mais nervoso com ele, novamente meu corpo tomou conta mim, minha mão se estendeu e do outro lado da arena, a minha espada lançou-se até mim. Eu a segurei e a lamina da espada brilhou azul.

Agenor apenas me olhava, pois já ficara enfraquecido para tentar fazer algo e me impedir.

— O que é você?

Quando Agenor fez aquela pergunta, automaticamente eu a respondi, não sabia de onde retirei aquelas palavras, elas simplesmente saíram da minha boca.

— Eu sou Rádiuzz, o Ômega!

Firmei a espada em minha mão e me lancei em alta velocidade na direção ao guerreiro. Ele não pôde fazer nada, apenas se preparar. Toquei em sua armadura e ela se dissipou, transformando-se em pó.

Ataquei, desenhando um arco horizontal com a espada que brilhava azul. Quando o fio da lâmina rasgou a pele do guerreiro, ele ajoelhou-se ao chão, enfraquecido, a imortalidade se esvaiu de seu corpo, eu pude ver. Então finquei a espada em seu peito, e o brilho da vida em seus olhos apagou-se.

Eu estava paralisado, com os olhos fixos nos de Agenor, a espada cravada em seu peito fazia com que a carne do guerreiro expelisse fumaça. Logo os olhos dele tornaram-se perolas negras e no mesmo instante o corpo de Agenor apodreceu.

Dei um passo para trás, retirando a espada daquela carcaça, estava abismado, sem querer, eu o matei.

Todos da arena permaneceram em silêncio. Nos tronos, os deuses me olhavam preocupados, enquanto minha visão escurecia e meu corpo pesava além do normal, era difícil manter-me de pé, logo caí ao chão desmaiado.

***

Acordei em meus aposentos, deitado em minha cama, era noite no Olimpo, e meu pai estava ao meu lado, sentado na cama.

— Pai? — consegui chama-lo, com certa dificuldade. — O que aconteceu?

— Filho que bom que acordou, estava preocupado. — meu pai parecia esconder algo, que para ele deveria ser ruim. — Você ficou apagado durante cinco dias!

— O que aconteceu enquanto isso? — eu me lembrava de toda a luta e me sentia mais livre depois daquilo, talvez libertar meu verdadeiro ser, me fizera bem, mas não conseguia acreditar que realmente eu matara um Guerreiro Olimpiano. — Agenor? Está mesmo morto?

Meu pai assentiu, balançando a cabeça positivamente. Resolvi não pensar naquilo, e tentei mudar de assunto.

— Tá legal, chega disso... — eu estava decidido, meu pai havia dito que eu iria treinar com os deuses, para me tornar um guerreiro perfeito, e é isso que eu faria. — Eu estive pensando, durante a batalha e agora, eu aceito...

— Aceita o que?

— Treinar com os deuses, pai. Quero lhe trazer mais orgulho.

Uma lágrima escorreu dos olhos de meu pai, eu o vi chorar, aquilo era novidade, ele nunca havia chorado. Talvez dentro de um deus tão majestoso, ocupado e na maioria das vezes, zangado, existisse amor dentro de seu coração.

A Sombra dos Deuses - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora