V

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Kiff

Nós corríamos pela floresta sombria o mais rápido possível, desviando de árvores e grandes rochas, mas o que realmente atrapalhava era a maldita névoa, não tinha como saber o que havia no chão, poderia existir buracos, pedras ou qualquer outra coisa.

Estava tudo ótimo, quando de repente, Seymon tropeçou numa pedra e caiu rolando.

— Aí, caramba!

— Seymon, você está bem? — perguntei.

— É claro que não... Quebrei meu tornozelo! — ele fazia careta por conta da dor.

Todos os olíceros são imortais, quando sofrem algum tipo de dano, se regeneram ou se curam em poucos minutos, porém a dor era imensa, sete vezes maior do que o normal, certas vezes, morrer seria até melhor.

— Acha que consegue andar. Talvez se você se apoiar em mim?

— Posso tentar. Logo a dor vai passar e estarei pronto pra outra.

Ajudei Seymon a se levantar, ele gemia de dor e dizia algumas palavras como "Porcaria, Que droga".

Caminhamos devagar, em direção ao local da queda. A julgar pelos meus conhecimentos, estávamos quase chagando.

— Obrigado Kiff, já me curei. Posso andar normalmente.

— Ótimo, vamos continuar.

Corremos um pouco mais, até avistarmos alguém. Um garoto, branco, magricelo a ponto de parecer doentio, vestia uma calça e uma camiseta preta de algodão. Seu cabelo era grande. Ele olhava para o céu nublado e para o chão, parecia um tanto confuso.

— Oi, garoto. — Seymon chamou sua atenção.

Ele olhou com desconfiança.

— Meu nome é Rádiuzz. Acho que estou perdido... Na verdade eu tenho certeza, não sei nem que lugar é esse.

— Rádiuzz, tudo bem, nós somos amigos. — disse Seymon, tentando causar uma boa primeira impressão.

— Você veio do Olimpo? — perguntei.

— Como sabe?

— Estávamos esperando por você.

— Meu pai não me disse nada sobre vocês. — o garoto ainda desconfiava de nós.

— Quem é seu pai? — perguntou Seymon.

— Meu pai é Zeus.

Seymon e eu trocamos olhares, O Ômega era filho de Zeus, isso é incrível! Zeus era o deus que mais odiava a raça dos feiticeiros, e nem mesmo desconfiava que tivesse um filho olícero.

— Rádio... — o nome dele era um pouco difícil. — Venha conosco, estará seguro.

— É Rádiuzz... — corrigiu o menino. — E como vou saber que vocês não estão mentindo?

— Aquilo é a sua resposta! — Seymon apontou para trás do garoto, tochas iluminavam o caminho de um grupo anônimo que se aproximavam dali, provavelmente eram inimigos.

Vozes diziam — Por ali! Peguem suas armas. Guerreiros estejam preparados para qualquer coisa.

— Rápido, temos que fugir. — disse ao garoto.

— Está bem! — respondeu Rádiuzz.

Corremos de volta pelo mesmo caminho por aonde viemos, por sorte, desta vez ninguém caiu ou torceu o tornozelo. Corríamos o mais rápido possível, de longe eu podia ver as tochas, estavam nos seguindo.

A Sombra dos Deuses - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora