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Rádiuzz

Empurrei as portas, que revelaram um salão colossal, o chão era branco, porém sujo pelo vasto derramamento do sangue de vários olíceros. No teto abobadado, sustentado por seis pilares, havia um lustre de gelo.

Mais á frente, no centro do salão avistei Quione, ao seu lado estava Nihara, deitada numa mesa de pedra. Sete homens musculosos de pele cinza e um tanto apodrecida seguravam grandes machados bem afiados, estavam prontos para esquartejá-la.

Nihara mantinha os olhos fechados, parecia fraca e adormecida.

Quione detinha um olhar sanguinário, ao avistar-me, deu a ordem.

— Matem-na! Agora.

Os homens brandiram seus martelos.

— Não! — gritei desesperado.

Tinha de ser rápido. Alguma distração, algo para atrapalhá-los, qualquer coisa que pudesse me dar tempo seria de grande auxilio.

Então, instantaneamente meus olhos miraram no imenso lustre pendendo no teto, lancei um raio em sua direção e caiu espatifando-se ao chão, por pouco não atingira Nihara, mas fora o suficiente para afastar Quione e os sete homens dela.

Com tanta fúria, nem tive tempo para pensar que havia desenvolvido uma nova habilidade, movi-me numa velocidade tão imediata quanto o som.

Empunhando Rav Asimí ataquei um dos homens com machado, cortei seus braços, mas eles se regeneravam, assim como nós olíceros.

Distanciei dele e tentei atacar outro, cortando sua cabeça, mas o corpo transformou-se em pó e outro se regenerou logo abaixo da cabeça.

Como mata-los? Pensei.

A risada diabólica de Quione ecoou pelo enorme salão.

— Não pode matar o que já está morto! — disse a deusa. — Estes homens morreram há muito tempo, porém são os resultados finais de umas das experiências que foram feitas aqui nas masmorras!

— Do que está falando? — perguntei.

Os homens conservavam-se parados, como se fossem zumbis domesticados, apenas aguardando as ordens de seu dono, que neste caso era Quione.

— Eram fracos Guerreiros Olimpianos, que se tornaram leais e fortes mortos-vivos, nomeados Nekrós — explicou a malvada deusa. — Tudo isso graças ao precioso sangue de sua raça!

— Maldita! — gritei.

Investi para atacar Quione, mas ela desapareceu num redemoinho de neve e ressurgiu do outro lado da sala, ao lado dos Nekrós.

— Ataquem! — ordenou aos seus servos mortos-vivos. — O capturem e joguem-no aos Poços de Lava.

Poços de Lava? Pensei.

Talvez devesse ser o destino final para os pedaços dos olíceros.

Três Nekrós investiram em mim, não havia como atacá-los, precisava pensar em algo. Corri pela sala, lançando raios pelas paredes, derrubando pedaços de rochas e gelo no chão, enquanto despistava os Nekrós, examinando o salão e pensando numa maneira de acabar com eles.

Mais ao fundo da sala, avistei sete enormes buracos. Aproximando-me, notei que não eram buracos, mas sim tubos, imensos tubos que caiam milhares de quilômetros para algo que mais parecia um reservatório, porém em vez de água havia lava fervente. Deveriam ser os Poços de Lava.

A Sombra dos Deuses - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora