XXXIX

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Rádiuzz

Meu tormento finalmente acabou, quando abri os olhos novamente, acordei num quarto á luz de tochas. Ainda deitado na cama, virei-me para o lado e avistei uma garota sentada numa cadeira, próximo a mim. Ela tinha pele clara, olhos cor magenta e cabelos ondulados e castanhos.

Tudo estava calmo, desta vez senti que não era mais um terrível episódio de meu pesadelo, mas sim a realidade.

A garota reparou em mim e levantou-se surpresa, correu até a porta e gritou.

— Rádiuzz acordou. Chame os outros.

A linda menina com olhos cor magenta caminhou até mim e me ajudou a se sentar na cama, minha cabeça doeu muito.

— Calma. — disse ela. — Meu nome é Hílary, vai ficar tudo bem.

— Por favor, me diga que isso não é um sonho.

— O que? — ela estranhou. — Não.

Logo na porta surgiram Victória, Seymon, Jhon e Kiff.

— Ah. A princesa dorminhoca acordou. — Jhon como sempre estava sarcástico.

— Você nos preocupou muito Rádiuzz. — disse Victória.

Aos poucos a dor de cabeça foi se curando, senti meu corpo forte e rejuvenescido, olhei para minhas mãos e irradiei energia, logo uma corrente elétrica dançou entre meus dedos.

Em seguida passei a mão em meu bolso, porém minha dracma não estava ali.

— Onde está Rav Asimí?

— Eydan a encontrou no chão e a guardou para você. — respondeu Seymon.

Então me levantei da cama e caminhei até a janela, olhei para o céu e vi algo negro tapando tudo.

— Onde estamos? — perguntei.

— Em Delfos. — respondeu Kiff, sorrindo. — Ou melhor, Nova Delfos.

— O que aconteceu depois que eu apaguei?

— Sente-se para ouvir. — Jhon sorriu. — Isso vai demorar um pouco.

Eles me explicaram tudo o que aconteceu, desde a morte de Phobos até o momento em que acordei.

— Quer dizer que eu fiquei apagado durante seis meses! — disse surpreso. — Todo esse tempo eu estive num pesadelo constante.

Contei a eles todo meu pesadelo, desde o lugar com a neblina verde, até o momento em que minha mãe, feiticeira, se comunicara comigo. Contei sobre as criaturas demoníacas, os Daemons dos Sonhos, sobre as vozes, as visões, o cheiro de sangue...

Depois dali, meus amigos me abraçaram felizes e fui levado por duas sacerdotisas até os andares de baixo do castelo, tomei um banho bem demorado, em seguida as mulheres me trouxeram dois tipos de roupas, uma delas mostrou-me túnicas claras e sandálias, enquanto a outra me trouxe calças de couro escuras, um par de botas pretas e uma camiseta de algodão cinza.

Escolhi a segunda opção, botas, calça e camisa.

Uma das mulheres me acompanhou, guiando-me até Victória e Seymon.

— Está bonito. — elogiou Victória.

— Obrigado. — respondi tímido. — Sabe... É meio difícil acreditar que fiquei em coma durante seis meses.

Os dois sorriram.

— Venha conosco. — Seymon e Victória caminharam em direção a uma porta de madeira de dez metros. — Temos uma surpresa para você.

A Sombra dos Deuses - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora