XII

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Rádiuzz

Quando cheguei ao centro do vilarejo, era tarde de mais, o garoto estava sendo levado por duas criaturas, que o seguravam pelos braços. O pobre olícero era tão inocente, provavelmente nem sabia usar seus poderes para se defender.

As duas criaturas o levaram para longe. Então me enfureci e uma descarga elétrica se estendeu sob meu corpo.

Logo cinco monstros me cercaram, seus olhos vermelhos cobiçavam sangue. Olhei para a dracma em minha mão e irradiei energia nela, a moeda brilhou e tomou a forma de uma lâmina simetricamente desenhada, o cabo revestido por tiras de couro. Toda feita de prata olimpiana, a espada possuía dois fios, reluzente e afiada.

Brilhando laranja estridente, nos dois lados da lâmina, havia algo escrito, assim como na misteriosa espada Hédjazz, mas nesta dizia: Rav Asimí, que significava Raio de Prata.

De uma só vez, criaturas vieram para cima de mim. E novamente meu corpo tomou conta de mim. E sem querer irradiei um raio, que correu por todo meu corpo até atingir o fio da lâmina.

O raio azul mudou de cor para prateado. Talvez o nome da espada derivasse disto, raio de prata. Meu corpo ainda me dominando, apontou a espada para os monstros, o raio os atingiu e as criaturas viraram estátuas feitas de prata pura.

Por conta daquilo, acabei demudando grande parte das criaturas, porém infelizmente não pude salvar aquele pobre olícero.

Fora aquele fato, estava tudo sobcontrole, até que então ouvi Seymon gritar.

— Rádiuzz! A lua!

Olhei para a lua crescente e então pude avistar batendo suas grandes asas de morcego, uma criatura diferente das outras, enorme, além das asas possuía corpo e cabeça de leão e uma imensa cauda de escorpião. Suas garras e presas eram horrendas, os olhos brilhavam vermelhos.

O monstro era rápido e ágil, enquanto a observava, ouvir alguns humanos gritando desesperados: A Fera. Fujam... A Fera!

Aquela era a Fera! Pensei surpreso.

Enquanto observava, tive uma ideia para contê-la, mas não pude coloca-la em pratica. Duas criaturas me agarraram e me levaram pra cima.

Eu estava numa altitude muito grande e minha espada havia ficado lá em baixo, só me restava tentar usar meus poderes.

Eu nunca gostei que meu corpo me controlasse, mas naquele momento seria ótimo, eu não sabia o que fazer. Por sorte, uma flecha atingiu uma das criaturas, reduzindo-a a fumaça. Logo outra atingiu a segunda criatura e eu me vi numa queda de quase cinquenta metros.

Naquele momento gritei, mas fui salvo mais uma vez pelo meu corpo, em minha mão surgiu algo que mais parecia uma pequena esfera de vidro, da cor roxa, então meu braço a jogou a minha frente e uma fenda espacial surgiu, atravessando o portal, surgi rolando no chão do vilarejo.

Aquilo foi de longe uma das coisas mais incríveis da minha vida, consigo abrir portais dimensionais, usando energia uma misteriosa energia lilás. Só não sei como.

Acabei surgindo bem ao lado de Jhon, que estava montado em Azel. Olhei para traz e vi o portal dimensional por onde eu havia surgido. Que logo se fechou.

— Garoto! — Jhon olhou para mim. — Agora você me surpreendeu. Como faz isso?

— Alguma coisa relacionada à energia, mas não sou eu que estou fazendo isso, é meu corpo, como se eu fosse uma marionete.

— Ah... Entendi. Quer carona?

— Precisamos destruir aquele monstro.

— Ta falando daquela criatura com calda de escorpião que fica envenenando todo mundo? — perguntou Jhon.

A Sombra dos Deuses - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora