XXXII

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Kiff

Phobos partiu para a batalha, saltou da imensa nuvem negra, no mesmo instante. Seus olhos cobiçavam o sangue de Rádiuzz.

Quando o deus do medo tocou os pés no chão, no mesmo instante uma força inexplicável fez minhas pernas se moverem, e eu saí correndo, junto de Seymon, Victória, Eydan, Jhon e todos os outros olíceros.

Passamos a espiar de longe, enquanto todos os Daemons formaram um círculo, contornando Rádiuzz e Phobos. As criaturas rangiam os dentes e mostravam as garras, numa tentativa de intimidar o Ômega.

— E então Rádiuzz... — Phobos mantinha um sorriso sínico. — Conte-me como foi seu passeio às Masmorras do Norte... Conseguiu salvar Nihara?

Rádiuzz olhou para nós, entre o círculo formado pelos Daemons, que se mantinham em silêncio.

— Nihara está... — por um momento sua voz falhou. — Ela está morta!

Victória desabou chorando, Seymon tentou consolá-la, mas lágrimas também escorreram de seus olhos. Eydan e Jhon baixaram a cabeça em luto. Próximo aos outros olíceros, eu também não contive o choro. Nihara sempre foi tão querida, não merecia ter morrido.

Phobos lançou uma risada maléfica, que fez com que todos nós nos encolhêssemos de medo, exceto Rádiuzz, sua fúria era tão grande que apenas deu um passo para trás.

— Isso significa que terá de lutar comigo.

— Você me enganou. — protestou Rádiuzz. — Nihara iria morrer de qualquer maneira.

Phobos abriu um sorriso.

— É... Enganei sim. — o deus do medo caminhou pelo círculo formado pelos Daemons. — Como eu havia dito, adoro brincar com minhas vítimas. E agora como combinado, pegue sua arma garoto, vamos lutar.

— Maldito... — clamou Rádiuzz. — Vai apodrecer no mundo dos mortos!

O Ômega enfiou a mão no bolso e sacou a dracma de prata, irradiou energia e a moeda transformou-se em Rav Asimí, uma espada toda feita de prata que brilhou tão intensamente, que alguns Daemons recuaram.

— Interessante. — ponderou Phobos surpreso. — Você detém uma das Lâminas Lendárias.

— Do que está falando? — questionou Rádiuzz, em posição de ataque.

Phobos mantinha-se tranquilo, caminhando pelas bordas do circulo.

— As três espadas lendárias, Hédjazz, Rav Asimí e Kayrós. — Phobos deu de ombros. — Que seja! Não vai ser uma lâmina que me impedirá de concluir meu objetivo.

— O que você quer? Maldito canalha! — indagou Rádiuzz furioso. — Já não basta ter matado Nihara?

— Imagine só o que seria de você, caso Zeus soubesse que seu filho predileto é um olícero.

Rádiuzz estremeceu.

— Você matou Quione, meu manticore, acabou com vários de meus Daemons e pensou ser capaz de invadir Delfos. Quero vingança! — protestou o deus. — Mas acima de tudo, quero ver sua queda diante de Zeus e os outros deuses. Acha que é o salvador? Pois saiba que você não é nada!

— Chega! — a paciência de Rádiuzz havia se esgotado.

Ele avançou em alta velocidade para atacar Phobos com a lâmina lendária, mas o deus desapareceu numa nuvem de trevas e ressurgiu do outro lado do círculo.

A Sombra dos Deuses - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora