AINDA CHORANDO PELA perda da minha amiga, escutamos a sirene da polícia se aproximar do bar. Caroline, Mardele e as outras meninas, se concentram na porta dos fundos do bar, escapando da polícia.
O raio de sol começa a atingir as janelas de vidro, e a manhã finalmente chega junto com os policiais adentrar o bar em um arrombamento, soltando cada pessoa amarrada no salão.Ao ser desamarrada, corro a onde Ana esta com os paramédicos fazendo os primeiros socorros e, à colocando em uma maca para ser dirigida ao hospital.
Fico na sala de espera, esperando o resultado no qual ela não resistiu ao ferimento.
O médico logo aparece se posicionando em minha frente, de cabeça baixa.- Sr.Vascove?
- Eu já sei, doutor. Vou providenciar o funeral...
- Do que a senhora está falando? Sua amiga não morreu.
Levanto meu rosto para encara-lo. Quem é ele para brincar com meus sentimentos?
- Tá maluco, ôh palhaço! Eu vi ela levando o tiro na cabeça. Eu vi o sangue escorrer. Eu vi ela morrendo. Que espécie de médico é você?
- Um médico que não menti sobre o estado de saúde de um paciente, Sr.Vascove! Sua amiga esta viva. Conseguimos tirar a bala que, por sorte, não atingiu o celebro. O estado de saúde da paciente Ana Shazam esta estável mas, ainda em risco, pôs, ela se encontra em coma.
O alívio em saber que minha amiga esta viva mas, a tristeza continua por ela esta em coma.
Mardele não conseguiu tirar a vida de Ana e, minha palavra ainda esta de pé. Ela vai pagar por ter atirado em Ana.O doutor sai bufando antes que eu peça desculpas com a minha grosseria.
Michelle, Bianca e Marcelo aparecem no hospital me abraçando em coletivo.- Amiga! Veio a confirmação que Ana morreu? - Bianca pousa sua mão em meu ombro.
- Ana é forte. Esta viva.
Um grito é ecoado por todo hospital e Michelle, percebe a bronca da enfermeira dando sinal para que, ela grite mais baixo.
- Meu Deus, Sulla... eu vi a Mardele atirar nela.
- Todos nós olhamos, Bia. Mas ela esta em coma. Ainda tem risco de partir dessa pra melhor.
- Tenho certeza que sua amiga vai sair dessa, amor! - Marcelo me da um beijo antes de processar sua última palavra: " amor ".
- Quem chamou a polícia?
- Foi Sterfane! Ela se escondeu atrás do balcão. - Michelle começa. - E, ainda gravou todo o ocorrido no bar. Entregamos a polícia as gravações em vídeos.
- Caroline e sua turma estão sendo procuradas com folheto e tudo nas ruas de Paris. Foragidas! - Um sorriso de soslaio brota no rosto de Bianca.
🍭
Depois de alguns dias do acontecido no bar, vou as ruas há procura de emprego. Vou aos escritórios e agência de modelo e, não consigo nada além de olhares preconceituosos do meu corpo. Vou em uma empresa de vestidos de casamento. Sou a próxima a entrar para falar com a diretora do local.
- Boa tarde!
- Senti-se, por favor. - A mulher loira coloca seus óculos para me olhar. - Você é a...
- Sulla Vascove!
- Isso! Sulla Vascove! Esta se candidatando a vaga de designer, certo?
- Sim! Como pode ver no meu currículo, trabalhei cinco anos na empresa Mardele Buffet como designer. Fazia de tudo um pouco. Trabalhei em decoração de casamento, formaturas e boldas.
- Você tem um ótimo currículo mas...
Eu já sabia que o " mas " dela vinha. Sempre vem.
- Mas...
- Mas, queremos contratar uma profissional mais adequada para o ramo.
- No qual essa profissional tem que ser magra.
- Eu sabia que você ia entender. - Ela da uma piscadela. - Passam por aqui muitas noivas e, caso uma te ver, vai se sentir mal... né? Você me entendi.
- Não entendo, não. Aliás, eu não entendo a sociedade por achar que o padrão certo para conseguir tudo na vida, é ser magra, linda, ter um diploma e, ser de classe alta.
- Senhora...
- Cala a boca que não terminei... - Bato com as mãos na mesa assustando a diretora. - Eu não tenho vergonha do meu corpo e, fique sabendo que essa merda de empresa, nunca vai crescer com o tamanho do preconceito que você tem.
Me sinto mais orgulhosa em dizer cada palavra para ela. Saio do prédio com a cabeça erguida, encontrar com meu namorado.
🍭
Me jogo no sofá ao chegar da rua exausta por andar a procura de emprego. Duas mãos cobre meus olhos e sorrio com o toque macios da mão de Marcelo.
- Oi amor!
Não esperava, mas o beijo foi bom. Marcelo sobe em cima de mim e me beija com mais vontade, suas mãos percorre todo o interior das minhas pernas, minhas unhas arranha suavimente suas costas nuas, passo para sua calça e sou impedida pelas suas mãos.
- Droga Marcelo. Por que parou?
- Suas amigas estão aí.
- Onde?
- No seu quarto.
- A quanto tempo?
- Uns vinte minutos.
Bufo chingando mentalmente a periguete Michelle e Bianca. Marcelo me ajuda a levanta do sofá e, dá um tapa em minha bunda.
Dou uma última olhada para trás, vendo a cara de safado que Marcelo faz.Entro no quarto encontrando com Michelle e Bianca olhando meu guarda-roupa.
- Caramba! Sulla andou comprando umas roupas bem ousadas. - Comenta Michelle pegando um vestido azul brilhoso.
- Ela aprendeu a se vestir melhor. - Bianca da um sorriso para Michelle.
- Ainda bem, né amiga porque, só na misericórdia aquelas roupas que Sulla usava.
- Da pra parar de falar mau das minhas roupas, vocês duas?
- Ôh estressada. Estamos elogiando seu " novo " guarda-roupa. - Michelle põe entre aspas.
Eu mudei meu jeito de vestir porque, aprendir a valorizar meu corpo. E tou amando essa minha nova fase.
- Como foi lá nas entregas do currículo? - Bianca se senta na cama e Michelle faz o mesmo.
- Péssimo! Nunca vi tanto preconceituosos. Meu currículo é bom, meninas mas...
- Mas sempre vai existir o preconceito, infelizmente. Você vai conseguir, Sulla. Tenho certeza. - Bianca me dá umas palavras de conforto.
Marcelo adentra o quarto levantando uma revista na nossa frente.
- Amor! Você é a capa da revista Vogue.
As meninas gritam me abraçando. Pego a revista da mão de Marcelo e, me vejo linda. Como eu sou linda. As lágrimas surgem, a felicidade que estou sentindo é inexplicável.