Cap.16

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AINDA CHORANDO PELA perda da minha amiga, escutamos a sirene da polícia se aproximar do bar. Caroline, Mardele e as outras meninas, se concentram na porta dos fundos do bar, escapando da polícia.
O raio de sol começa a atingir as janelas de vidro, e a manhã finalmente chega junto com os policiais adentrar o bar em um arrombamento, soltando cada pessoa amarrada no salão.

Ao ser desamarrada, corro a onde Ana esta com os paramédicos fazendo os primeiros socorros e, à  colocando em uma maca para ser dirigida ao hospital.
Fico na sala de espera, esperando o resultado no qual ela não resistiu ao ferimento.
O médico logo aparece se posicionando em minha frente, de cabeça baixa.

- Sr.Vascove?

- Eu já sei, doutor. Vou providenciar o funeral...

- Do que a senhora está falando? Sua amiga não morreu.

Levanto meu rosto para encara-lo. Quem é ele para brincar com meus sentimentos?

- Tá maluco, ôh palhaço! Eu vi ela levando o tiro na cabeça. Eu vi o sangue escorrer. Eu vi ela morrendo. Que espécie de médico é você?

- Um médico que não menti sobre o estado de saúde de um paciente, Sr.Vascove! Sua amiga esta viva. Conseguimos tirar a bala que, por sorte, não atingiu o celebro. O estado de saúde da paciente Ana Shazam esta estável mas, ainda em risco, pôs, ela se encontra em coma.

O alívio em saber que minha amiga esta viva mas, a tristeza continua por ela esta em coma.
Mardele não conseguiu tirar a vida de Ana e, minha palavra ainda esta de pé. Ela vai pagar por ter atirado em Ana.

O doutor sai bufando antes que eu peça desculpas com a minha grosseria.
Michelle, Bianca e Marcelo aparecem no hospital me abraçando em coletivo.

- Amiga! Veio a confirmação que Ana morreu? - Bianca pousa sua mão em meu ombro.

- Ana é forte. Esta viva.

Um grito é ecoado por todo hospital e Michelle, percebe a bronca da enfermeira dando sinal para que, ela grite mais baixo.

- Meu Deus, Sulla... eu vi a Mardele atirar nela.

- Todos nós olhamos, Bia. Mas ela esta em coma. Ainda tem risco de partir dessa pra melhor.

- Tenho certeza que sua amiga vai sair dessa, amor! - Marcelo me da um beijo antes de processar sua última palavra: " amor ".

- Quem chamou a polícia?

- Foi Sterfane! Ela se escondeu atrás do balcão. - Michelle começa. - E, ainda gravou todo o ocorrido no bar. Entregamos a polícia as gravações em vídeos.

- Caroline e sua turma estão sendo procuradas com folheto e tudo nas ruas de Paris. Foragidas! - Um sorriso de soslaio brota no rosto de Bianca.

                       🍭

Depois de alguns dias do acontecido no bar, vou as ruas há procura de emprego. Vou aos escritórios e agência de modelo e, não consigo nada além de olhares preconceituosos do meu corpo. Vou em uma empresa de vestidos de casamento. Sou a próxima a entrar para falar com a diretora do local.

- Boa tarde!

- Senti-se, por favor. - A mulher loira coloca seus óculos para me olhar. - Você é a...

- Sulla Vascove!

- Isso! Sulla Vascove! Esta se candidatando a vaga de designer, certo?

- Sim! Como pode ver no meu currículo, trabalhei cinco anos na empresa Mardele Buffet como designer. Fazia de tudo um pouco. Trabalhei em decoração de casamento, formaturas e boldas.

- Você tem um ótimo currículo mas...

Eu já sabia que o " mas " dela vinha. Sempre vem.

- Mas...

- Mas, queremos contratar uma profissional mais adequada para o ramo.

- No qual essa profissional tem que ser magra.

- Eu sabia que você ia entender. - Ela da uma piscadela. - Passam por aqui muitas noivas e, caso uma te ver, vai se sentir mal... né? Você me entendi.

- Não entendo, não. Aliás,  eu não entendo a sociedade por achar que o padrão certo para conseguir tudo na vida, é ser magra, linda, ter um diploma e, ser de classe alta.

- Senhora...

- Cala a boca que não terminei... - Bato com as mãos na mesa assustando a diretora. - Eu não tenho vergonha do meu corpo e, fique sabendo que essa merda de empresa, nunca vai crescer com o tamanho do preconceito que você tem.

Me sinto mais orgulhosa em dizer cada palavra para ela. Saio do prédio com a cabeça erguida, encontrar com meu namorado.

                        🍭

Me jogo no sofá ao chegar da rua exausta por andar a procura de emprego. Duas mãos cobre meus olhos e sorrio com o toque macios da mão de Marcelo.

- Oi amor!

Não esperava, mas o beijo foi bom. Marcelo sobe em cima de mim e me beija com mais vontade, suas mãos percorre todo o interior das minhas pernas, minhas unhas arranha suavimente suas costas nuas, passo para sua calça e sou impedida pelas suas mãos.

- Droga Marcelo. Por que parou?

- Suas amigas estão aí.

- Onde?

- No seu quarto.

-  A quanto tempo?

- Uns vinte minutos.

Bufo chingando mentalmente a periguete Michelle  e Bianca. Marcelo me ajuda a levanta do sofá e, dá um tapa em minha bunda.
Dou uma última olhada para trás, vendo a cara de safado que Marcelo faz.

Entro no quarto encontrando com Michelle e Bianca olhando meu guarda-roupa.

- Caramba! Sulla andou comprando umas roupas bem ousadas. - Comenta Michelle pegando um vestido azul brilhoso.

- Ela aprendeu a se vestir melhor. - Bianca da um sorriso para Michelle.

- Ainda bem, né amiga porque, só na misericórdia aquelas roupas que Sulla usava.

- Da pra parar de falar mau das minhas roupas, vocês duas?

- Ôh estressada. Estamos elogiando seu " novo " guarda-roupa. - Michelle põe entre aspas.

Eu mudei meu jeito de vestir porque, aprendir a valorizar meu corpo. E tou amando essa minha nova fase.

- Como foi lá nas entregas do currículo? - Bianca se senta na cama e Michelle faz o mesmo.

- Péssimo! Nunca vi tanto preconceituosos. Meu currículo é bom, meninas mas...

- Mas sempre vai existir o preconceito, infelizmente. Você vai conseguir, Sulla. Tenho certeza. - Bianca me dá umas palavras de conforto.

Marcelo adentra o quarto levantando uma revista na nossa frente.

- Amor! Você é a capa da revista Vogue.

As meninas gritam me abraçando. Pego a revista da mão de Marcelo e, me vejo linda. Como eu sou linda. As lágrimas surgem, a felicidade que estou sentindo é inexplicável.

MEU CORPO, MINHAS REGRAS Onde histórias criam vida. Descubra agora