Acordei com aquelavontade de ficar mais cinco minutos na cama. Tomei um banho quente e o vaporembaçou o espelho da pia. Limpei com minha mão e vi meu reflexo no espelho. Mevi ali e tentei pensar em quem é o Daniel. Talvez em quem eu quero ser nofuturo. Parece que cheguei na idade de tentar descobrir quem eu realmente sou.
Decidi que era melhorir logo de sunga para o colégio. Coloquei sabonete, shampoo, toalha e cueca namochila – quero aproveitar que a natação é no último horário e tomar um banholá mesmo, aí quando chegar em casa vou logo almoçar e dormir. Depois que eucoloquei a sunga fui ao quarto do Gustavo me olhar novamente em um espelho, só queo que tem lá é grande e vai até o chão, então eu posso me ver completamente.Achei que a sunga estava meio apertada – nessa escola, a sunga da natação écomo farda, tem a logomarca do colégio e você compra na própria escola. Aliás,não era apertada, era meio curta. Acho que o formato dessas sungas para nataçãosão assim mesmo, mais curtas. Eu estava acostumado a usar sungas short quandoia a piscina.
– Caralho Daniel, que volume é esse hein maninho, assim as gurias vão pirar na natação. – o Gustavo me surpreendeu enquanto entrava no seu quarto só de toalha voltando do banho.
– Fazer o que Gustavo, algum dos irmãos tinha de ser dotado né, já que não é você, sou eu! – falei brincando, em tom de piada.
– Nada a ver isso hein, eu que completei 15 anos há menos de um mês tenho um volume maior que o seu, imagina só daqui há um ano quando eu tiver sua idade! – falou o Gustavo meio irritado.
– Tô brincando irmãozinho, você acha mesmo que eu vou tirar onda com seu amiguinho pequenininho!! – falei provocando ainda mais o Gustavo.
Nessa hora ele já tinha colocado a cueca e virou pra mim e disse:
– Olha aqui o amiguinho pequenininho, aqui é o Gustavão, moleque!
Ele falou isso enquanto apertava o volume na cueca dele, ele apertou tão forte que eu realmente consegui ver a cueca marcando o seu "Gustavão".
Ri muito e voltei para o meu quarto. Lá fiquei pensando no que o Gustavo falou. O tempo vai passando e tanto eu quanto ele fomos ficando mais velhos, crescendo e nos desenvolvendo. No meu antigo colégio, eu tinha um amigo, o Arthur, que foi o único que tive coragem de conversar sobre esses assuntos. Ele era novato e eu fui uma das primeiras pessoas que puxou assunto com ele na primeira semana de aula. Infelizmente nossa amizade não durou muito tempo. Aos poucos ele foi conhecendo outras pessoas e entendendo como funcionava a dinâmica social no meu antigo colégio. Apesar de ele saber que eu podia ser um bom amigo, ele preferiu fazer amizade com o pessoal mais popular. Em raras oportunidades, quando nossos pais se atrasavam em nos buscar e ficávamos sozinhos esperando, ou quando tínhamos algum trabalho da escola juntos e íamos a tarde pro colégio, longe dos outros alunos, ele me dava atenção e podíamos conversar sobre tudo, desde de garotas até o desenvolvimento de nossos corpos. Eram minutos ou horas de conversas íntimas e descontraídas. Eu sempre voltava para casa sorrindo, achando que tinha feito um bom amigo. Contudo, era só chegar ao outro dia de aula, na frente de todos outros alunos, que eu voltava a receber somente um cumprimente a distância, sem muita proximidade ou troca de palavras.
Na época isso me chateava, mas hoje em dia eu não me importo mais. Sinceramente, não me importo com o que falavam antes. Agora estou em uma escola nova e irei vencer minha timidez e fazer novas amizades.
Coloquei meu uniforme, olhei pela última vez meu reflexo no espelho, sorri para mim me mesmo e desci para tomar café da manhã.
Meu pai estava lendo as notícias no jornal online enquanto tomava seu café, minha mãe fazendo seu suco detox e meu irmão comendo enquanto curtia fotos de garotas pelas redes sociais.
– Espero que hoje faça bastante sol! – falei para minha mãe enquanto terminava de comer.
– Fique de olho nas gurias lá de maiô e me apresente a mais gostosa depois, Dani. – o Gustavo como sempre, um projeto de punheteiro pensando nas meninas de maiô.
Meu antigo colégio era pequeno e não tinha piscina. Apesar de eu ter aprendido a nadar com meu pai, eu sempre quis poder fazer natação no colégio.
Quando terminei de comer fiquei pensando nas palavras do Gustavo sobre ver as meninas de maiô. Eu nem tinha parado para pensar que iríamos estar todos de roupa de banho.
Nossa, então talvez eu veja a Fernanda de biquíni... E também vou ver o Bernardo de sunga...
Não sei o porquê, mas quando pensei que ia ver o Bernardo de sunga fiquei meio nervoso, meu coração até apertou um pouco. Que estranho! Quando pensei na Fernanda realmente não senti muita coisa, e agora fico nervoso por imaginar ele de sunga?! Aff, deve ser paranoia minha. Talvez eu realmente não tenha ido com a cara desse guri.
Dentes escovados, gel nocabelo para deixar arrepiado. Peguei minha mochila e fui para o colégio.
Já CURTIU nossa página do Facebook?!
Curta agora e fique por dentro de todas novidades referentes ao lançamento do livro e de novos capítulos, além de promoções e muito mais ♥
www.facebook.com/Descobrindooqueeamar
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amar, o que é? - (Romance Gay)
RomanceDEGUSTAÇÃO NO WATTPAD / LIVRO FÍSICO À VENDA DESCOBRINDO O QUE É AMAR - LIVRO COM MAIS DE 1,9 MILHÕES DE LEITURAS , AGORA PUBLICADO NA VERSÃO FÍSICA PELA EDITOA GIOSTRI: O livro "Amar, o que é?" é uma obra de romance com temática LGBTQAI+ que retrat...