Capítulo 3 - Bernardo --- DEGUSTAÇÃO ⭐

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O sinal tocou e todo mundo sentou, é engraçado como no primeiro dia de aula todo mundo fica comportado e em silêncio. Quero ver depois de duas semanas, os professores gritando pra todo mundo sentar e calar a boca. Mas até que isso me ajudou, deu pra dá uma olhada em cada pessoa na sala. A primeira pessoa da minha fila era uma menina loira, magra e com um rosto realmente bonito. Eu logo imaginei que essa seria a Júlia, a menina "amada" por Fernanda. Ela não me pareceu ser uma menina ruim, parecia até simpática, ajeitando seu fichário cor de rosa e suas canetas coloridas em cima da mesa. 

Na fila ao meu lado, bem atrás da Fernanda, estava o Bernardo

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Na fila ao meu lado, bem atrás da Fernanda, estava o Bernardo. Eu nem me dei conta, mas acho que me distrai olhando pra ele e não percebi que a professora já tinha entrado na sala; foi quando ao mesmo tempo ele olhou pra trás e percebeu meu olhar, e simplesmente deu um sorriso para mim. Na mesma hora eu abaixei meu rosto e olhei para carteira.

Como assim? Porque eu acabei de olhar para baixo? O guri sendo simpático comigo e eu viro o rosto?! Não fui eu mesmo que acabei de falar que gosto quando as pessoas vêm falar comigo, ou pelo menos tomam a atitude de fazer amizade?

Nem deu muito tempo de me perder em meus pensamentos como sempre, pois a professora foi logo se apresentando e eu tive de focar minha atenção nela.

Nessa escola os intervalos são a cada duas aulas, sendo seis aulas por dia e dois intervalos: um intervalo de 20min e outro de 25min, respectivamente. No primeiro intervalo Fernanda chegou sorridente puxando o Bernardo com ela:

– Vamos novato, vou te apresentar o colégio.

E ela me pegou pelo braço e me puxou. Foi até engraçado, eu e o Bernardo, um de cada lado sendo puxados pela doida da Fernanda colégio adentro. Ela me levou até a cantina e fez o Bernardo comprar um suco para ela. Ele me ofereceu também, mas eu não quis. Na realidade eu estava sentindo um leve incomodado por estar tão perto desse garoto, não tinha um motivo específico, eu na verdade não estava me entendendo muito naquele dia. A gente se sentou numa parte do colégio bem legal, cheio de grama, umas árvores com umas mesinhas e cadeiras para o pessoal lanchar, tipo um mini quiosque. A gente ficou ali conversando besteiras, e até que eu estava falando muito, Fernanda com o jeito dela agoniado, contraditoriamente, me deixava confortável. As brincadeiras entre a Fernanda e o Bernardo eram engraçadas, e eu acabei relaxando e rindo bastante com eles. Alguns outros alunos do colégio sempre passavam e os cumprimentavam, eles pareciam ser pessoas populares.

Quando o intervalo acabou voltamos e assistimos à terceira aula. Para começar o ano bem, o professor de física do 4º horário faltou porque estava em viagem para o mestrado, resultado, horário livre. Aproveitei para ir ao banheiro. Assim que eu saí da cabine do banheiro, o Bernardo estava lá se olhando no espelho e lavando o rosto.

– Difícil se acostumar com esse horário, né, novato? Tava acostumado a dormir até tarde, só lavando o rosto com água gelada pra acordar.

– Então Bernardo, nem me fale, quando o despertador tocou hoje, eu nem queria levantar da cama.

– Tenho de te apresentar ao pessoal lá da sala, Daniel, isso se a Fernanda deixar, acho que ela gostou de você, deve ter te achado um gatinho, hein?!

Eu dei uma risada sem graça e o segui até a sala. Lá ele me apresentou a uns amigos, e depois conheci a Júlia. Ela me tratou muito bem, falou que amigo do Bernardo, é amigo dela. Conheci também um outro amigo deles, o Jorge, que diferente do Bernardo, pareceu ter ficado com ciúmes de mim em relação à Fernanda, mas mesmo assim me tratou bem. O Jorge era um pouco mais baixo que eu, mas era todo fortinho, já tinha barba e parecia mais velho que a gente. Eu daria uns 20 anos, mesmo ele só tendo 17. Ficamos ali conversando até as aulas voltarem e a manhã acabar.

O Bernardo ainda não tinha saído da minha cabeça, e foi voltando pra casa que fiquei pensando no momento em que ele sorriu para mim.

O Bernardo ainda não tinha saído da minha cabeça, e foi voltando pra casa que fiquei pensando no momento em que ele sorriu para mim

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Amar, o que é? - (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora