Amar, o que é? - (Romance Gay)

Capítulo 9 - A Iniciação --- DEGUSTAÇÃO ⭐

– Lá nos chuveiros não tem onde pendurar nem as roupas nem a  mochila, acho melhor você só levar a toalha e deixar a roupa aí mesmo no armário. – Bernardo me disse.

– Certo, mas eu vou levar o shampoo e o sabonete também, que quero aproveitar e tomar um banho completo já, qualquer coisa deixo no chão mesmo.

– Ihhhhh, já vi que vai demorar nesse banho.

– Não vei, oxe, quando você acabar de se trocar pode ir embora, precisa me esperar não.

A verdade é que o Bernardo me deixava nervoso e eu até preferia que ele fosse embora logo.

Virei de costas e fui tomar meu banho. Acho que fui um pouco grosseiro com o Bernardo, porque ele fez uma cara meio triste quando eu disse que ele podia ir embora. Dentro do chuveiro realmente não tinha onde colocar as coisas, mas pelo menos tinha porta com fechadura e eu podia tomar meu banho em paz. Coloquei minha toalha e minha sunga penduradas na porta e comecei a tomar meu banho. Fiquei ali pensando nas pessoas do colégio com as roupas de banho... nas meninas de maiô, na Fernanda, na Júlia..., mas, quando menos percebi, eu já estava pensando no Bernardo, relembrando a hora que ele ficou de costas e eu fiquei olhando para a bunda dele marcada na cueca, ela era toda redondinha, meio empinada... Quando voltei à realidade vi que eu estava excitado e achei melhor me enxugar e ir logo trocar de roupa.

– Porra, cadê minha toalha?!

Eu não sei como, mas tanto minha toalha quanto minha sunga tinham desaparecido.

– Quem foi o retardado que pegou minhas coisas, hein? Que brincadeira de mau gosto, velho!

Repeti a pergunta umas cinco vezes, mas ninguém respondeu, então tive de sair pelado da cabine. Nessa hora toda minha excitação já tinha sumido. Saí andando pelo banheiro, mas parecia estar vazio. Olhei dentro de todas as cabines com chuveiro e não tinha ninguém, então fui até onde ficavam os armários, mas também não tinha ninguém.

Que porra, isso! Eu já estava furioso e querendo matar a pessoa que fez isso, que provavelmente só podia ter sido o Bernardo, ou algum pivete que entrou depois que ele foi embora. Quando cheguei até meu armário minha roupa e mochila também tinham desaparecido. Que inferno! Como eu conseguiria ir embora para casa sem minhas roupas?

Decidi colocar minha cabeça do lado de fora do banheiro a fim de procurar alguém para que eu pudesse pedir ajuda... e simplesmente me deparei com uma das cenas que mais me irritou na vida: o Bernardo estava dentro da piscina balançando minha sunga com a mão, como se fosse um troféu.

– Seja bem-vindo a sua iniciação, novato. Você pode ir para casa peladinho ou vim aqui tirar sua sunga de mim. – o Bernardo mal conseguia falar de tanto que estava rindo.

Quando olhei para o lado, vi minha mochila e minha toalha no final da arquibancada, justamente no local que dava visão para a quadra de esportes e uma das portas de entrada e saída do colégio. Decidi mesmo assim não cair na chantagem do Bernardo e dar uma olhada se a quadra não estava vazia e eu conseguiria pegar minha toalha sem ser visto. Coloquei a mão tapando lá embaixo e fui até perto da arquibancada, mas, quando olhei, a quadra e a saída estavam lotadas de crianças e adultos – provavelmente pais ou responsáveis que foram buscar os alunos ou filhos.

– Que bundinha branquinha gostosa, hein, Daniel?! Vai mostrar ela para as mães dos alunos também, é? – Bernardo ria bastante enquanto falava.

Esse comentário dele foi agota d'água! Meu rosto ficou vermelho em uma mistura de vergonha e irritação. Mevirei possuído pela raiva e pulei na piscina com um único objetivo: matar esseguri afogado.