Capítulo 24 - Pesadelo em Copo D'Água --- DEGUSTAÇÃO ⭐

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Estávamos na área da piscina, sentados nas cadeiras de sol. Eu sentia o cheiro dela, tocava em sua pele, e eu gostava disso. A Natália estava com seus lábios encostados aos meus, seu beijo era forte, ela que estava guiando o que acontecia ali. Eu ouvia a sua respiração, estava forte. Minhas mãos passavam pelos seus negros cabelos lisos. Seu olhar azul me fascinava, suas íris azuis eram penetrantes, e eu não conseguia parar de beijá-la. De repente sua mão apertou meu volume sobre a calça, eu fechei meus olhos diante da sensação de prazer, estava muito excitado. Quando reabri e olhei para seus olhos, eles tinham mudado de cor, o olhar penetrante era o mesmo, mas agora o azul tinha sumido, e tinha dado espaço a um verde.

Afastei um pouco minha cabeça e tomei um susto, agora quem estava agarradinho comigo era o Nícolas. Fiquei paralisado com seu olhar penetrante. Sua cabeça começou a se aproximar, ele queria mais dos meus lábios.

– Daniel? – ouvi uma voz pelas minhas costas – Daniel?! – a voz repetiu.

Quando me virei fiquei totalmente congelado. O Bernardo estava me olhando com uma feição de desapontamento. Não tinham lágrimas em seus olhos, sua expressão não era de raiva, só de descontentamento. Senti-me envergonhado junto de um aperto no coração. A imagem dele me olhando não só me deu o susto do flagra, mas também a dor da vergonha, da culpa. Seu olhar estava assombroso, realmente me senti muito mal. Não me senti culpado por "trair" ele, mas porque eu me traí antes de tudo.

– Daniel! Acorda vei, mãe tá chamando pra tomar café! – dessa vez a voz era do Gustavo. E eu não estava mais ao redor da piscina, eu estava na minha cama, acordando de um sonho, ou melhor, um pesadelo.

– Porra, que dificuldade para acordar. Te chamei umas quinhentas vezes, já ia jogar água gelada em você.

Depois disso o Gustavo saiu resmungando do meu quarto.

Acordei com um mal-estar. Parecia que tudo aquilo tinha realmente acontecido, as expressões faciais foram muito reais. Levantei-me da cama e fui lavar o rosto no banheiro. Olhei as horas no celular, 09:00h. Eu tinha pedido no dia anterior para minha mãe me acordar nesse horário. Acho que fiz o certo porque se ela não tivesse mandando o Gustavo me acordar, eu estaria naquele pesadelo ainda.

Desci para comer algo, fazer o desjejum. Pela janela eu vi o sol, estava forte no céu azul. Um dia domingo, ou melhor, "O dia" de domingo! O dia que marquei de jogar vídeo game com o Bernardo.

Tinha marcado com o Bernardo 14h. Sua mãe e sua irmã iriam para o shopping por esse horário e provavelmente só voltariam de noite. Ficaríamos um bom tempo brincando.

Confesso que estava meio nervoso, mas alegre. Era uma boa oportunidade para a gente conversar mais. O dia no cinema foi muito bom, mas não deu para conversar tão à vontade.

Eu ainda estava muito ansioso para conhecer mais do Bernardo, querendo ou não, só nos conhecemos há duas semana. Entretanto, quatorze dias podem parecer até pouco, mas confesso que esses especificamente pareceram uma eternidade. Acho que é aquela parada de tempo psicológico, porque foram quatorze dias que dividi entre a realidade ao meu redor e a realidade da minha mente. Muitas emoções, dúvidas, alegrias, tristezas etc. Enfim, o que eu posso dizer é: Ahhhhhh eu to muitooo ansioso, nervoso e curioso para conversar com o Bernardo, conhecer mais dele, e desenvolver mais esses sentimentos desconhecidos!

Quando deu 13h30min eu já estava pronto esperando minha mãe me levar no apartamento do Bernardo. Ela demorou pouquinho para sair de casa, ou talvez não demorou e eu que estava ansioso mesmo, mas enfim, saímos e fomos para o apartamento dele.

Minha mãe me deixou na portaria. Falei com o porteiro que ligou para o apartamento dele e depois me mandou subir. Dentro do elevador, dei uma olhada no espelho para ajeitar o cabelo. Acho que esse percurso do porteiro até a porta do apê dele foi um dos raros momentos que não pensei em nada, ou melhor, pensei muito, mas a mesma coisa repetidas vezes: o que ia acontecer!

Ding-dong! – eu toquei a campainha. Que momento horrível! Ansiedade olhando para aquela porta fechada. Não uma porta qualquer, mas uma porta com um olho mágico, ou seja, a pessoa de dentro pode já estar me vendo e eu não. Para um ansioso como eu, ruim demais.

A porta foi abrindo e meu coração explodindo. Ele até abriu rápido. E lá estava ele, o Bernardo! Estava com um grande sorriso como sempre, aquele sorriso que me deixa bobo; usava uma camisa azul marinho de mangas curtas, tinha um desenho de uma prancha de surf nela; estava com uma bermuda preta curta, de ficar dentro de casa. Eu estava com uma bermuda listrada e uma camisa preta escrita em vermelho: I Love NY. E se alguém se questionar sobre isso: não, eu nunca fui para Nova York, eu acho besteira ter uma camisa escrita amar um lugar que nem conheço, mas foi presente de uma prima, e visualmente ela fica bem no meu corpo.

Voltando ao assunto, ele não me esperou falar nada, me puxou para dentro e trancou a porta. Num impulso suas mãos passaram pelas minhas costas e me puxaram contra seu peito:

– Que saudades eu tava de você Daniel! Que bom que você veio, nossa, ontem eu pensei em você o dia todo. Eu ia te ligar, mas não quis ser chato... – tudo isso ele me dizia enquanto ainda estávamos abraçados. Eu não podia ver seu olhar, mas o imaginava pelo tom de sua voz e pela força com que ele me abraçava.

Retribui seu abraço e também o apertei contra meu peito. Foi uma sensação maravilhosa, seus braços ao meu redor, seu rosto lado a lado com o meu, seu perfume, seu cheiro de homem que me atraia muito.

Quando ele falou sobre pensar em mim o dia todo e sobre querer me ligar, eu pensei em contar a ele da Natália e do Nícolas, e isso me deu um receio. Fiquei com medo de sua reação, dele ficar chateado... Mas mesmo assim achei melhor falar:

– Também senti saudades Bernardo, desculpa não ter mandando mensagem ontem também. É que chegaram uns vizinhos novos lá na rua, e me convidaram para ir a casa deles tomar banho de piscina, aí eu e o Gustavo fomos, foi corrido.

– Quem são esses vizinhos? – ele me perguntou.

– Ah, então... são dois gêmeos, uma guria e um guri da nossa idade. – Foi um alívio contar logo a ele, mas fiquei preocupado esperando sua reação ao saber isso, querendo ou não, esse medo dele saber dos meus novos vizinhos me atormentou até nos sonhos. Eu nem conseguia olhar em seus olhos, coloquei minha visão para baixo e esperei ele reclamar, ou brigar comigo, ou dizer que estava desapontado comigo.

– Hum, que legal, sempre é bom ter gente da mesma idade morando na rua. – ele me disse com um grande sorriso no rosto.

Como assim?! Ele não ficou chateado comigo? Hã? Fiquei confuso, eu esperava uma reação totalmente diferente dele, brigar comigo talvez.

Aff! Vocês já perceberam o que aconteceu aqui, né? A única pessoa que brigou comigo, foi eu mesmo. Esse problema todo só estava acontecendo na minha cabeça. Oh mania maldita que nos seres humanos temos de criar um problema que não existe e cultivá-lo em nossa mente.

– Vamos lá para o quarto jogar vídeo game? Estou louco para te derrotar várias vezes. – ele falou brincando, fazendo um semblante de metido.

Depois de tirar tanto peso que eu mesmo mecoloquei, decidi aproveitar aquele momento com ele, segurei em sua mão e fomospara o seu quarto.

Depois de tirar tanto peso que eu mesmo mecoloquei, decidi aproveitar aquele momento com ele, segurei em sua mão e fomospara o seu quarto

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