Capítulo 10 - Sensação Desconhecida --- DEGUSTAÇÃO ⭐

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Bernardo estava no outro lado da piscina. Eu nadei com a força de toda raiva que eu sentia em sua direção. Entretanto, a cada nova braçada minha, ele continuava parado, me esperando, olhando fixamente para mim com um sorriso provocador no canto da boca.

Quando eu estava quase o alcançando, ele começou a nadar e a fugir de mim. Essa cena se repetiu algumas vezes, somada a provocações dele:

– Cadê você que não me alcança? Tá mais lento que esse seu banho de princesa! – ria o Bernardo.

Infelizmente eu acho que subestimei os dotes aquáticos dele, porque quando ele começava a nadar, eu realmente ficava para trás.

– Fica irritado não, Daniel, estou só brincando com você!

Eu continuei ofegante, olhando para ele com meu semblante franzido, em uma mistura de raiva, cansaço e dúvidas.

Já o semblante de provocação e os risos do Bernardo diminuíram, e ele continuou sua fala:

– A verdade é que gostei muito de ter te conhecido. E eu meio que estou tentando ser seu amigo.

Mais dúvidas surgiam em minha cabeça com esse comentário dele. Eu não estava muito acostumado às pessoas dizerem que queriam ser minhas amigas. Todavia, eu sabia que esse não era o comportamento comum de quem tentava fazer novos amigos.

– Ah, e só pra completar, você também fica lindinho com essa carinha de raiva.

Depois disso ele piscou o olho e mandou um beijo em meio a um sorriso de piada. Eu realmente não entendi se ele estava tirando onda ou falando sério nessa frase, mas eu já estava cansado e não tinha mais fôlego ou disposição para continuar a persegui-lo.

– Eu não quero mais brincar, Bernardo! Eu estou com fome e quero ir para casa. Você não percebe o quão chato isso é?!

Virei de costas e imergi na água. Eu queria fechar meus olhos e esfriar a cabeça. A água gelada entrou pelos meus cabelos e resfriou aos poucos a raiva que eu sentia. Era uma sensação agradável. Eu acho que se eu não precisasse emergir para respirar, eu poderia dormir ali mesmo. Quando eu levantei e coloquei a cabeça para fora d'água, o barulho típico da escola tinha diminuído. Ou talvez o que tivesse diminuído foi o barulho do turbilhão de pensamentos em minha cabeça, e o silêncio da calma ficava mais evidente.

O vento daquele momento aumentava o frescor em meu corpo e ajudava a esvaziar meus pensamentos. Era como se em momentos como esse, eu os desligasse, e focasse só nas sensações. Tipo uma hipnose involuntária.

De costas como eu estava, eu conseguia visualizar a entrada do vestiário, e percebia que continuávamos sozinhos ali na piscina.

Eu estava prestando atenção em minha própria respiração, quando, sem notar, uma voz chegou aos meus ouvidos e me tirou do transe:

– Não fique com raiva de mim, Daniel. Eu só queria descontrair um pouco e brincar com você.

O Bernardo tinha chegado pelas minhas costas e aproximado sua cabeça da minha, por cima do meu ombro.

– Toma aqui sua sunga. – ele falou.

Um dos seus braços girou até a minha frente com a sunga na mão, e sua outra mão segurou em meu ombro, aproximando seu peito de minhas costas.

Não foi só uma saída de transe, foi praticamente um choque. Suas palavras foram sussurradas perto do meu ouvido. Seu toque em minhas costas acelerou meu coração. Eu conseguia sentir cada batimento meu. Ao mesmo tempo também sentia a pulsação do coração do Bernardo através do seu peito encostado em mim.

– Então, você me desculpa? – ele sussurrou em meu ouvido.

– Então, você me desculpa? – ele sussurrou em meu ouvido

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Senti uma leve dor em meu peito. Uma sensação diferente na barriga. Era como se eu quisesse inclinar meu corpo para trás, me aproximando mais do dele. Era uma sensação desconhecida. Ou talvez, não tão desconhecida assim, mas reprimida por mim em vários momentos de minha vida. E mesmo querendo vivencia-la mais, explorando as sensações de quando partes dos nossos corpos se tocavam, eu tomei uma atitude contrária.

Peguei minha sunga da mão do Bernardo, e tentei ir para frente, em direção a borda e saída da piscina. Eu não sei se o problema foi o nervosismo, ou se a dificuldade de andar dentro d'água, mas quando eu tentei ir com meu corpo para frente, minhas pernas acabaram indo na direção contrária para trás, elevando minha panturrilha que praticamente chutou a sunga do Bernardo. Nesse chute acidental, eu pude sentir um volume grande dentro da sunga dele.

Em um movimento involuntário, eu me virei para pedir desculpa, e me deparei com uma cena diferente. O Bernardo não estava com um sorriso provocador no rosto ou com seu olhar fixo para mim, como ele sempre fazia. Ao contrário, ele tinha um rosto todo vermelho. Os cabelos molhados em sua testa quase escondiam seu olhar constrangido para baixo.

Nesse momento eu me dei conta que talvez ele também podia ter sentido algo diferente. Ou talvez ele só estava arrependido da brincadeira e esperando minhas desculpas. Por mais que em minha cabeça surgisse a ideia de ele ter sentido algo semelhante a mim, uma voz mais alta em minha mente dizia que não, que não era possível. Deveria existir alguma outra explicação para o que estava acontecendo ali.

– Você vai me desculpar? – ele falou ainda olhando para baixo.

Apesar de qualquer brincadeira desnecessária, eu não conseguia sentir raiva do Bernardo enquanto ele demonstrava aquela expressão preocupada. Eu por vivenciar vários momentos de vergonha, sabia reconhecer o constrangimento em outra pessoa. E novamente movido por sentimentos que estavam extrapolando meu autocontrole, eu fui me aproximando dele aos poucos, aproximando novamente nossos corpos. Girei minhas mãos ao redor dele e dei um abraço apertado, o envolvendo ao redor do meu corpo.

Só que existia um detalhe: eu ainda não tinha vestido minha sunga. E para piorar a minha situação, eu não tinha percebido, mas eu também estava excitado. E quando menos percebi, meu pau acabou encostando bem na barriga dele.

 E quando menos percebi, meu pau acabou encostando bem na barriga dele

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