Como combinado no café Maite foi até a loja de Anahí para ser um tapa-buraco naquele dia. Estava usando sua roupa mais apresentável e até emprestou um sapato de salto de Dulce, escondido é claro, nunca entendeu como sua prima poderia ter ciúmes de sapatos.
O trabalho era simples só vender, e como Maite gostava de falar não parecia ser um problema, se o público de Anahí não fossem dondocas consumistas. As primeiras vendas foram ótimas, o público jovem era bem mais fácil de lidar, mas quando entrou algumas senhoras na loja, Maite começou a perceber as dificuldades de ser vendedora.
—Quero ver os blazers de alta costura. — Pediu a mulher dos cabelos tingidos.
—É claro.
Maite mostrou uma pilha de blazers para a senhora, mas cada uma tinha uma opinião diferente sobre a cor e o modelo o que levava a uma das mulheres desistir dos que havia gostado.
— Acho que vou provar esse, a gargantilha que ganhei vai combinar certinho, vocês não acham? — As mulheres deram de ombros.
—Tenho certeza que vai ficar ótimo na senhora, ótima escolha.
Assim que uma das senhoras entrou no provador Maite foi dar atenção para as outras e então percebeu a bolsa de uma em cima do balcão e quase teve uma ataque.
—Essa bolsa não é couro de cobra de verdade, não é?
— Ah é sim querida, legítimo. — Se gabou.
Teve dois segundos para pensar ser gentil e fingir que não ouviu um absurdo desses ou colocar tudo a perder ensinando algumas coisas aquelas madames metidas a besta. Ela não iria ficar quieta com algo assim.
— A senhora é louca! — Explodiu. — Tem ideia que caçaram e mataram uma cobra, um ser vivo, para fazer essa bolsa? Que tiraram mais um animal do seu habitat para satisfazer os desejos de uma classe hipócrita e encher o bolso dos fabricantes? Você é uma assassina! — Disparou.
A mulher olhou horrorizada para Maite. Assassina? Havia usado uma palavra forte demais, e claro nenhuma pessoa daquele nível iria ouvir desaforo de uma simples vendedora.
— Como ousa a falar assim comigo? Eu não sou assassina coisa nenhuma.
— Ah não? Pois a senhora está andando com uma bolsa com a pele de um animal. Tem noção disso? Você está ajudando a destruir a natureza, é a favor de um ato terrível, bichos sacrificados para estampar bolsas de dondocas e tudo isso por causa do dinheiro e do status! — Acusou.
Assim que Anahí viu a confusão saiu correndo para perto de Maite, tinha certeza que em algum momento iria soltar uma dessas. Não que ela estivesse errada, mas precisava vender e se fosse necessário engolir alguns "sapos" engoliria.
—Maite! — A repreendeu. — Não levem a mal minha amiga, ela é voluntária do Green Peace. — Deu um sorrisinho amarelo.
— Não sou não! — Rebateu. — Mas acho totalmente errado isso, a senhora é uma assassina sim e está destruindo nosso planeta também. Usar pele de animal para roupas e bolsas deveria ser um ato proibido, já existe diversos animais em extinção e a senhora está ajudando para que o número cresça.
— Não irei ficar ouvindo desaforo de uma garota como você. Vamos embora Alice. Sua loja Anahí já teve vendedoras melhores. — Empinou o nariz e saiu da loja acompanhada das outras mulheres.
Anahí até tentou correr atrás, mas foi impossível as mulheres estavam irredutíveis. Teria prejuízos se Maite desse uma de politicamente correta a cada erro que encontrasse em clientes.
Voltou para loja, Maite deu de ombros não se importando com a situação, ela fez o certo e pronto.
— Se você continuar assim não vamos vender nada!
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A proposta.
FanfictionChristopher Uckermann era o braço direito e considerado o neto postiço de Henrique Saviñón, o que despertava uma terrível raiva em Dulce Maria a única neta e herdeira da Saviñón Ltda. que não tem o menor dom para os negócios, e está sempre se metend...