Capítulo 22

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A amizade entre Christopher e Dulce estava dando certo, estavam cada vez mais próximos e gostando de verdade disso. Abaixaram a guarda e finalmente aceitaram que o melhor era deixar se conhecerem. Os dias estavam passando e cada vez a aproximação estava maior.

Dulce estava aprendendo as tarefas da empresa com perfeição, claro que reclamava muito e fazia algumas coisas a contra gosto, mas no geral estava se saindo bem. Christopher até se sentia orgulhos sua aprendiz estava se saindo bem, e com a melhora no relacionamento entre os dois os ensinamentos ficavam bem mais fáceis. 

Não tinham ficado mais depois da festa, por não terem oportunidade e também por tentarem parecer que não queriam. Mas a verdade os dois ainda se recordavam das lembranças quentes daquela noite.

Os demais também estavam se saindo bem, Maite estava gostando do trabalho e apesar de ainda brigar com Christian, estavam descobrindo que tinham muitos posicionamentos em comum. Anahí e Alfonso não estavam nada bem, a amizade estava sendo abalada por motivos que não sabiam explicar.

Ela engatou um quase namoro com Marcos e tentava incluir o rapaz nas atividades dos amigos, principalmente com Poncho, mas este não parecia feliz com a ideia e reprovava tudo o que Anahí fazia com o namorado. Estavam brigando muito e se vendo pouco. Alfonso estava com outros problemas também, além de ver Anahí com outro, tentava a todo custo se afastar da mulher do treinador e dos problemas que poderia arrumar.

O caso estava tão sério que estava pedindo ajuda e concelhos a Christopher, porém o amigo não tinha o que fazer, sua ideia foi usar Anahí como namorada, mas com a relação conturbada sabia que ela não iria topar.

Christopher estava em sua sala resolvendo alguns assuntos quando seu telefone tocou era Alfonso e sabia exatamente o que ele queria.

- Poncho eu não tenho como te ajudar.—  Disse para o amigo. — Como é? Você está brincando não é? Não, não, ela não pode ter dito isso! — riu — Que mulher louca, cara se você vai estar encrecado se ficar com ela, imagine eu.

Foi só ouviu isso para Dulce começar a prestar atenção na conversa, não era possível que Christopher estava falando de mulheres com Alfonso no horário de trabalho. O encarou séria, mas Christopher pareceu não se importar.

- Espera eu entendi direito? Nós três? — Ele parecia chocado, mas ao mesmo tempo tinha o sorriso malicioso nos lábios. — Mas ela é bonita? Quer dizer como ela é?

Dulce bufou de raiva chamando a atenção de Christopher, como ele ousa falar de outra mulher na frente dela? O ódio estava a invadindo, só iria esperar ele desligar esse telefone para xinga-lo de todos os nomes possíveis.

- Então é melhor não nos metermos com isso. — Continuou falando ao telefone. — Ela te mandou um nude? — Guargalhou alto. — Cara essa mulher é maluca, deixa ela na vontade, diz que vamos pensar, apesar disso ser estranho.

Era o que ela estava pensando? Christopher estava combinado de fazer sexo a três com Alfonso? Uma pouca vergonha sem tamanho, o olhava louca de raiva e foi só ele desligar o telefone para começar a falar.

- Você vai fazer sexo a três? — Gritou — Você é um nojento mesmo Christopher!

- Não precisa gritar para o andar inteiro ouvir. — A repreendeu. — E eu não vou fazer, tem uma mulher louca atrás do Poncho e ela propôs isso, mas ela é encranca.

- E se não fosse encrenca você faria? Você é um ridículo mesmo, e pensar que eu fui parar na sua cama. Imagine o quando de mulher meia boca você não levou para lá. Eca! — Fez careta, não sentia nojo de verdade, mas uma espécie de ira diferente lhe invadia sempre que pensava em Christopher com outra.

- Você foi uma das poucas que foi para a minha cama, é para isso que existe motel sabe? — Voltou a olhar o celular. — Essa mulher é doida mesmo, ela realmente mandou um nude para o Poncho.

Aquilo era demais, Dulce levantou da mesa decidida e foi até Christopher e lhe tomou o celular das mãos. Que mulher mais abusada, transar com dois e ainda escolher Christopher. Estava brincando com fogo, só podia ser.

- Me deixa ver. — Olhou a foto no celular e ficou horrorizada. — Quem é essa mulher Christopher? E porque ela quer transar com você? Olha isso, nem é bonita, sei tirar foto muito melhor que ela. — Desdenhou.

As palavras da moça acenderam a imaginação de Christopher. Como seria um nude de Dulce? Ah ele gostaria muito de receber um. Sorriu sozinho ao pensar naquela gostosura em uma foto no seu celular, mas sabia que não podia pedir isso a Dulce. Não agora.

- É mesmo? Você poderia me mostrar alguma? — Perguntou com sua voz sedutora. Dulce logo caiu sem si percebendo o que havia falado, jogou o celular na mesa e recuou alguns passos. Não ia mandar um nude nunca na vida.

- Cala a boca. Você não vai ficar com ela não é? — Perguntou para ter certeza.

- Você se importa se eu ficar? — Era para ser apenas uma pergunta provocativa, mas de alguma maneira Christopher ficou ansioso pela resposta.

- Quer saber? Eu me importo sim, essa mulher não é para você, só está a fim de confusão e você é um homem Christopher, não precisa de mulher casada. — Aconselhou. Foi sincera em suas palavras e disse com uma amiga de verdade, estava pensando no melhor para ele.

- É mesmo? E quem seria uma mulher para mim?

E de repente Christopher estava a frente de Dulce a poucos centímetros de seu rosto dificultando sua respiração. Sempre que ele se aproximava demais ela sentia sua respiração descompassada, assim como seu coração palpitava rápido.

Ele por sua vez teve a reação pelas palavras dela. O jeito que Dulce pareceu se importar encantou Christopher, e ele desejou ser ela o tipo de mulher para ele. Poderia parecer loucura, mas em alguns momentos quando Dulce era honesta com ele sentia vontade de se aproximar e não deixar nunca aquela garota ir embora.

Isso em alguns momentos o confundia, a relação de amizade estava forte entre os dois, e ele torcia para cada vez poder se aproximar mais de Dulce, mas ao mesmo tempo tinha receio das outras qualidades que poderia descobrir nesta garota e no que seu coração acharia disso.

- E-eu... Não sei. — Respondeu baixinho.

Neste momento decidiu deixar suas preocupações de lado e fazer apenas o que tinha vontade. Puxou Dulce para mais perto e a beijou. Dessa vez o beijo não tinha a vorocidade de sempre, estava mais lento, calmo. Não era somente movido por prazer, tinha certa admiração, paciência e sentimentos.

Não os sentimentos que a luxúria propunha, algo além do carnal. Este era o primeiro beijo que embalavam de maneira mais amena sentindo um ao outro e não sendo engolidos pelo desejo. Dulce estava gostando, sentia-se totalmente entregue a este momento, sentia-se entregue a Christopher, de novo.

Mas ele interrompeu o beijo e ela contestou baixinho. Estavam no trabalho, não deveriam fazer esse tipo de coisa. Desceu os beijos para o pescoço dela e parou ali a abraçando somente.

- Porque não me ajuda a livrar o Ponho dessa louca? — Propôs.

- Como? Eu não vou entrar nessa transação. Não faço suruba Christopher! — O olhou abismada.

- Nada de suruba sua maluca. — Deu-lhe mais um beijo. — Tenho uma ideia.

Os dois continuaram abraçados por mais um tempo, era bom estar nos braços um do outro. Mas assim que a alguém bateu na parta se afastaram rapidamente. Era Marceli com alguns papéis da contabilidade, estreitou os olhos para os dois achando estranha a cara de espanto.

- Atrapalhei alguma coisa? — Perguntou desconfiada.

- Não, claro que não Mar. — Dulce respondeu, voltando rápido para sua mesa.

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