O dia estava amanhecendo, Christopher acabou despertando primeiro, ao que parecia a chuva tinha enfim parado. Olhou no relógio, falta quase uma hora para despertar. Então voltou sua atenção para Dulce, estava em um sono profundo ainda abraçada a Christopher. Passaram a noite toda na mesma posição. Nunca pensou que dormir com Dulce Maria, e que gostaria tanto.
E nunca imaginou que ficaria ali velando seu sono e fazendo carinhos em seus cabelos. Por Deus! O que estava havendo? Quando as coisas começaram a sair do controle? Christopher nunca havia se apaixonado, talvez tenha gostado um pouco demais de alguma namorada na adolescência, mas nunca soube o que era se envolver de corpo e alma com alguém. Todos seus relacionamentos eram rápidos e sem sentido. Gostava de se envolver fisicamente, sentimentos carnais, nada além disso.
E era por isso que estranhava tanto o fato de dormir com Dulce Maria, nunca tinha dormido efetivamente com uma mulher. Não dessa maneira, em um acordo, com abraços fofos e desejos de boa noite. Nunca tinha beijado alguém na chuva também, tudo era sempre desejo, sexo e mais sexo. Porém com aquela garota as cosias pareciam um pouco diferente, o que era um total erro, ele estava sendo pago para ensina-la a ser uma administradora e no fim estava se apaixonando por sua aprendiz.
Acabou pegando no sono de novo se agarrando mais a Dulce, e em pouco tempo o irritante barulho do despertador lhes acordaram. Dulce foi a primeira a se mexer reclamando por ter sido acordada, estava tão bom ficar ali nos braços de Christopher, sentindo seu delicioso aroma. Mas a vida real os chamavam de volta, mais um dia de trabalho e mais um dia para Dulce ficar com a cabeça cheia sobre tudo o que estava havendo entre ela e Christopher.
- Bom dia. — Ele sorriu, e foi o suficiente para Dulce nem se lembrar do quão terrível era acordar cedo. — Vou ver se suas roupas estão secas.
Ela foi se arrumar enquanto Christopher preparava o café da manhã. Por sorte Dulce carregava quase sua vida na bolsa, conseguiu se maquiar, passar alguns creminhos e ficar apresentável para mais um dia de trabalho, apesar de preferir muito mais dormir.
- Não é meio estranho aparecer com a mesma roupa? — Perguntou assim que entrou na cozinha.
- Não.
- E a gente chegar junto, não vai ser estranho também?
- Não precisamos chegar juntos, eu entro primeiro e depois você. Vou tomar banho, fica a vontade.
A mesa estava aposto com algumas frutas, pães e café. Dulce estava faminta, então não se importou em começar a comer logo. Estavam até parecendo namorados, ela comia sozinha na casa dele enquanto ele tomava banho. Isso não era lá o tipo de coisas que amigos fazem, não depois de passarem parte da noite transando.
Só precisava parar de pensar nisso. Não tinha que por um rotulo ao que viviam, só deixar acontecer naturalmente e se deixar levar. Era isso. Não tinha que se importa. Pegou algumas uvas da fruteira quando ouviu o barulho da chave na porta e algumas vozes. Ai não!
- Mas nós ganhamos, então o treinador está mais de boa comigo. — Ouviu a voz de Alfonso.
- Que bom Poncho, acho que agora aquela mulherzinha vai sair do seu pé. — Era a voz de Anahí.
Olhou para os lados, não tinha onde se esconder. O que eles iriam dizer quando a vissem tomando café ali. Não dava para entrar em baixo da mesa, era de vidro. Não tinha como se esconder. Respirou fundo, era só inventar uma boa desculpa.
- Acho que sim, inclusive queria falar com você... Dulce?
- Ah ér... Oi gente. — Deu um sorriso amarelo.
- O que está fazendo aqui amiga?
- Eu... Vim trazer um documento para o Christopher assinar, era bem urgente, por isso eu trouxe. — Disse a melhor desculpa que poderia ser aceita.
Anahí a olhou desconfiada. Estava estampado no rosto de Dulce que não era daquilo. Alfonso também parecia desconfiado, mas nem questionou jogou suas coisas no sofá e foi para a mesa junto de Dulce.
- Dul não vai esquecer... — Christopher apareceu na sala só de toalha segurando uma calcinha. Assim que viu os amigos ficou mudo e tentou esconder a pequena peça atras de seu corpo. — Oi galera, ér... Vocês por aqui?
Dulce estava para se esconder em baixo da mesa, foi pega na mentira e Christopher ainda mostrou sua calcinha para todo mundo. Que vergonha! Alfonso segurou-se para não rir principalmente depois de ver a cara de espanto do amigo. Anahí olhava para os dois com um sorrisinho nos lábios, estava certa sobre o que disse de Dulce, estavam se gostando.
- Acho que vou embora. — Levantou-se — tenho umas coisas para resolver antes de ir trabalhar.
- Vou com você. — Disse Anahí.
- Não, porque? Você disse que precisava falar com o Poncho. — Sabia que se Anahí saísse junto dela seria bombardeada por perguntas.
- Converso depois, vamos Dul.
Pegou suas coisas e foi para a porta junto com Anahí, deu um sorrisinho para Christopher, depois conversaria com ele. Assim que saiu do apartamento pode respirar aliviada. Que começo de manhã. Anahí a agarrou por um braço e saiu tagarelando querendo saber tudo o que estava acontecendo, mas Dulce ainda estava atônica sem saber direito o que responder, o que pensar e o que fazer.
- Estou ferrada! — Foi tudo o que disse a Anahí.
No apartamento Christopher também estava sem ação enquanto Alfonso ria de seu jeito. Estava perdido totalmente perdido. Jogou a calcinha de volta para o banheiro e foi de toalha mesmo para a cozinha sem medir muito suas ações.
- Estou ferrado! — Coçou a nuca, confuso.
Algumas horas mais tarde, Dulce chegou a empresa atrasada como sempre. Mas pode ir para a casa, sustentar sua mentira para o avô que tinha dormido na casa de Anahí, e trocar de roupa. Estava incomodada com as pessoas a verem com a mesma roupa dois dias seguidos.
Assim que chegou, como era de se esperar Christophe a constatou que estava atrasada e uma série de coisas para ela fazer foram passadas. Seguiu suas tarefas quase sem reclamar, por sorte não estava um clima estranho entre ela e Christopher, afinal os dois haviam passado vergonha juntos.
O dia foi se arrastando, a tempos Dulce não rezava para o dia passar rápido, estava se sentindo estranha. Uma dor de cabeça torturante e um leve mal estar estavam a perseguindo pela tarde infinita.
- Tem certeza que está bem? — Havia acabado de se queixar para Christopher — Já são quase cinco horas se precisar ir embora, tudo bem.
- Não, para depois todo mundo ficar falando que eu sou mole para trabalhar. De jeito nenhum, eu aguento. — Contestou. Christopher sentou-se em frente a mesa dela, parecendo preocupado.
- Será que foi a chuva ontem? Quer um remédio, posso pedir para alguém buscar.
Estava mesmo preocupado com ela? Involuntariamente Dulce sorriu comovida com os cuidados de Christopher. Gostava quando alguém se preocupava com ela, e cada vez mais gostava das preocupações de Christopher para ela.
Segurou a mão dele por sobre a mesa e sorriu de novo. Estava tão na cara o que sentia por ele, que chegava a ser um erro continuar tudo isso. Sabia que estava colocando a mão no fogo por algo que poderia não ter continuidade, e corria o risco de se queimar.
- Estou bem, jaja passa. Eu garanto. — Christopher depositou um beijo em sua mão, e voltou então para o trabalho.
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A proposta.
FanfictionChristopher Uckermann era o braço direito e considerado o neto postiço de Henrique Saviñón, o que despertava uma terrível raiva em Dulce Maria a única neta e herdeira da Saviñón Ltda. que não tem o menor dom para os negócios, e está sempre se metend...