Alguns dias haviam se passado, Christopher teve que ouvir um sermão enorme de Henrique pelo acontecido com Dulce. Já estava melhor em relação a seu pai, depois de ser consolado pela mãe ao telefone.
Tinha que focar em outra coisa agora: o pai de Dulce. Era uma incógnita grande o que havia acontecido entre ele e Blanca. E o pior, o nome era quase ilegível. Christopher passou dias olhando a fotografia que Dulce lhe entregou, tentando entender o nome que estava assinado ali.
Havia reconhecido algumas letras: S P O A. Mas isso não formava um nome, e nem a ideia de um. As fotos eram meio antigas, amareladas e as letras estavam um pouco apagadas. Precisava de outras informações, alguma pista do possível nome.
Estava perdido em pensamentos, quando a porta da sala se abriu. Dulce entrou um pouco cabisbaixa, expressão tristonha. Logo imaginou que ainda era história de seu pai, o homem havia mesmo traumatizado Dulce.
- Ei, o que houve? - Aproximou-se da mesa dela.
- Nada. Vim com o vovô, está um pouco triste. - Contou.
- O que aconteceu? Ele ta se sentindo mal? Onde ele está? - Ficou preocupado. Henrique era como um avô para Christopher também, e zalava pela saúde e felicidade do senhor.
- Não, nada disso. Hoje seria o aniversário de mamãe, estaria fazendo 46 anos, e todos os anos o vovô fica muito triste nesse dia. Parece que ele se sente culpado, mas não foi culpa dele, uma doença pode acontecer com qualquer um.
Culpado. De novo essa afirmativa, sentia-se culpado pela proibição do namoro da filha? Christopher pensava que não era só isso, a história de Blanca, o pai de Dulce e Henrique era bom comprida, e cheia de revelações.
Tinha que encontrar esse homem, descobrir o que houve para ele sumir antes de Dulce nascer. O porque Henrique queria proibir o namoro dele e de Blanca. Tinha muitas perguntas, e nenhuma resposta sobre o paradeiro dele.
- Vai ver é saudade, ele sente muita saudades dela Dul. - Abaixou-se para ficar do tamanho de Dulce ao lado da cadeira. - Não quero que você fique triste também, aposto que hoje está tendo uma festa no céu. - Disse para acalma-la e também consolar.
E Dulce caiu no choro. Era tão bom receber os cuidados de um homem assim. Ter uma pessoa em quem confiar, segurar, contar os problemas, receber amparo, carinho. Era bom ter alguém zelando por ela, e isso a emocionava, além é claro, da saudade que também sentia da mãe.
Não se lembra das comemorações dos aniversários de Blanca, mas via nos álbuns de fotografia as fotos de alguns deles. Todos eram em grande estilo, cheio de pessoas, e ela sempre aparecia sorrindo, assim como fazia para as fotos de seu pai.
- Não amor, não chora. - A Abraçou - sei que deve ser doloroso, mas a vida é assim. Fica calma, hoje não é um dia para ficar triste, não vou deixar você ficar triste.
A consolo por mais um tempo, dando muitos abraços e beijos carinhosos. No fim Dulce cessou o choro, não deveria chorar mesmo. Era para ser um dia de comemoração, um dia feliz. Independente de sua mãe ter morrido, deveria guardar a data com alegria, era o aniversário de vida de Blanca.
Se acalmou e conseguiu prestar atenção no trabalho, recebendo a todo momento carinho de Christopher. Ele ficou comovido com a sensibilidade da garota e não iria deixá-la triste. Passou quase o dia todo tentando anima-la, e prometeu levá-la para dançar ao fim do expediente.
Quando teve alguns minutos de folga, voltou a olhar a fotografia. Tinha que descobrir mais sobre o que estava escrito. Conseguiu identificar mais algumas letras. I N Z. Olhou novamente para a fotografia, estava ganhando sentindo.
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A proposta.
FanfictionChristopher Uckermann era o braço direito e considerado o neto postiço de Henrique Saviñón, o que despertava uma terrível raiva em Dulce Maria a única neta e herdeira da Saviñón Ltda. que não tem o menor dom para os negócios, e está sempre se metend...