Capítulo 67

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Era bem provável que Christopher teria sua habilitação suspensa pela quantidade de sinais que furou entre outras infrações. O tempo era seu inimigo, e quanto mais demorasse para chegar menos chances teria para encontrar Dulce no aeroporto. Por sorte chegou a tempo. Parou o carro onde não devia, e saiu correndo. Nada importava, nem mesmo ter seu carro rebocado. Só precisa impedir Dulce de ir. 

Mas assim que entrou no aeroporto percebeu que não seria uma tarefa fácil. O aeroporto é internacional, e a quantidade pessoas por ali era grande. Como encontrar Dulce? Olhou para o painel de voos, o dela já estava escalado, as pessoas iriam começar a embarcar. Caralho! Como iria encontra-la? Ficou algum tempo rodando com um bobo pelo enorme saguão. Não seria possível, chegar até ali e não conseguir encontrá-la. Precisava pensar em algo e rápido. 

Em sua volta pelo salão encontrou um aviso que dava para uma escada. "Cabine de som". Era isso, sua chance ali. Muito melhor do que procurar Dulce e correr o risco de não encontra-lá, era gritar para o aeroporto inteiro e saber que ela ouviria. Subiu as escadas quase correndo, abriu a porta em um solavando assustando a moça que estava la dentro. 

- Eu preciso usar o som! - Estava parecendo um maluco avançando sobre o microfone. A garota deu passagem, mas imediatemente pegou o telefone e acionou os seguranças.

- Não é permitido a entrada de pessoas que não façam parte da empresa na sala. O senhor precisa sair! - Comunicou. 

- Eu preciso falar com a minha namorada. Ela esta indo embora, eu não sei se um dia ela vai voltar. Eu preciso impedir isso. - Segurou o microfone com força. - Por favor eu preciso impedir isso. 

A garota não disse nada, e Christopher encarou isso como um sim. Respirou fundo e se concentrou no micrfone. Quando em sua vida imaginou estar em um aeroporto, desesperado, segurando um microfone a ponto de impedir uma mulher de ir viajar porque a ama? As coisas haviam mudado mesmo, Dulce havia o mudado e ela não poderia deixa-lo agora. 

- Dulce. Dulce Maria Saviñón. - Assim que disse as primeiras palavras a porta se abriu novamento e dois homens grandes puxaram o braço de Christopher. - Me solta, eu preciso falar!

Os seguranças não iriam permitir que ele continuasse ali, mas nem que Christopher precisasse bater nos sujeitos e até ir preso por agrassão, mas ele iria falar. Iria dizer tudo que tentou na frente de Dulce e ela sempre o impediu. Era sua última chance e aproveitaria a qualquer custo. 

Continuou a descutir com os seguranças, enquanto lá em baixo Dulce ainda continuava parada sem saber se havia imaginado ou realmente ouvido Christopher a chamar. Iria acelerar os passos e voltar para seu amor, quando mais uma vez ouviu-se uma voz no alto falante. 

- Dulce você não pode ir embora! Me solta caralho! - Era a voz de Christopher tinha certeza, só não compreendia como ele estava falando no alto falante. 

Ele estava quase em um luta corporal com os seguranças, que já estavam perdendo a paciência. A garota que assistia cena de perto, percebeu o desespero de Christopher e acreditava que o rapaz estava sendo sincero. 

- Ta bom, ta bom, ta bom. Acho que ele não vai demorar tanto assim, olha o desespero do cara. Ninguem nunca sofreu por amor? - Entrou na frente dos seguranças. Os caras começaram a argumanetar com ela, que fez sinal para Christopher continuar. 

- Tá legal. Estou correndo o risco de ser preso, meu carro ser guinchado e perder minha habulitação. E por uma sorte de Deus não causei um acidente no caminho. Mas estou aqui Dulce, e vim por você. E dessa vez vai ouvir tudo o que estou a dias tentando dizer. - Respirou fundo. - Fui um idiota, trai você, perdi sua confiaça, e fui ganancioso. Eu assumo, fui mesmo. Mas quando eu recebi aquela proposta do seu avô as coisas eram diferentes, você era só um patricinha mimada que precisa ser colodada em seu lugar, você me odiava tanto que eu acabei te odiando de volta. Até o dia que eu te chamei para jantar, se lembra não é? Você foi na minha casa, nós comemos juntos, bebemos um pouco, e passamos horas conversando. Foi naquele dia, exatamente naquele dia que as coisas começaram a mudar. Ali eu pude ver que você não era só uma menina fútil, que você também tinha conteúdo e era linda. Porra você é muito linda, e gostosa. E pior que isso, você é amorosa e carinhosa. Foi minha amiga de verdade, foi a mulher que me fez perceber que eu não precisava de várias, só de uma. Eu só preciso de você Dulce. E todos os dias desde aquele jantar eu me martirizo pensando o quão canalha estava sendo com voce. 

Todos que estavam passando perto dos autos-falantes ouviam atentos o que Christopher dizia. Dulce continuava parada, sem acreditar que ele realmente estava se declarando para ela.

- E por isso eu estou aqui Dul, preciso impedir que você faça a burrada que vai mudar nossas vidas. Não dá! Eu juro que tentei, todos esses dias eu tentei viver sem você, mas não consigo. E acho que o amor é isso Dulce, é como uma droga pesada que você fica dependente, mas é ainda pior, pois nenhuma reabilitação fará meu coração esquecer como é ser aquecido pelo seu amor. Por favor, volte para mim. Essa é a maior loucura de amor que eu já fiz. - Respirou fundo novamente, olhou para os seguranças que ainda estavam atrás dele, e depois de volta para o microfone. - Vou ficar te esperando próximo a entrada do estacionamento. É nossa ultima chance Dulce, por favor, pensa em tudo o que vivemos e no amor que eu sei que você sente. 

Deixou o microfone de lado, agradeceu a garota do som e aos seguranças por não terem o expulsado, e saiu correndo da sala. Não importava se estava sendo patético, idiota ou passando vergonha. Era sua última chance, e tinha que valer a pena.

Nunca pensou viver em uma situação desse. Parecia mesmo o mocinho de algum romance de ficção. Mas era tudo real, inclusive todo o amor que declarou na frente de todos.

Algumas pessoas apareceram próximo a entrada que ele havia mencionado. Se ela não viesse além de partir seu coração de vez, também sentiria-se humilhado em ter aproximado tanta gente a toa.

Os minutos foram se passando, o aeroporto era bem grande e Dulce poderia estar em qualquer parte, como também dentro de algum avião, com o destino bem longe de Christopher.

Estava começando a se decepcionar. Ia dar tudo errado. E ele nunca mais iria pisar naquele aeroporto. Que droga! Ela não sofria como ele? Antes qur pudesse pensar na resposta uma pessoa veio correndo ao seu encotro, os cabelos bagunçando o rosto, a respiração agitada.

Dulce se jogou em cima de Christopher, o levando ao chão. O rosto estava molhado, o coração batendo a mil. Jamais pensou que um dia encontraria alguém que a amasse tão profundamente e que seria capaz de fazer uma declaração como a dele.

Era o homem de sua vida. E percebeu que tomou a decisão certa sobre Christopher bem antes dele dizer algo nos auto falantes. Distribuiu beijos por todo seu rosto, entre lágrimas e sorrisos. Sentia-se igual a ele, o amor era recíproco em todas as suas maneiras.

Parecia um sonho. Christopher tinha quase certeza que estava sonhando. Mas sentindo o peso de Dulce, suas lágrimas e seus beijos sabia que era real. Acabou deixando escorrer uma lágrima também. A apartou forte nos braços e a beijos nos lábios. Como estavam com saudades desses beijos.

- Você voltou! - Disse ainda pasmo.

- Eu ia voltar Chris, muito antes de você aparecer. Precisavamos voltar.

Levantaram-se e Christopher deu-lhe mais um beijo, um pouco mais demorado, sentindo os lábios macios de Dulce, e demonstrando todo o amor que sentia. As pessoas em volta começaram a aplaudir, seja qual for o gesto feito por amor é sempre emocionante e lindo.

- Eu quase não consigo acreditar. Eu te amo Dulce Maria, e eu sei que é pra sempre. - Segurou o rosto dela com as mãos, secando suas lágrimas com os polegares.

- Fui burra em fugir de você todos esses dias. É aqui o meu lugar Christopher, do seu lado, para sempre. Nós também te amamos para sempre.

Christopher olhou ao redor procurando Fernando, já era a segunda vez que Dulce usava o plural. Imaginou que os dois tinham desistido de viajar, porém não viu o sogro ao redor da multidão.

- Acho que dizer que seu pai me ama, já é um pouco demais. - Zombou.

- Não estou falando do meu pai... Estou falando do nosso presentinho! - Segurou as mãos dele e as colocou sobre sua barriga.

Christopher ficou imóvel por alguns segundos. Era emoção demais, e muita informação para poucos segundos. Mas entendeu bem o que Dulce quis dizer.

- Eu vou ser pai? - Ela assentiu rindo da cara assustada dele. - CARALHOOO EU VOU TER UM FILHOOO!

A puxou para seus braços novamente, rodopiando-a no ar. A felicidade havia chegado para eles novamente.

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