Capítulo 14

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- O que você está fazendo? _ Minha voz sai embargada, atropelo as palavras, e sinto meu sangue ferver em minhas veias.

Ele não diz nada, apenas me olha um pouco desconcertado.

- Você não vai dizer nada? _ A raiva fala mais alto, e eu avanço em Christopher e lhe dou socos com toda minha força.

- Ei ,calma. _ Suas mãos seguram meus punhos, tento me debater, mas ele é mais forte que eu. _ Sua toalha vai cair.

- Que merda você tem na cabeça garoto? O que há de errado com você? Me diz.

- Me escuta.. _ Ele diz ainda me segurando. _ Coloca uma roupa e depois a gente conversa.

Engulo em seco. Pego minha roupa com uma mão e seguro a toalha com a outra e me dirijo ao banheiro.

Quando eu volto, ele está escorado no meu guarda roupa, com os braços cruzados.

Assim que ele percebe minha presença ali, ele ajeita sua postura e respira fundo:

- Me desculpa. _ Sua voz sai baixa e distante, como se ele estivesse arrependido do que fez.

Aperto os olhos e cerro os punhos.

- Você não devia ter lido meu diário.

Christopher se aproxima de mim. Ele para à um passo de distância, e abaixa seus olhos para o piso do meu quarto.

- Eu... sinto muito, por tudo. _ Então ele me olha. _ Me perdoe por ter invadido sua privacidade mas eu precisava saber.

- Você não precisava saber de nada, você não devia ter feito o que fez Christopher.

Eu já sentia as lágrimas inundarem meus olhos.

- Você leu até que parte? _ Perguntei segurando meu choro e controlando minha raiva.

- Eu li o suficiente para saber que.. Você perdeu sua mãe e culpa seu pai e a Roberta porisso.

Comprimo meus lábios e desvio meu olhar do dele.

Será possivel que as pessoas não entendam o signicado da palavra "não". Será que não fui clara o suficiente para Christopher Storck poder entender que eu não quero que ele saiba nada sobre mim?

O que ele quer com tudo isso afinal? Qual é o objetivo dele sabendo sobre a minha vida? O que isso vai alterar?

- Saia daqui. _ As lágrimas estão na borda dos meus olhos, e se eu piscar mais uma vez, elas caem.

- Você..

- Saia daqui. _ Eu grito.

  Ele se aproxima mais de mim, creio que para me abraçar ou algo do tipo, mas eu me afasto dele, sinto meu rosto molhar, e eu trato de enxugá-lo imediatamente.

Viro meu rosto, tentando fazer com que Christopher não me veja chorar.

  Mais uma tentativa de aproximação, e eu me esquivo ainda mais, dessa vez, encosto-me na parede.

Após alguns segundos, Christopher saí do quarto.

É ai que eu deixo as lágrimas caírem instantaneamente, sem segurá-las, sem nada. Elas simplesmente caem.

Deslizo meu corpo na parede até chegar no chão, curvo minhas pernas e apoio minha cabeça nos joelhos.

É completamente inevitável, a dor é completamente inevitável.

  Não demora muito para Ágatha entrar no quarto, não movo um músculo para se quer encará-la, ouço seus pés se dirigirem até mim rapidamente e ela agacha do meu lado:

Uma nova forma de amarOnde histórias criam vida. Descubra agora